CAPÍTULO 4

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   Quando a cantoria finalmente acabou, minha mãe veio até a mesa para distribuir os pedaços do bolo, mas eu vi aquilo como uma deixa para sair dali arrastando Morgan e Victoria comigo

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   Quando a cantoria finalmente acabou, minha mãe veio até a mesa para distribuir os pedaços do bolo, mas eu vi aquilo como uma deixa para sair dali arrastando Morgan e Victoria comigo.

   Saindo da minha casa e correndo por duas quadras até chegar na praia, quando meus pés alcançaram a areia fina, eu finalmente parei de correr, minha respiração ainda estava acelerada, mesmo assim eu tirei os sapatos e caminhei até mais perto do mar, deixando que a água gélida engolisse meus pés.

   — Você está bem? — a voz de Morgan saiu suave.

   — Eu precisava respirar — falei sem olhar para elas.

   Meu olhar estava unicamente preso no horizonte, focado apenas no silêncio e calmaria da praia, as ondas quebrando e o vento passando por nós – a calmaria não ajudava, não para alguém que estava tão acostumada com o caos.

   — Isso não pode continuar Persephone, você vai acabar se matando — Victoria estava preocupada.

   — Eu...

   — Será que posso falar com ela? — virei minha cabeça vendo Oliver ali, parado a poucos metros, esperando por uma resposta positiva.

   Meu olhar vagou para as duas loiras mais próximas, implorando com um olhar para que ao invés disso, elas recusassem e que Oliver fosse embora – isso não aconteceu.

   — Claro — Victoria foi quem respondeu, arrastando Morgan pelo mesmo caminho em que viemos, e me deixando sozinha com o Lorcan mais velho.

   Virei minha cabeça para frente novamente, focando meu olhar no mar aberto, senti Oliver se aproximar até que sua presença trouxesse calor as minhas costas, um calor família e aconchegante na qual eu sabia que cederia.

   — Você saiu de repente — foi a primeira coisa na qual ele comentou.

   — Você já sentiu como se não estivesse realmente vivendo? — perguntei, mudando tão repentinamente de assunto.

   — Lilly...

   — Existe uma teoria sobre isso — o interrompi — Dizem que nossas mãos e pés são gelados porque nosso coração está em modo sobrevivência, bombeando sangue apenas para nossos órgãos mais vitais, por isso não estamos realmente vivendo.

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