3. Inscrição

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Assim que abriu o período de inscrições, no primeiro dia, no primeiro horário, lá estava eu preenchendo tudo com a maior precisão. Morrendo de medo que algo desse errado, anotei a senha, imprimi a senha. Confirmei os dados um zilhão de vezes. Conclui finalmente. Suspirei.

Os dias que seguiram foram totalmente normais pra mim. Ouvi uns burburinhos de gente na escola dizendo que já tinha se inscrito. Outros, sem pressa, que ainda se inscreveriam. Minha amiga Júlia guardava a mesma tranquilidade que eu, como se transpirasse a sensação de dever cumprido.

No último dia da inscrição, janto assistindo televisão, sem me importar que em duas horas o prazo acabaria. Até o telefone tocar. Do outro lado da linha, Júlia pede minha ajuda.

- Ai meu Deus! Ai meu Deus! E agora? E agora? A internet aqui em casa parou de funcionar. Tá chovendo muito, não dá pra eu tentar outra opção. É você quem vai ter que me salvar, Lori. Me inscreve no ENEMMM!!!

- Achei que você tinha se inscrito no primeiro dia que nem eu. Mas como é que você tá há meses se preparando pro vestibular e deixa pra se inscrever nos últimos minutos?

- Ai, não sei. É que achei que podia deixar mais pra frente e aí depois esqueci e aí agora lembrei. E aí é isso. Me ajude, por favor!

Levantei da mesa, deixando meu prato meio cheio pra trás e corri ao computador.

- Já está no site, Lori?

- O computador ainda tá iniciando, Jú.

- Uau! Quantos anos tem essa velharia?

- Tô te ajudando e você vai criticar? Preciso lembrar que é a sua internet que não está funcionando, Júlia? E você já está com os documentos em mãos?

- Não.

- Caramba, Júlia. Vai buscar, já tô entrando no site. - digito e clico o mais rápido que consigo.

- Tô indo. Mas não vou sair do telefone. Não sai também não, hein, Lori.

- Não vou a lugar nenhum. - digo, para tranquilizá-la. - Já entrei na inscrição. Vamos adiantando. Me dá seu CPF e data de nascimento. - Não que eu não saiba quando minha melhor amiga nasceu, mas nessas horas é melhor confirmar até o óbvio.

Ouço o som de gavetas abrindo e fechando, objetos sendo remexidos. A avoada da Júlia não sabe CPF, identidade, nem CEP de cabeça. Em seguida, o sistema pede que eu identifique a figura de um óculos de sol para saber se não sou uma máquina em vez da minha amiga. Ainda bem que não tem como saber que sou a Lorena, do contrário Júlia estava ferrada. Alguns campos são automaticamente preenchidos.

Outros não. O sistema está ultralento. E aí começa nossa luta contra o tempo.

- Próxima pergunta: sua cor. Como você se declara, Jú?

- Ih, depende de muita coisa. Isso é um verdadeiro enigma pra mim.

- Como assim, Júlia? Não tem enigma não. Você já sabe as opções. Escolhe uma cor aí rapidinho que seu tempo tá acabando.

- Calma aí, Lori. Não é assim não. Minha avó materna é asiática chinesa e meu avô materno é alemão. Meu avô paterno é moçambicano e a minha avó que casou com ele era índia. Minha mãe é loira de olho puxado e meu pai é negro. Ah! E sendo que do Líbano veio a minha bisavó por parte de...

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