Capítulo 8 - Pessoas

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A luz baixa do pequeno bar, focos no palco que tinha espaço para apenas uma cadeira. O silêncio antes de tudo, dois corações tinham a respiração em pausa.

Yoongi estava prestes a fazer uma coisa que nunca imaginou que seria capaz: debutar. Queria mostrar seu amor, estava lá por Taehyung, mas também por si. Emprestou seu dom para tantas pessoas, mas nunca teve ousadia de colocar a cara a tapa. Seu doidinho lhe deu o que precisava para criar aquelas letras, mas também mostrou a ele o que era coragem de verdade. Queria que eles ficassem juntos no final, mas valorizava o tempo que tiveram mesmo que isso não acontecesse. Aquele dia era também, e acima de tudo, para agradecer.

Desde cedo, Taehyung estava com um pressentimento. Todos pareciam estranhos, principalmente Jimin. Eles não costumavam ir naquele lugar, nem acompanhar a carreira de artistas iniciantes, porém teve a certeza quando viu o violão que ele conhecia tão bem. O companheiro que ficava na sala de Yoongi, que tinha a assinatura de todos os amigos. Reconheceu a dele ali e soube na hora o que estava acontecendo. Mesmo assim, quis ficar. Para Tae aquele era um momento especial, ainda que não estivesse ali como namorado.

— Hyung, você faz músicas tão lindas! Devia debutar, sabia?

Tae falava enquanto estava deitado na cama. Folheava o caderno velho de guerra que tinha tantos rascunhos, letras que Yoon tinha até esquecido. Um hábito que tinham adquirido depois de meses juntos, depois do sexo, ainda nus, Tae pedia para que Yoongi lesse suas músicas para ele.

Depois que tinham acabado com aquelas que já estavam prontas, Yoongi começou a compor pequenos trechos apenas para apresentar para Taehyung. Em outros momentos ele até mesmo levava o violão para o quarto e fazia uma pequena apresentação para uma pessoa.

— Estou velho demais pra isso.

— Velho? Não seja bobo! Você é capaz de qualquer coisa, sabia? Muito mais que esses meninos que acabaram de sair das fraldas. - Vendo a expressão de dúvida no mais velho, Tae foi até ele e pegou em seu rosto. - Hyung, se tem alguém capaz de mudar as regras desse jogo, é você!

— Você tem fé demais em mim, dongsaeng.

— Não é verdade, eu apenas te vejo sem esse filtro de autodepreciação.

— Ei, não era um elogio? - Yoongi ria da mudança drástica no rumo da conversa.

— Não, era a verdade. Desde o começo.

O rapper jogou o caderno de lado e deitou sobre o corpo esguio do mais novo. Acariciava o rosto deslumbrante, que encaixava perfeitamente em sua mão.

— Isso aqui é verdade desde o começo?

Para não ter que responder, Taehyung ergueu o queixo só um pouco, para fazer com que seus lábios se tocassem. Mas sim, ele sabia que era real.

O barulho ambiente cessou no momento que o homem se dirigiu até o palco. A expectativa era palpável. Sem apresentações, ele apenas pegou o violão e começou a dedilhar. Tae sentiu as primeiras lágrimas vindo até seus olhos, realmente amava aquele homem.

No começo, bem, era divertido
Todos os altos e baixos em si
Mas, de repente, ficamos cansados
Do desperdício sem sentido de emoções

Mas quando ele começou a cantar, Tae notou que não conhecia aquela letra. Porém, foi impossível não perceber do que se tratava.

Se foi amor e se é a própria palavra Amor
Haveria necessidade de ficarmos nos repetindo?
Parece que ambos estamos cansados e segurando a mesma carta
Se é assim, então
Tudo bem, uma brincadeira de gangorra repetitiva

É uma pena (Taegi AU)Onde histórias criam vida. Descubra agora