Quantas coisas pode um garçom fazer?

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— Idiota, você faz tudo errado. — Alegou o cara de cabelos azulados, me empurrando para o lado e derramando a bebida dentro da pia, com o intuito de refazê-la. — Sorte sua que tenho dó de demiti-lo, porque pelas suas habilidades, você não se garante em porra nenhuma.

Revirei os olhos. — Problema seu! Argh, eu arranjo outro trabalho facilmente. — Retruquei, estressado. Embora, isso seja claramente mentira...

— Ah sim, mas saiba que eu só te contratei porque você é bonitinho visualmente. Até recebemos novos clientes. — Comentou Dottore, esfregando o pano por dentro do copo. — Se tivesse dó de demiti-lo porque é um ratinho de beco que vive nas minhas custas, eu já teria o colocado para fora há muito tempo.

— Tsc. — Rangi os dentes o encarando. — Você é ridículo. Qual o próximo pedido? — Questionei, tentando agarrar o caderno em cima da prateleira. — E pare de colocar a merda dessa caderneta na última prateleira!!

Ele agarrou então o caderno, brevemente o lendo. — Um coquetel de Espresso Martini, para um tal de... caralho. — De repente, sua expressão facial se alterou, e ele se manteve surpreso.

— Hm? — Perguntei, puxando o caderno de sua mão. — Coquetel Expresso Martini para Kaedehara Kazuha, ah, nossa que surpreendente, um cara que a gente nunca viu, uau muito raro. Ele vai amar a minha bebida e vai jogar na sua cara que eu preparo-as melhor que você. — Coloquei o caderno sobre a mesa e agarrei um copo, juntando tais ingredientes e de início, enchendo o copo de vodka.

Ao abrir a tampa do licor de café, fui interrompido. Porém, estranhei, pois normalmente Dottore me atrapalha de forma violenta com puxões ou me empurra, só que desta vez ele somente veio a me pedir de forma gentil o copo.

— Não, não, nada disso. — Suspirou o azulado. — É literalmente o Kaedehara Kazuha, ele é influente 'pra caralho, Scaramouche. Me dê isso. — Estendeu a mão.

— Ué. — O encarei de cima a baixo, arqueando a sobrancelha. — Kaedehara Kazuha? — Perguntei, confuso. De fato não conheço este nome de lugar algum, sequer já ouvi falar.

— Óbvio que você não ia conhecer, esse seu tijolo que você chama de celular só funciona WhatsApp. — Ele agarrou seu próprio eletrônico e num piscar de olhos pesquisou o nome de tal figura, me entregando e passando a preparar o coquetel.

Mostrei-o a língua ao escutar a breve resposta. — Pois me compre um celular novo então, seu arrombado! — Observei a tela, ainda estranhado. — Ele é gatinho, mas não tem nada demais. Só entendi que ele tem cara de rico.

— Ele é rico mesmo, mas esse não é o ponto. Enfim, se eu fosse explicar para um acéfalo igual você demoraria e ele já perderia interesse. — Logo, ele colocou a bebida pronta em minha bandeja. Caramba, ele a preparou numa rapidez, mal notei. — Me devolve o celular.

Eu o entreguei seu eletrônico e então agarrei a bandeja, prestes a sair, ele me barrou.

— Faz alguma cara boa, Kunikuzushi!! — Ele elevou o tom de voz.

— Hein? — Resmunguei, arqueando a sobrancelha e emitindo uma feição inconformada.

— Imagina se ele se apaixonar em você, era dinheiro na certa. Então dê teus pulos aí. — Sorriu de forma inconveniente, o que me irritou. Tsc, o que ele espera?

Será que ele esperava algo tipo: "Nyaa oi Kazuha-chan, tomeh seu coquetel, se quiser o prato extra pode me chamar!!"; aí esse tal de Kazuha pergunta: "Que prato gatinho? Erriessi Erriessi." e então eu respondo "Eu erriessi erriessi."

Não, não vai acontecer.

~.

Coloquei a bebida sobre a mesa. — Aqui o seu prato, senhor. Deseja mais algo? — Agarrei o caderno, anotando os detalhes do pedido.

Ei, Garçom, Traga o Próximo Copo - KazuScaraOnde histórias criam vida. Descubra agora