Tudo termina bem, quando acaba bem.

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O sol da manhã aquecia o corpo de Megan. A brisa ainda não havia se tornado abafada, trazendo o equilíbrio perfeito. Os pássaros cantavam contentes com mais um dia de verão, desejando que o calor nunca acabasse. De olhos fechados e semblante tranquilo, a morena sorria levemente, sentindo a calma que tanto ansiou.

  - Meg? - Claire chamou a amiga, fitando-a atrás dos óculos de sol.

  -  Oi... - A jovem respondeu, sem mover-se.

  - Ainda tá valendo ver o Nirvana tocar mais tarde no centro? - Claire indagou, se sentando e focando sua atenção a paisagem.

  - Claro. – Meg assentiu, abrindo mais o sorriso. Era libertador não sentir medo e precisar estar alerta a todo instante.

  - Legal. – Claire também sorriu, realmente contente. – Dave! Pelo amor de Deus! – Gritou para o agora noivo. – Desce dessa prancha! Você não sabe surfar! – Ficou em pé, correndo até o mar e deixando Megan sozinha na areia, rindo da cena.

  Rir. Algo que se tornou comum novamente. Nunca imaginaria soltar-se tanto, descobrindo uma extensão de sua personalidade. Ser abraçada, acolhida por pessoas tão boas e gentis, somente auxiliou em seu processo de recuperação, na cura das aflições. Estar rodeada pelo bom humor de Dave, o companheirismo de Claire, as conversas interessantes e esquisitas de Kurt e os conselhos de Krist, fizeram a diferença em sua alma desesperançosa. Agradeceria eternamente a eles, sabendo de sua sorte, pois poderia ter sido mais uma nas estatísticas, mais uma que seria morta, cedo ou tarde, pelo companheiro agressor. Tocou as cicatrizes nas pernas e braços desnudos, lembranças de um período obscuro e que nunca voltaria.

  - Contemplando o mar? – A voz masculina soou bem perto de Meg, que arrepiou-se. Estava tão entretida em seus próprios pensamentos, que não percebera a aproximação de outro alguém.

  - Sim. – Afirmou, virando o rosto para cima e vendo a figura alta. – Também estava devaneando sobre como as coisas só melhoraram.

  - É o mínimo que merece. Que as coisas estejam melhores. - O rapaz acomodou-se ao lado da morena, os cabelos agora não tão longos voando com a brisa marítima. 

  - Graças a vocês. – A mulher buscou a mão calosa, entrelaçando os dedos. – Se hoje estou aqui, é pela ajuda que tive.

 - Esqueça. Quem venceu seus demônios foi você mesma. – O homem sorriu carinhoso, puxando Megan de encontro a si e depositando um beijo nos lábios rosados de batom. – Quem tem que agradecer sou eu, por me aceitar em sua vida, confiando, quando poderia querer ficar sozinha.

  - Chris... – A jovem encarou os orbes azuis. – A questão nunca foi essa. Eu me sentia só com Peter. Solidão não tem ligação com presença física. – Explicou, sem desviar o olhar. – Se te aceitei foi porque se tornou um companheiro, um refúgio em meio ao caos. Seu cheiro me acalmava e sua voz me trazia sensações que nunca antes experimentei. Seu abraço trazia segurança... Tudo em você me fazia e faz bem. – Concluiu, sentindo braços lhe enlaçarem fortemente. – Te amo. – Soltou a frase, que saiu fácil e determinada.

  - Também te amo. – Cornell os derrubou sobre a grande toalha, enchendo a namorada de bitocas. Estava aliviado por saber que seus sentimentos eram correspondidos. Tinha medo de dizer o quanto amava a morena e assustá-la. Tudo bem que fariam um ano de relacionamento entre o início de tudo e o compromisso. Porém, por conta das circunstâncias, todos os passos teriam que ser dados com cuidado, sem pressão ou cobranças. Ter certeza de que amava e era amado, trazendo um novo ânimo.

  - Trouxe suas malas? – Megan questionou, se ajeitando no corpo do amado e alisando o abdômen definido. Era tentador vê-lo apenas de bermuda, a pele bronzeada que realçava a beleza natural.

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