╔ MIDNIGHT ╝
[Livro 1 da saga Season of Terrors]
Escondida entre o Alasca e o Canadá, Riverwind é uma cidade amaldiçoada, fundada sobre segredos e sangue, moldada pela corrupção da poderosa família Atlas.
Persephone sempre soube o preço de carr...
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
O anoitecer arrastava consigo um cortejo de crianças e adolescentes para aquele inferno terreno onde a Twilight Carnival havia se estabelecido. Eles chegavam em ondas, suas silhuetas recortadas contra as luzes distorcidas das tendas e carrosséis, vestindo fantasias que variavam do singelo ao grandioso. Para um observador desatento, poderia parecer apenas mais uma celebração inofensiva de Halloween, um evento qualquer em que jovens se entregavam ao prazer da fantasia e dos sustos bem-humorados. Mas para aqueles que estavam ali por algo além da diversão passageira, a realidade era diferente. Não havia nada de pueril naquela noite. Seus passos, determinados, seguiam rumo a um destino já traçado, endurecidos pela certeza do que os aguardava.
Eles sabiam. Todos ali sabiam.
A Twilight Carnival era mais do que um parque de diversões itinerante; era um campo de provação onde cada um seria confrontado com os próprios pecados. E na última noite da temporada, sob o véu da Monster Night, os pecados sempre cobravam seu preço.
Caminhei entre meus dois meio-irmãos, sentindo o vento frio envolver nossos corpos enquanto nos infiltrávamos na multidão. Aquiles, à minha direita, parecia feito para aquele ambiente, trajando uma fantasia que lhe caía como uma profecia cumprida: um deus grego, de túnica branca presa por um broche dourado no ombro, sandálias de couro amarradas até os joelhos e uma coroa de louros repousando sobre seus cabelos. O glitter dourado ao redor dos olhos fazia com que seu olhar brilhasse sob a lua, refletindo a luz das lanternas espalhadas pelo parque. Havia algo de imponente nele, algo que o fazia parecer acima da inquietação generalizada ao nosso redor, como se soubesse que, independentemente do que acontecesse naquela noite, sairia ileso.
Já Eva, à minha esquerda, exibia uma abordagem mais sombria. Fantasiada de vampira, carregava uma presença etérea que oscilava entre o mistério e a fragilidade. Seus olhos, tingidos de vermelho pelas lentes de contato, faiscavam na penumbra, enquanto a capa preta, forrada de vermelho, esvoaçava ao vento. A blusa social de mangas bufantes e a saia preta rendada davam-lhe um ar aristocrático, quase gótico. As presas falsas encaixadas sobre os dentes caninos cintilavam quando a luz tocava sua boca entreaberta, mas nem mesmo aquele detalhe bem-executado conseguia mascarar a tensão em sua expressão. Ela estava preocupada. Eu podia sentir isso.