08. Sentiu Errado

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Han Jisung




— Aqui está, seu folgado. — Entreguei a xícara de café a ele e dei um gole em meu chá.


— Obrigado. — Sorriu agradecido. — O que vamos fazer hoje? — Perguntou parecendo um pouco mais animado.


— Eu não sei o que vou fazer hoje, mas pensei que você tivesse que trabalhar.


— Eu acho que vou tirar mais um dia para pensar com calma se eu realmente quero passar a minha vida inteira cuidando da empresa da família. — Suspirou frustrado. — Eu odeio a idéia de ficar o dia inteiro parado, sentado em um escritório, rodeado de papéis. — Bufou. — Isso não é para mim, não é o que eu quero fazer.


— E o que você quer fazer?


— Você é a primeira pessoa que me pergunta o que eu realmente quero fazer. Minha vida inteira não foi o que eu queria mas sim o que os outros esperavam de mim. — Bebericou o café. — Quero continuar com o meu emprego lá no orfanato. — Sorriu grande e fechou os olhos. — Eu amo crianças e me apeguei a elas. Gosto de brincar com elas e ajudar nos deveres, é legal ver que elas se apegaram a mim e que eu posso brigar com elas quando elas fazem algo de errado e presenteá-las quando fazem algo certo. Me sinto um pouco pai e é exatamente do que elas sentem falta.


— É um lindo pensamento. Eu não vejo nada de errado neste emprego, é algo que deveria se orgulhar.


— Eu me orgulho. — Sorriu largo. — Só o meu pai que não. A empresa Lee sempre esteve no topo da lista, trabalhar em um orfanato? Fora de questão. — Riu em escárnio. — As pessoas de fora da minha família só me encorajam para assumir a empresa porque isso vai trazer fortuna para mim e é isso que elas querem, sugar o meu dinheiro e tudo o que eu tenho.


— Acho que temos mais em comum do que pensamos. — Franziu o cenho e passou a me analisar com cuidado.


— Por que diz isso?


— Minha família não é rica mas tem uma situação razoável. Têm pequenos negócios, dos quais eu iria assumir ano que vem e tentar erguê-los. — Arregalou os olhos. — Mas isso aconteceu e eles me colocaram para fora de casa. Pensei que podia contar com amigos para me ajudar mas eles me humilharam. — Ri sem humor. — Quando você me encontrou desmaiado... — Hesitei. — Eu cheguei a ligar para alguns e pedir ajuda, mas não alguns desligaram e outros apenas disseram que sentiam muito. No desespero, eu o quebrei, depois me arrependi amargamente.


— Isso é horrível, eu nem sei o que te dizer.


— Não diga nada, já me acostumei. Foram dias na rua procurando por amigos que poderiam me ajudar, mas eles só me humilharam mais. Eu não os culpo totalmente, seria uma despesa a mais. O que eu esperava, não é? 


— Não acho que você me dê tanta despesa, aliás, eu faço questão de arranjar um ótimo emprego para você. Caso queira sair daqui, vai ter condição de se sustentar e comprar uma casa.


Aquele era o momento perfeito para contar sobre minha gravidez, o momento perfeito para pedir ajuda.


— Minho... — Chamei mas fui interrompido pela campanhia. — Merda! — Praguejei baixo. — Eu atendo! — Me levantei e ele agradeceu baixo antes de bebericar mais do café.


— Quem é você? — Uma loira saiu entrando pela porta do apartamento, mal me dando tempo para raciocinar. — O que está fazendo aqui? Por que está deste jeito? Vou logo avisando que Minho tem namorada então nem tente... Oh, Minho me falou de você, sim. O garoto da tempestade, não? Pensei que já tivesse caçado seu rumo.


Lightning | Versão Minsung | M.Preg ✔Onde histórias criam vida. Descubra agora