Mãe que me deu

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Olha-se o além
Porventura, o que o mundo tem?
Sua filha corria entre as brisas do vento
E ela nada tem, ô filha do seu rebento
Laços invisíveis que as uniam
Um universo só delas
No escuro viviam
Apenas á luz de velas
E a pobre mãe de nada comia
Dava tudo á sua cria
Sabia que estava a sofrer
Mas fazia tudo para bem a filha crescer
Ó mãe de estômago vazio e coração alimentado
Que se pode fazer tu com pão estragado
Com fome não se dorme
Com sede não se vive
Talvez esteja a mendigar
Ou escravizar
Com fome minha filha não ficará
De águas limpas ela beberá
Até do meu coração posso fritar
Mas da dor, quero minha filha livre
Que posso fazer
Que posso dar
Posso dar beijinhos
Posso dar carinhos
Dou todos os mimos
Tudo o que tenho comigo

Poesia, a órbita do universoOnde histórias criam vida. Descubra agora