Privilegiada

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Após passar vários dias envolvido de muito afeto junto à Kelly, resolvi que estava na hora de minha família a conhecer. Desde que dei a notícia a ela de que iriamos passar o natal com minha família, ela têm estado bem tensa, vantagem para mim que posso fazê-la relaxar quando necessário.

Eu estava arrumando minha mala quando fui surpreendida por minha namorada, ela me abraçou por trás e depositou um beijo em meu pescoço, fazendo meus pêlos eriçarem com o contato.

— Não faz isso por favor... - resmunguei me virando de frente para ela.

— Por que não? - ela refutou com um sorriso sapeca nos lábios.

— Você sabe os motivos. - respondi enquanto ajeitava a gola de sua blusa. — Suas malas estão prontas??

Minha pergunta fez Kelly revirar os olhos e soltar uma lufada de ar. Ela se aninhou em meu pescoço como uma criança, sorri com o ato e retribui o carinho com um beijo no topo de sua cabeça. Era bom tê-la e senti-la dessa maneira, nunca pensei que algum dia fosse me curar de um trauma e me permitir ser feliz novamente. Desvinculando o contato, ela mirou às coisas que estavam na cama, segurei em seu rosto, trazendo seu olhar novamente para o meu e deixei um beijo casto no canto dos seus lábios.

— Não se preocupe, elas vão amar você. - sussurei ainda próxima de seu rosto. Ela sorriu, mas nada respondeu. Suspirei fundo desvinculando o contato, mas ela me puxou novamente, repetindo o ato anterior. — Kelly....

— Ok... - ela me soltou e me encarou, segurei em seus ombros e a fiz dar uma volta de 190°, dei um empurrãozinho de leve e deixei um tapa em sua bunda, fazendo com que ela me olhasse surpresa.

— E vai terminar de arrumar as malas senhorita. - ela caminhou em direção ao outro quarto onde estavam seus pertences, ela ainda não se sentia confortável em deixar suas coisas junto às minhas, dando a desculpa que iria desorganizar o meu espaço por ela ser bagunceira, e realmente era.

Após terminar de ajeitar todas as minhas coisas, pego as malas e coloco em um canto específico, para facilitar na hora de colocar no carro. Caminho para fora do quarto indo em direção onde Kelly está, à princípio caminho devagar para não assustá-la, ela estava virada de costas para a porta, em passos lentos me aproximo e fico encostada no batente da porta, observando-a. Ela parecia cochichar algo para si mesma, coisas inaudíveis à distância em que me encontro, mas uma coisa que entendi foi "eu não vou consegui pedir...". Ela também mexia em algo que não estava em meu campo de visão, mas sabia que era algo pequeno.

Kelly virou-se um pouco, o suficiente para que eu conseguisse ver seu perfil, se inclinou diante do criado mudo para suspostamente guardar o que estava segurando, mas seu olhar vacilou e desviou-se do objeto à sua frente, sendo direcionado a mim.

— OH MEU DEUS!!! - gritou ao se dar conta da minha presença, rapidamente colocando uma mão em seu peito e a outra na qual parecia segurar o objeto atrás de suas costas. — Leigh, o que?....

— Me desculpe, eu não queria assustá-la. - em meu tom havia diversão, uma risada em meio às palavras. — Eu só estava observando você...

Caminhei até ela tranquilamente, deixando uma distância boa para que ela não sentisse seu espaço invadido.

— Tudo bem... - ela respondeu após piscar diversas vezes, tentando compreender a situação. Ela virou-se novamente para a mala e colocou o objeto por debaixo de algumas peças de roupa. — Há quanto tempo está ai??

— Acabei de chegar, na verdade... - me aproximei mais e ela voltou sua atenção para mim.

— Tudo bem, eu só... Me assustei um pouco. - seu sorriso meigo se fez aparente para mim. — Mas não faça novamente...

Just a fresh start - Leigh Shaw and Kelly FosterOnde histórias criam vida. Descubra agora