Gravida do traficante

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Sentir o lado esquerdo do meu rosto arder com o tapa do meu pai.

— Você é uma vergonha, não passa de uma marmita de traficante! — eu me levantei e sai da casa escutando os gritos do meu pai.

Já escutei muita coisa, não sou obrigada ter que escutar aquele ser humano me chamar de vadia, e ficar calada.

Fui para o único lugar que eu tinha certeza que não seria xingada e tratada como um animal.

— S/n? O que faz na rua uma hora dessa? — a mais velha estava com o rosto amassado, eu apenas liberei minhas lágrimas e agarrei a minha madrinha.

— Calma querida, não se desespere! Vá para seu quarto e descanse, amanhã conversamos melhor. — eu sentir um abraço, físico não, era um abraço que vinha da alma.

Apenas fiz o que a mulher disse, dona Rosângela sabia o que fazer em todos os momentos possíveis.

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— Como foi que isso foi acontecer dona S/n? — eu apenas sorri fraquinho levando a xícara de café a boca.

— Foi em um baile, eu estava um pouco bebada, e quando vi já estava na cama do cara. — vi a mais velha fazer negativo com a cabeça.

— Você precisa comunicar o pai dessa criança, você não fez sozinha! — revirei os olhos me jogando no sofá.

— Eu tenho medo do que ele vai proporcionar, e se ele for aqueles babacas que pedem para tirar a criança? Melhor não tia! — a mais velha parecia não concordar com a situação.

— Ele é o pai s/n! Merece saber, querendo ou não, ele é o pai! — coloquei a xícara na pia e peguei a minha bolsa.

— Depois a gente conversa, eu tenho que ir trabalhar e não quero discutir até com a senhora.

Antes de sair, Rosângela segurou meu braço tomando minha atenção.

— Você vai falar com o pai dessa criança ou eu mesma irei! — eu suspirei e fiz positivo com a cabeça. — Você tem até hoje!

Eu apenas puxei o braço de volta e fui para o meu trabalho. Foi um saco, a gravidez tava me deixando muito ignorante e emotiva, por pouco não fui demitida.

Agora, eu estava voltando para casa, eram 14:00 da tarde e sol estava queimando até minha alma. Em uma praça, onde necessariamente eu precisaria passar, vejo o Roger, o pai do meu filho.

Fingi que não vi, passei reto e ignorei os comentários. Quando estava chegando no portão da casa da minha madrinha, escutei chamarem meu nome e puxarem levemente o meu cabelo.

— O que você quer Roger ? — eu parei para observar o platinado sorrir vindo em minha direção.

— Nossa, não precisa me tratar mal, se não gostou da nossa noite pode falar, não precisa ficar falando dessa forma. — ele parecia meio decepcionado.

— Olha só, isso não tem nada haver com você, só tou estressada! Agora fala logo que eu quero entrar— ele fez negativo com a cabeça.

— Eu só queria saber como você estava, eu te mandei mensagem e você nem sequer respondeu... — ele olhou para o chão tentando conter seu constrangimento.

— Foi mal, meu celular quebrou semana passada e eu ainda não peguei nele. — ele deu um sorrisinho de lado.

— Mas enfim, sua madrinha disse que você queria falar comigo. — eu sentir o chão sumir, eu queria enfiar minha cara em algum lugar do chão.

Minha maior dúvida era como minha madrinha havia descobrindo que era ele o pai e como que iria dizer isto a ele.

— Ah, não era nada! — eu sorri nervosa, tentei disfarçar o máximo pois sabia que o Roger não iria desistir de saber o que era.

— Tem certeza? Ela parecia está bem nervosa! Aliás ontem eu vi o seu pai, ele estava furioso contigo. — eu apenas forcei um sorriso e fingir tranquilidade.

— Foi bobagem, ele estava apenas em um momento delírio, eu descobriu algumas coisas minhas, e ficou daquela forma. — eu me virei para entrar na casa, quando meu corpo foi bruscamente puxado.

— Para de mentir para mim! Eu sei que tem algo acontecendo, e algo me diz que eu tenho uma parcela de envolvimento nisto! — ele segurou meu corpo me impedindo de fugir, ele molhou os lábios enquanto eu tentava processar uma mentira.

— Eu já disse que não é nada! E mesmo que fosse, você não tem que se envolver nisto. — eu revirei os olhos, empurrando o homem em minha frente.

— S/n! Se você estiver escondendo algo de mim, e eu descobrir por outra boca, você vai se arrepender de ter escondido a verdade de mim.

Eu sentir um calafrio percorrer por meu corpo, eu apenas entrei na casa e fiquei esperando a minha madrinha chegar de seu trabalho.

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— O que está acontecendo aqui?— Apareci na escada dando de cara com Roger e Rosângela me esperando no sofá.

— Você vai falar a verdade agora pra ele, ou eu mesmo conto! — ele me olhou sem entender o que ela queria dizer.

— O que? Tia, eu já disse que iria resolver isso na hora certa. — ele se levantou me encarando.

— Acontece senhorita S/n, que você estava sendo egotista com o Roger! Ele tem o direito de saber.

— E se não for ele? Se for de outro cara? Eu não posso alegar uma coisa sem ter certeza! — ela recusou com a cabeça segurando meu braço.

— Isto não é verdade! Você está apenas tentando mentir pra si mesma, ou você conta agora, ou eu irei contar. — eu puxei meu braço com força.

— Você não tem esse direito de se envolver neste assunto, eu já disse que no momento certo ele iria sabe por mim!— nessa hora, o Roger puxou meu ombro e segurou meu rosto, esperando uma explicação.

— O que seja, me conta agora S/n S/s! Você não tem o direito de esconder algo que me envolva, se eu estou no meio do assunto, eu tenho a obrigação de saber.

Eu olhei para a minha madrinha, eu sabia que não tinha mais saída! Se eu não contasse, outra pessoa faria isso por mim. Eu conhecia o Roger tempo suficiente para saber que ele odiava mentiras.

O que eu escondia de todos, era que eu e ele tínhamos um relacionamento escondido, sem compromisso nem um.

— Eu estou grávida — eu falei baixo, com lágrimas nos olhos.

— Eu não entendi! Fala mais alto— minha madrinha estava sem paciência já.

—Ela está grávida! — Rosângela praticamente gritou estressada, o moreno olhou para mim sem acreditar que era verdade.

— Você realmente está grávida? — eu apenas confirmei com a cabeça. Ele colocou as mãos na cabeça e fechou os olhos pensando no que fazer.

— Até quando você iria esconder o meu filho? ATÉ QUANDO VOCÊ IRIA ESCONDER O MEU FILHO? SE NÃO FOSSE A ROSÂNGELA, VOCÊ IRIA ME CONTAR QUE ESTÁ COM UM BEBÊ MEU NA BARRIGA? — eu já sabia desta reação, já sabia disto, já sabia o que iria acontecer! Ele não é e nunca vai ser diferente dos outros.

— Se não quer assumir, tudo bem! Só não peça pra tirar o bebê. — ele negou com a cabeça, estava fora de si.

— Eu jamais faria algo assim, essa criança é fruto do meu sangue! Eu não estou com raiva por causa da criança, estou com raiva de você! Que tentou esconder o meu filho. — eu abaixei a cabeça esperando a agressão de sua parte, mas me surpreendi quando o mesmo me abraçou.

— essa criança ainda é minha filha(o), eu jamais te perdoarei pelo que fez comigo, nós estávamos em um relacionamento tão bom, e você vacilou desta forma! — eu dei um sorriso falso e fraco.

— Saiba que só estou olhando para sua cara, por que meu filho ainda está na sua barriga, tirando isso, eu não olharia para você nem com um milagre. — eu assenti, entendo todo o ódio que ele havia tido por mim! Ninguém mandou eu fazer uma bobagem desta.

Mas ele também tem que entender o meu lado, o que eu poderia pensar de um traficante? Que ele acolhesse o filho com todo amor? São raros os traficantes que aceitam o filho!

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Achei esse cap bonzinho, querem a part 2??

Roger Guedes - ImaginesOnde histórias criam vida. Descubra agora