- Desculpa pelo incômodo com a panela...
- Não tem porquê se desculpar.
Meu vizinho dizia enquanto eu estava em transe. Onde eu errei? Como não consegui seguir um plano simples desses? Havia poucas anotações em meu bloquinho. Poucas vezes deixei de terminar uma lista sem ser com perfeição... Isso é frustrante. Eu sou um completo inútil mesmo. Por que pensei em me mudar sabendo que posso ser inconsequente?
- Sabe... Você pode ficar pra jantar. Não é sua culpa não haver gás no apartamento. Afinal, é só comprar amanhã!
Isso estava me irritando. Pessoas com bom coração me incomodam. Pessoas assim me incomodam porque EU não sou igual à elas.
- Isso é embaraçoso... Por que você imagina ser algo...? Ahn, esqueça.
Aether está preocupado comigo, seu olhar transmite isso, e eu me arrependo imediatamente de estar aqui. Que ideia BESTA. Me mudar imaginando que seria as mil maravilhas? Sabendo que nem estável eu sou? Meu pai sempre está certo sobre as coisas e isso me irrita. Eu devia tê-lo escutado... Se eu o tivesse, não estaria passando por nada disso.
Eu sou um inútil, pai. Tudo aquilo que você sempre afirmou, eu sou. Desde que mamãe morreu, venho tentando controlar tudo que sinto sozinho. Isso deve ser karma de minha vida passada.
*Flashback on*
- Você não pode falhar em seus exames! De que forma você vai assumir a empresa assim?
- Mas papai... Eu estou tentando. - o Xiao de 9 anos dizia, após tirar um B+ na prova de Matemática.
- Não o suficiente. Não seja um inútil, filho. Por favor.
Com isso, segui em direção ao meu quarto, abracei o travesseiro e chorei baixinho, para que meu pai não pudesse ouvir. Mas mamãe acabou vindo atrás de mim, não ele.
- Oh, filhote... Não se desanime. Seu pai pode ser... Muito severo às vezes. Tenho certeza que ele não queria falar isso!
Após enxugar algumas lágrimas, me voltei à sua direção.
- Mamãe...
- Sim, querido?
- Um dia o papai também vai me amar?...
A partir daí, a única lembrança que tenho é de seus braços ao meu redor, me aconchegando.
*Flashback off*
"Um inútil". Foi a fala que mais percorreu minha mente desde então. "Não seja um inútil, Xiao!". Queria ser amado por ele... Que ele dissesse com orgulho "esse é o meu filho!"
Eu queria fugir. Já tentei uma certa vez. Vez tal que Hu Tao havia me influenciado. Ambos iríamos apenas levar nossas pantufas e, como objetivo, iríamos para Snezhnaya. Na mente de uma criança pequena, para viver em um lugar mais frio, basta sua pantufa ou um cobertor.
Sem perceber previamente, Aether, que observava uma de minhas crises, me abraça.
- Eu realmente não sei pelo o que você passou e, muito menos, o mínimo sobre sua vida antes de vir para cá... Mas eu sei que você precisa de um abraço. - Ele diz, com uma preocupação nítida em sua voz.
- Não prec-
- Sim, precisa sim. E por favor, aceite o meu convite de mais cedo. Apenas por hoje!
Realmente. Hoje mais cedo, ele havia me convidado para jantar e eu recusei. Não tinha um porquê para aceitar, afinal, eu imaginava ter gás na cozinha do apartamento. Queria pensar por alguns segundos se poderia considerar o convite novamente, porém, antes que eu pudesse ao menos piscar, sou puxado para dentro do apartamento.
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O Apartamento ao Lado.
FanficDepois de uma discussão com seu pai, Xiao faz as malas e se muda para outra área da cidade na intenção de sair da sombra do mesmo. Se encarregar da empresa de Zhongli não poderia ser sua única missão em vida, afinal, não se via como banqueiro de for...