P.O.V Castiel
Após aquela última aula em que eu e Dean nos desentendemos eu comecei a reparar mais em seus detalhes. A primeira coisa que eu notei foi que a cor de seus olhos se intensificam quando está triste ou com raiva. O verde claro, calmo, pacífico passa para uma coloração musgo e intensa.
Tem sardas pouco notáveis se você olhar rápido para seu rosto, o que não foi meu caso. Também há olheiras um pouco escuras que me fazem questionar o motivo de suas noites em claro. Ele forma um bico bem engraçado em seus lábios quando está pensando ou prestes a fazer alguma piada.
Inquieto talvez o definiria, sua personalide difícil é bem notável. É perceptível também que seu ego é maior do que qualquer um imagina. Eu não sei como cheguei a uma conclusão da personalidade difícil do Winchester, talvez eu ainda não tenha chegado a uma mas é inegável que Dean se deixa levar pelas emoções. Ele é um grande livro aberto de sentimentos, indecifrável talvez para alguns, mas não para mim. Eu não sei se foi porque eu estudei tanto seu comportamento que parece que eu o conheço há anos. Algumas de suas ações se tornaram previsíveis. O mais estranho era que eu pensava em Dean o tempo inteiro, o que ele poderia estar fazendo, que confusão estaria arrumando ou que sarcasmo estava a fazer.No momento eu estava na sala após o último tempo de aula, apenas pensando enquanto roía as unhas. Dean entra na sala, ele parece incomodado.
- Algum problema, Dean?
- Ah claro! - Ele começa bem sarcástico - Vem ca, qual é a sua?
Ele interroga.
- Não entendi.
Apesar de ter dito aquilo, eu desconfiava do que se tratava.
- Acha que eu não percebi esse tempo todo você me olhando igual a um psicopata?
Eu deveria ter sido mais discreto.
- Não sei do que está falando.
Eu digo nervoso.
Dean me da um pequeno empurrão que faz com que eu recue alguns passos.
- Winchester, a próxima vez que você fizer isso eu vou ser obrigado a te entregar a diretoria.
Ele solta uma risada que eu teria achado adorável se não estivesse tão nervoso.
Suas orbes verdes claras estão escuras como previsto, igual a quando nós discutimos a primeira vez.
- Sabe, você devia conversar com alguém em relação a forma estúpida que se comporta. - Eu começo a dizer novamente. - Mas é um pouco compreensível porque vejo claramente que falta algo em você, e não é a falta de sexo que este lugar proporciona. Oh não, é mais que isso. Falta algo bem mais profundo em você.Eu estou impressionado com minhas palavras, elas simplesmente saíram.
Dean está bem quieto, ele respira ofegante e tem uma expressão assustada. Alguns segundos atrás ele teria me socado, mas eu disse algo que o afetou mesmo sem saber o que era.
- É... ok, eu vou nessa.
Ele sai da sala como se estivesse fugindo.P.O.V Dean
Isso foi muito estranho, era como se ele conseguisse ler o que havia dentro de mim, sem contar os dias que ele me observava como um verdadeiro stalker. Ele agia como se eu fosse transparente e isso me deixou bem assustado.
Uma lágrima escapa de meus olhos. Oh não, não!
Por que esse cara me deixou tão sensível? Merda!
Preciso sair daqui antes que eu exploda. Eu posso aproveitar que é sexta-feira e os alunos maiores de idade podem sair, tudo que eu preciso é uma cerveja e um cigarro.
Vou para o meu quarto que por uma conhecidência também é o quarto do meu irmão.
Ao entrar no quarto vejo Sam deitado na cama com um livro na mão. Tento esconder dele meus olhos avermelhados, mas ele logo percebe.
- Dean? O que aconteceu?
Ele me olha preocupado. - Você não estava fumando maconha, né?
- Que?! Não!
- Por que seus olhos estão vermelhos?
- Um cisco. - Eu digo fungando.
Ele me olha mais próximo.
- Não, isso não foi um cisco. Dean, da pra você me dizer o que houve? Estava chorando?Mas que droga Sam!
- Não. - Eu nego novamente.
- Eu gostaria que você me dissese o motivo tão enorme que fez você chorar. Porque pelo que eu me lembro, nem quando mamãe morreu você chorou.
- Sam! Cala boca, por favor! Eu não estou afim de falar sobre isso, eu só quero sair e beber até cair duro no chão com cirrose.
- Não fala merda! Como você vai sair? Você nem é maior de idade, e eu não vou te deixar sair assim.
- Quem é você pra dizer aonde eu vou ou deixo de ir? O mais velho aqui sou eu, ok? Eu dou um jeito de sair, mas eu preciso que o senhor certinho ai fique de bico calado, se não eu serei obrigado a castrar alguém.
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Sin » destiel
FanfictionCastiel Novak, uma criança com uma família religiosa. Seu pai, Tom Novak queria que o pequeno menino seguisse o caminho da igreja, por bem ou por mal. Longe do conhecimento de seus outros familiares, Castiel era agredido pelo seu pai por pequenas tr...