𝗟𝗢𝗩𝗘 𝗨𝗡𝗔𝗩𝗔𝗜𝗟𝗔𝗕𝗟𝗘 , 𝖧𝖺𝗍𝖺𝗄𝖾 𝖪𝖺𝗄𝖺𝗌𝗁𝗂

第九章

๑°⸙͎ ˎ´-

Caminhei na direção da mulher ficando mais próxima da mesma. Ela me olhava de cima a baixo como se estivesse me avaliando depois de anos com aquele seu mesmo sorriso, Kaede era definitivamente atraente, sua aparência me encantava, sabia que com sua beleza ela podia ter quem quisesse ao seus pés.

—— Confesso que estou curiosa como você virou chefe de uma máfia, ainda mais do País do Trovão. Mas tenho afazeres para tratar. —— Informei jogando os dois pergaminhos para a morena que logo os pegou com facilidade.

—— Não seja tão impaciente. Venha. —— Exigiu.

A mulher se vira de costas e caminha entrando em um beco escuro e eu a sigo. O beco ficava mais escuro e a moça não falava nada, apenas continuava caminhando. Vejo a claridade vindo aos poucos no fundo do beco e me deparo com o outro lado da vila, um lado que só permaneciam criminosos, o sol estava mais brilhante do que nunca, a vila era movimentada e aparentava ser bem tranquila diante daqueles bandidos selvagens.

Kaede andava me chamando e eu a sigo passando pela vila. A mulher se senta em um banquinho que fica ao lado de um balcão do lado de fora e eu observo todo o ambiente e vejo que é um pequeno bar. Sentei ao seu lado e vi o olhar nervoso do suposto dono do lugar, sabia bem o motivo mas ignorei, apenas pedi um drink fraco onde o mesmo trouxe sem hesitar tentando não ligar sobre minha presença em seu bar.

Kaede pede a mesma bebida que a minha e pede uma porção de palitinhos de Hanami-Mitarashi. Dangos Mitarashi são bolinhos de arroz cobertos com molho doce de shoyu e açúcar, eles são uma deliciosa sobremesa japonesa e é frequentemente consumida durante festivais, mas essa receita é tão famosa e gostosa que não importa a data, você vai ver pessoas por toda a parte comendo algum palitinho desses de Dangos. Suponho que esse seja um dos pratos favoritos da moça. Bebo um pouco do meu drink e olho para a mesma que dá um leve sorriso para mim.

—— Qual era mesmo seu nome? Era Hanna Kiyohara? —— Disse a morena tentando lembrar.

—— Isso não importa. Me diz, como saiu daquela vila fajuta e virou umas da chefe do País do Trovão. —— Exclamei indo direto ao ponto.

—— Depois que taquei fogo na casa dos indivíduos que me tratavam feito lixo e que me obrigavam a trabalhar para eles, eu fugi. —— Disse enquanto bebia um gole do seu drink.

—— Como assim você conseguiu fugir? pra mim pensei que eu sairia daquela vila só quando eu entrasse em estado de óbito. —— Revirei os olhos.

—— Também pensei, mas era meu único jeito de fugir, ao invés de ter tacado fogo era pra ter os matado, como fui burra!. —— Berrou dando um soco no balcão com raiva.

—— Você acabou de me dar uma ideia que era pra ter tido naquela época, mas eu não podia. —— Suspirei.

—— Você era a garota que morava na casa daquela louca alcoólatra da vila. —— Perguntou-se.

—— Infelizmente sim. Passei anos sendo espancada todos os dias por aquela mulher, e oque mais me intriga é que nunca pude ter o sentimento de ter um pingo de orgulho pela minha própria mãe. —— Digo deixando as palavras saírem automaticamente de minha boca.

—— Você era filha dela. Sinto muito. —— Disse surpresa.

—— Sim. Eu a odiava, se eu não tivesse o sonho de ser uma grande ninja da paz naquela época, talvez ela já estaria morta pelas minhas próprias mãos a muito tempo.

—— Também tinha esse sonho de ser uma grande ninja, mas devido a tantas situações precárias e humilhações que passei pelas pessoas que pensei que me compraram só pra me fazer feliz, foi um plot twist daqueles. —— Suspirou.