um pouco de anestesia, por favor?

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Pouco a pouco se esvaindo o brilho primordial das primeiras impressões.
Por quanto tempo dura a solidão da passagem de uma estrela moribunda viajando solitária pelo universo infinito e quase vazio?
Seriam as coisas rápidas e sem durabilidade as mais belas obras de Deus?
A grandeza das coisas passageiras me assusta tanto quanto imaginar-se no meio do infinito oceano de sentimentos humano.
Como sussurrar poesia nos ouvidos de um coração machucado e arredio?
Como um gato maltratado que só entende a língua da agressão, e que sem permitir que o toquem, não consegue distinguir a mão que fere com a mão que vem trazendo alivio...
E quanto mais o vento soprava pela fresta daquela janela entreaberta, mais a chama da vela se assustava criando sombras na parede.
E continuamos criando sombras nas nossas paredes, nos impedindo de ver além do próprio medo...
Eu iria até o mais profundo dos problemas universais buscar por respostas que já sabemos. Nadaria contra a própria força das marés sem olhar para a margem segura das praias da sua zona de conforto.
Queimaria o próprio fogo que incendeia todas as coisas vivas e arrancaria de dentro do mais profundo abismo da terra uma resposta que nem os Deuses tiveram permissão de obter.
E então mesmo se o sopro final de vida me fosse pedido em troca, não trepidaria em oferecer... tudo para saber qual é a cura de um coração partido...
Tudo para tentar ser a anestesia que libertará o mais belo pássaro que meu coração já pois os olhos... olhos que não enchergam o palpável, mas que observam a alma...

Deposite em mim toda sua dor e me chame de larOnde histórias criam vida. Descubra agora