06. Não Precisa Ser Estranho

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Han Jisung




Depois que terminamos de comer, Minho me mostrou onde ficava o banheiro e me cedeu roupas limpas para vestir.


— E onde eu vou dormir? — Perguntei olhando ao redor do apartamento, me sentindo extremamente sem graça por fazer tal pergunta.


— Não tenho um quarto de hóspedes, Jisung, meu apartamento é bem pequeno. Não pensei que teria que dividir o espaço com outra pessoa. — Arregalei os olhos quando notei sua expressão culpada. — Pensei sobre isso a uns cinco minutos atrás. Somos homens e vamos construir uma amizade, dividir o apartamento já é algo bem acima, então não achei que seria realmente um problema. É como um dormitório, não? Um internato? Uma república?


— Você está sugerindo o que eu acho que está sugerindo? — Balançou a cabeça, dessa vez parecendo incerto. — Não acho que estamos pensando a mesma coisa. Onde você sugere que eu durma? — Perguntei e ele apontou para a cama de casal. — Com você? — Assentiu mais uma vez, parecendo extremamente constrangido. — Sem chances disso acontecer. — Cruzei os braços acima do peito. — Estamos indo longe demais com essa loucura.


— Eu não vou fazer nada com você, sou alpha mas isso não quer dizer que sou como a maioria. Vou virar para o outro lado e dormir, não vai notar que estou ao seu lado. Não precisa ser desconfortável e nem uma grande coisa. Se você não ficar pensando muito sobre isso, não vai se tornar tão estranho. — Deu de ombros.


— Não tem como eu ter plena certeza disso. Não tem como eu saber que não é o tipo de alpha que vai tentar alguma coisa. — Me remexi desconfortável. — E você também deveria sentir certo receio de dormir com um estranho, você não sabe do que eu sou capaz. Dividir o apartamento com um estranho já é fora do comum, dividir a cama é insanidade.


— Então está bem. Acho que você tem razão. — Suspirou parecendo cansado e caminhou até a cama. — Eu durmo no sofá e você dorme aqui na cama. — Pegou alguns travesseiros que estavam espalhados e abriu a porta do quarto.


— Minho... — Chamei e o mesmo se virou. — Me desculpe, você está sendo generoso comigo e eu estou sendo muito exigente para alguém que não têm muitas opções. — Sentei na ponta da cama e passei a brincar com os meus dedos, apenas para evitar seu olhar. — Se quiser dormir aqui também, eu não me importo. A última coisa que eu quero ser é mal agradecido, não quero te tirar da sua própria cama. E bem... Somos colegas de apartamento, hum? Eu que aceitei ficar aqui. Somos como amigos agora. Como... Uma república de dois... — Dei de ombros e o mesmo sorriu. — Eu posso dormir no sofá também, não é como se a cama fosse a única opção.


— Não tem problema se quiser dormir aqui sozinho, pelo menos por essa noite. O sofá não é tão ruim assim, eu já estou acostumado. — Sorriu de lado.


— Eu sei que está doido para deitar na cama e dormir, Minho. — Revirei os olhos. — Você parece bem cansado e bem... Ainda somos homens, não deveria ser um real incômodo.


— Você está certo, acho que isso já é um bom começo de amizade. Não precisamos tornar isso mais estranho do que já é. — Riu e caminhou lentamente até a cama, se deitando a uma certa distância, deixando um grande espaço entre nossos corpos. — Eu preciso dormir, tenho que pedir demissão amanhã. — Sorriu divertido e se virou de costas. — Boa noite.


— Como assim vai pedir demissão? Pensei que eu iria trabalhar para você. — Perguntei confuso.


— Na verdade, você vai trabalhar para o meu pai. Ele é o dono de tudo aquilo, não eu, e para falar bem a verdade, nem tenho o mínimo interesse de ser. Eu não quero trabalhar para ele, você precisa de um emprego e ele precisa de alguém para pôr no meu lugar... Viu? Tudo se encaixa.


— Isso é estranho de se ouvir.


— Por que? — Se virou de frente para mim, ainda mantendo distância.


— Eu nasci em uma família egoísta. Eles me venderiam para um alpha rico se tivessem essa oportunidade. Amo minha mãe com todo o meu coração, mas ela me venderia pensando ser a absoluta felicidade. Todos eles têm essa visão distorcida da vida.


— Eu não sou rico, mas tenho certeza que continuaria trabalhando para o meu pai se isso ajudasse na compra de um Jisung. — Riu e eu corei fortemente. — Desculpe, vai ter que lidar com minhas maluquices. Eu costumo soltar vários flertes, e isso já me colocou em várias encrencas. Apenas ignore.


— Acho que dessa você escapou, me deram de presente para você. Eu não levo tudo muito a sério, então acho que podemos viver bem. — Fiz careta e o mesmo riu anasalado. — Também estou ficando com sono. — Bocejei e afofei o travesseiro que ele empurrou para o meu lado. — Boa noite, Minho. — Sorri.


— Boa noite. — Retribuiu o sorriso e se virou mais uma vez.


— Obrigado mais uma vez. — Sussurrei, sentindo meus olhos pesarem de sono.


— Eu que agradeço. — Franzi o cenho em confusão mas decidi deixar para lá.


...

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Lightning | Versão Minsung | M.Preg ✔Onde histórias criam vida. Descubra agora