Deal ❜ 𝖨𝗇𝗎𝗂 + 𝖣𝗋𝖺𝗄𝖾𝗇.

│𝟭𝟳

│Obs do autor: Não falei sobre o 1K, mas quero já agradecer pelo 2K, vocês todos estão guardados no meu ♡ e me fazem feliz de um jeito que mal sabem. Logo logo terá fic nova de Jujutsu, espero que gostem também!

Só o fato de não ter o apelido de "loira" já confortou totalmente o ser do loiro. Abriu a porta e o deixou entrar, fechando logo em seguida e se aproximando do moreno aos poucos - enquanto o mesmo se sentava na ponta da cama e o encarava sério.

: Oi Koko.
: Desculpa te mandar mensagem do nada, mas... Você viu que talvez tenha uma briga? Entre uma tal de Senju...
Em pé ainda, o da cicatriz cruzou os braços e franziu completamente o cenho diante daquilo. Não se lembrava, na sua última linha do tempo as coisas tinham ido para outro rumo e fazia tanto tempo que nem se recordava dos acontecimentos direito. Tinha saído das gangues e acreditava que, naquele momento, também não estava mais participando de nenhuma.

: Não vi, eu... Não tô em nenhuma gangue no momento.
: Vem se juntar a mim... Eu sei que a gente brigou, mas eu te enxergo agora...
O loiro negou com a cabeça sobre a informação, viu o outro se aproximar fisicamente dele ao pôr-se de pé. Assim como aquele dia, segurou em seu rosto como o Seishu tinha feito.

Fitou aqueles olhos claros e estava bem sério ao dizer. Até demais. Ao falar que brigaram, agora ele compreendia que naquela linha temporal os dois discutiram bem antes da formação da Bonten, o que ajudou a responder a toda aquele teatro programado por ele. Ele o via como um ser humano? Como Inui e não Akane? Ele não sabia ao certo.

: Você não é a Akane e eu quero você do meu lado.
O Seishu engoliu seco, entre abriu os lábios para dizer algo, mas não conseguia se expressar. Nunca imaginou que escutaria Hajime dizer aquilo de maneira tão verdadeira, tão intensa daquele jeito. Todavia não se recordava de qual lado ele estava, precisava saber antes de aceitar qualquer coisa.

: Você tá do lado de quem, no caso?
: Mikey.
Quando escutou o nome do Sano, Seishu não raciocinou que, naquele caso, ele estava do lado ruim. Então ficou mais tranquilo, se esquecendo que naquele período Manjiro já estava querendo matar meio mundo de gente e com seu lado obscuro aflorado o máximo possível - junto com todos os remanescentes do lado negativo, que possivelmente entrariam para Bonten.

Ele não pensou nisso, achou que ainda era o loiro da Toman que ajudava a todos, era gentil e amigável. Kokonoi só estava do lado de Manjiro por pensar ser o mais forte, bem mais capacitado do que qualquer outro que criassem. Era assim que normalmente ele funcionava.

: Tá, eu fico com você.
: Isso Inupi!
Bruscamente, agarrou o corpo do Seishu em um abraço. Surpreso, o outro retribuiu e abriu um sorriso de lado, talvez agora não se sentisse mais tão sozinho. Talvez agora, poderia dar certo com Kokonoi e reescrever a história dos dois, do jeito correto dessa vez, sem toda aquela violência e manipulação. O moreno se afastou novamente até a cama e se deitou com os braços atrás da cabeça, em silêncio.

: Posso dormir aqui?
: C-Claro, eu vou deitar no chão.
Seishu caminhou até o armário para pegar alguns cobertores e ficar ali, ainda estava um pouco envergonhado pela presença dele e aqueles olhos que fitavam seu corpo por algumas vezes. Porém, assim que tirou um cobertor, escutou a voz dizendo ali atrás:

: Não vou te morder, você pode ficar comigo.
Disse calmo, como normalmente era, assim que o da cicatriz virou o físico e mirou meio confuso, a língua de Koko saiu dos lábios e suas pálpebras diminuíram. Inui não conseguiu não soltar uma risada baixa e desviar o olhar brevemente. Queria conseguir negar, mas era fácil demais sentir algo novamente em seu peito.

Pegou somente o cobertor e se aproximou do moreno, a cama era de solteiro e provavelmente ficariam bem apertados ali. Meio sem jeito, o Seishu se aproximou e ajeitou seu físico, virado para cima e não olhando diretamente pro amigo que estava com o físico na direção dele.

: É estranho para você me ter aqui?
A voz do Hajime saiu baixa, com sua mão indo em direção a cintura do outro e virando o corpo dele pro seu lado. Queria Inui perto, o olhando diretamente. O da cicatriz acabou rolando e fitando o outro, seus lábios se entre abriram e seu corpo teve um espasmo ao sentir aquela mão em sua cintura de um jeito tão íntimo.

: Um... Pouco...
: Não se preocupe, eu não vou te deixar de novo.
Os dedos do moreno foram acariciar o rosto do amigo com um sorriso de lado, gentil e confiante. Inui não soube o que fazer, que expressão esboçar ou até como reagir - mas fechou os olhos ao sentir aquele toque. Colocava em sua cabeça que era Draken ali, fazendo um carinho singelo sobre sua pele, como quase sempre fazia.

Porém, assim que abriu as pálpebras novamente, o rosto de Kokonoi estava mais próximo do que antes. Bem mais próximo. Quase como que para beijá-lo, com sua respiração agora batendo sobre a cerne dele e a tensão sobre os dois ficando no ar. O loiro engoliu seco e sentiu uma pequena tontura.

O rosto de Hajime próximo, seu cheiro, seu toque e a proximidade faziam Inui se recordar de tudo que tinha acontecido. Todas as violações. Um formigamento subiu até seu pescoço, sua garganta se fechou e começou a sentir ânsia de vômito. Sua cabeça estava tonta e ele se levantou rapidamente e foi em direção ao banheiro.

Koko franziu o cenho e sentou-se no susto, preocupado. Quando o loiro chegou no banheiro, abriu a tampa do vaso sanitario e curvou a cabeça. Mas ele não vomitou. Ao invés disso, as lágrimas de seus olhos caíram sobre a água que estava na porcelana, jorrando desesperadas com toda aquele desconforto em seu peito.

Tentou respirar, puxar fundo o ar e soltar devagar. Seu físico foi se acalmando aos poucos e ele voltou o corpo para o lugar- limpou os olhos com as digitais - reparou que Koko estava no canto da porta, observando tudo extremamente confuso. Confuso demais para sequer falar algo. Ele não se lembrava de ter feito tão mal para o amigo a ponto dele querer vomitar com apenas uma proximidade daquelas.

: O que... O que foi isso?

𖠵⃕⁖ Continua...
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