21. Quatro Meses e Meio

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Lee Minho 





Jisung ficou muito estressado depois de Diana sair do apartamento e travou apenas com a idéia de enfrentar seus pais. Decidi não insistir, até porque era de insistência dele passar por aquele momento, não minha.



Por mim, Jisung jamais voltaria para a casa de seus pais. Por mim, Jisung nunca mais passaria pela sensação de ser rejeitado e julgado novamente. 



Com isso, um mês e meio se passou de Jisung marcando e desmarcando e dando inúmeras desculpas para não enfrentar seu medo.



Jisung defendia que precisava pegar objetos importantes dos quais sentia falta mas eu já havia percebido que era apenas uma desculpa para vê-los novamente.



Durante todo esse tempo em meu apartamento, Jisung passou inúmeras noites mal dormidas por conta de seu choro durante as madrugadas. 



Jisung não queria admitir que estava sentindo falta de seus pais. Não queria admitir que ainda doía, então eu apenas fingi não ver para deixá-lo confortável.



Sentia seus braços me rodearem toda noite, assim como seus lábios tocarem o meio das minhas costas. 



Fiz questão de aromatizá-lo todas as noites, deixando claro para ele que eu estava acordado e que sabia de sua angústia, mas que não me atreveria a confronta-lo. Não quando ele ainda se sentia sensível e deprimido.



E aí, se passou mais um mês e meio da angústia do ômega. Eu já não aguentava mais vê-lo tão para baixo, tão desmotivado. Tentei de tudo para deixar o ômega feliz, e sabia que até conseguia, mas o pensamento da rejeição de seus pais ainda o perturbava.



Jisung decidiu ir trabalhar com meu pai, passando quase o dia inteiro no escritório e a noite afundado em trabalhos que levava para terminar no apartamento.



Eu permaneci ao lado dele, em silêncio, respeitando seu espaço e suas lamentações, mesmo que ainda tentando animá-lo. 



Com o ômega naquele estado, não me atrevi a cruzar o limite que ele estava impondo. Apesar de sentir meu coração doer ao não vê-lo com tanta frequência e não poder tocar seus lábios como queria, Jisung ainda me presenteava com seu interesse e sua confiança em seus momentos na madrugada.



Me contentei em ser seu melhor amigo, e recebi todos seus beijos secretos no meio da madrugada. Me contentei em me apaixonar sozinho.



Jisung já estava com quatro meses de gestação, quatro meses de seu coração pesado e uma tensão entre nós dois, tanto sexual quanto apenas intensa.



Mesmo que meu pai não fosse a melhor pessoa para se pedir conselhos, me pus a perguntar o que deveria fazer para ajudar Jisung com seu coração quebrado.



Recebi a resposta que achei que receberia. Ele me disse que tudo que eu precisava fazer era ajudar Jisung a encerrar o ciclo com os seus pais.



Finalmente entendi o que deveria fazer. Entendi que deveria ajudá-lo a encerrar um ciclo de sua vida para que outro pudesse ser aberto.



Apesar de um ômega forte, Jisung ainda estava grávido e um grávido com o coração pesado poderia se tornar um pai com depressão pós parto. Algo que ele poderia não aguentar, algo que eu poderia não conseguir curar.



Então, naquela noite, quando Jisung se deitou ao meu lado com as lágrimas presas nos olhos, apenas esperando que eu fechasse os meus, eu o abracei e contei o que estava se passando por minha cabeça.



Lightning | Versão Minsung | M.Preg ✔Onde histórias criam vida. Descubra agora