1. marry me?

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Não importa quantas palavras sejam escritas ou quantos acordes ecoem das teclas pressionadas no antigo piano, tudo acaba em rabiscos e murmúrios de frustração. Não há inspiração, não há alma, não há música.

- Musa, corte uns limões se quiser gorjeta. - Diz a jovem ruiva enquanto empilha as canecas de vidro.

- Me deixe em paz, Bloom. - Musa mostra a língua em uma provocação amigável.

- Amo que o cheiro de cerveja te inspire, mas já vamos abrir.

- Já estou indo, sua boba. - Musa diz com uma risada abafada.

O Cloud Tower Bar abre suas portas com a banda cantando algumas músicas sugeridas pelos clientes. O The Winx é formado pelas adoráveis garçonetes do bar e algumas universitárias da Alfea University. Todas são dedicadas à banda, mas com certeza a mais espirituosa é a vocalista Musa, que ilumina o palco todos os fins de semana. Embora muitos clientes sejam atraídos pela música ao vivo, a dona do bar não permite que as garçonetes permaneçam muito tempo no palco. Afinal, alguém precisa servir as bebidas, não é mesmo?

- Gostaríamos de agradecer a todos por estarem aqui esta noite. Meu nome é Musa e nós somos o The Winx....

Os instrumentais são bruscamente interrompidos quando os fios são puxados da caixa de som. O local é preenchido por murmúrios de reclamação e desapontamento.

- Foi você que pediu essa! - Bloom resmunga.

Uma mulher bate com os dedos no relógio de pulso em resposta.

- Ok, batam palmas para a Griffin, que pelo visto falou sério quando só permitiu duas músicas. - A voz de Musa continua bem humorada, não adianta se irritar com a dona do bar.

A plateia aplaude entre risadas. Musa sempre termina as apresentações deixando o ambiente animado e não vai mudar isso só porque precisa sair do palco para trabalhar. Ela foi contratada para servir bebidas e não para cantar, já é um prazer ter ao menos uma oportunidade por noite.

- E não esqueçam das gorjetas! - Bloom aponta para o balcão, onde o bartender balança um pote com varias moedas dentro. - Porque, caso não saibam, também servimos vocês.

- Também aceitamos cédulas! - O bartender grita com um sorriso divertido e o lugar é preenchido por risadas.

"Ótimo repertório!", "Vocês arrasaram como sempre!", "Sua voz é linda, Musa!", "Esperamos pela próxima apresentação!". As jovens ouvem os clientes enquanto vestem seus aventais e pegam as bandejas, agradecendo os elogios com acenos. A boa vibração de Musa é abalada quando ouve-se o sino da porta e o ambiente é preenchido por eufóricas vozes masculinas.

- Seus clientes favoritos chegaram, Musa.

Bloom provoca a amiga, que revira os olhos ao ver o grupo de Fuzileiros do Exército Especialista entrando no bar. Eles cumprimentam alguns conhecidos, incluindo a dona Griffin, e espalham-se pelas mesas redondas próximas ao balcão.

- Ótimo. - Musa diz com ironia. - Um leve assédio até às nove horas e caos do inferno lá para as dez.

- Não se preocupem, gatinhas. - O bartender se inclina no balcão com um sorriso convencido. - Vou defender vocês de qualquer babaca.

- Oh, claro. - Bloom ri. - Nosso doce Brandon contra um batalhão de fuzileiros, quem será que vai ganhar?

- Ei! Eu já fui um deles, esqueceu?

- Você serviu por dois anos na base e depois foi expulso. - Bloom põe as mãos nos quadris e arqueia as sobrancelhas. - Nos relembre o porque.

- A culpa não é minha se o presidente não me aceitava como genro. - Brandon levanta os braços e mostra os perfeitos músculos de seus bíceps. - Fuzileiro ou não, ainda sou forte como um búfalo.

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