Apostando No Amor

Eu Vou Protegê-la

Crystal Graham

Eu estava muito cansada, desejando me jogar na minha cama e dormir, só que ainda não podia ir embora. Precisava ter certeza que, o que ocorreu naquela sacada, nunca seria revelado. Kang me prometeu manter segredo, mas esse não era o único problema.

Depois que Kang tirou Hayun da KY, eu mandei Justin pegar o nosso carro e levar dona Shin embora enquanto fiquei para trás, no intuito de resolver a questão das câmeras de segurança espalhadas pelo prédio. Não podíamos correr o risco de alguma câmera ter capturado algo que pudesse comprometer a minha chefe e deixá-la ainda mais numa situação complicada.

Ainda não conseguia tirar da cabeça aquilo que vi na sacada. Aquilo me deixou tão triste e me fez se sentir impotente. Minha chefe que eu também via como amiga, estava passando por um momento tão difícil,  sofrendo sozinha sem realmente se abrir com ninguém. Um sofrimento silencioso que poderia terminar de forma tão trágica e trazer muita dor. Graças a Deus, Kang conseguiu ser rápido e impedi-la de cometer aquela... loucura. Todavia, a partir de agora, havia esse sinal de alerta. O sinal de que Hayun precisava de ajuda e a gente precisava cuidar melhor dela.

— Ela não deveria ter vindo pra cá. — Murmurei a mim mesma enquanto esperava encostada na porta da sala onde ficava as câmeras de monitoramento da KY. Nós precisávamos ter acesso a todas as gravações, a fim de assegurar que não haveria nenhum problema futuramente. Claro, não pude fazer isso sozinha, precisei de uma ajudinha.

— A senhora já pode relaxar. — Me afastei da porta, assim que ela se abriu e o policial Han Tae moo saiu para falar comigo. — Já olhei todas as câmeras. Só haviam dois momentos que poderiam comprometer a sua chefe. Agora eles foram deletados.

— Que momentos? E você tem certeza que está tudo deletado? — Murmurei enquanto seguíamos para os elevadores. O jantar já havia acabado, os convidados já haviam ido embora, deixando apenas o pessoal da segurança e da limpeza  rondando por ali.

— Sim, senhora Graham. O policial Han afirmou enquanto apertava o botão do painel fazendo o elevador descer. — Eu mesmo deletei. E caso vaze algo daqui, seria por... sei lá, algum paparazzi ou alguém que estivesse a espreitando. — Ele me explicou que a única coisa que viu nas gravações, foi do momento em que Hayun foge para dentro do elevador e depois sai correndo pelo corredor em direção a sala do Presidente Kwon, parecendo transtornada.

— As únicas pessoas que apareceram nesse mesmo corredor é você e o Dae-jung. — Ele parou no canto oposto do elevador e me encarou. — Por que vocês pareciam tão apreensivos? O que aconteceu de tão grave com a sua chefe pra que...

— Não importa! — O cortei.

— Como não importa?! Eu posso estar arriscando o meu pescoço para ajudar vocês. — Ele saiu do seu canto e veio invadir o meu espaço pessoal. — Esse não é o meu trabalho.

— Isso foi ideia do seu amigo. Porém, se isso não fosse realmente urgente... — Eu resolvi retrucar com a mesma postura arrogante. — Eu nunca iria te chamar, SENHOR PREPOTENTE! — Nessa hora o elevador chacoalhou, nos fazendo se desequilibrar. Como consequência disso, acabei sendo  encurralada entre a parede e o seu corpo.

De repente estávamos muito perto, suas mãos tocavam meus ombros, nossos rostos estavam a um centímetro de distância, castanhos e pretos se entreolharam assustados. Todavia, o susto logo deu espaço a alguma coisa diferente, um calor, um coração martelando freneticamente no peito. Um desejo. Um desejo de desarma-lo e fazê-lo perder toda aquela prepotência. Então, num ato de ousadia, meus olhos se desviaram para os seus lábios e eu fiz uma idiotice... Eu lhe dei um beijo atrevido.