𝙋𝙧𝙤́𝙡𝙤𝙜𝙤

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    Georgie Cooper, inegavelmente falando, era um dos caras mais bonitos do ensino médio.

Era o que todas comentavam, desejavam ele, e ele como todo adolescente, não negava uma.

Eu nunca me importei muito. Tipo, tudo bem, o menino era um gato, porém eu não precisava dele, sabe? Além disso, eu literalmente dava um fora por dia, definitivamente não era de se jogar fora.

Porém, no intervalo para o almoço da escola, enquanto eu me sentava na minha mesa de sempre, Cooper se aproxima da minha mesa com um grande sorriso.

- Ei. - Chama a minha atenção.

Levanto os olhos da minha comida para encará-lo. - Sim?

- Posso me sentar com você? - Perguntou já sentado na minha frente e começando a comer.

- Se sinta a vontade. - Respondo voltando minha atenção para a comida, igronorando o fato do meu coração parecer que quer saltar para a fora do corpo.

- Eu aposto que o cara que inventou o garfolher ficou milionário. - Georgie disse depois de alguns instantes em silêncio, me olhando enquando levantava seu garfolher para me mostrar.

- Foi genial, não foi? - Entro na onda, em forma de brincadeira.

O garoto sorri.

- Será que o sobrenome dele é garfolher? - Questiona encarando o objeto com bom humor.

Solta a risada que tanto lutava para sair, Georgie triplicou seu sorriso, seus olhos pareceram brilhar.

- Ou talvez seja o nome de algum filho, eu acharia sensacional um objeto tão útil com meu nome. - Brinco mordendo uma maçã, Georgie ri com seus olhos grudados nos meus.

- Por que meu pai não pensa em uma coisa dessas? - Ele ri enfiando o garfolher no macarrão.

Sorrio genuinamente.

Sua atenção era visivelmente toda minha, se não estivesse tão acostumada, ficaria constrangida.

- Fala sério, o treinador Cooper parece ser um grande gênio. - Digo com um discreto sorriso nos lábios, o que só ocasionou uma gargalhada sincera dele.

- A coisa mais genial que meu pai já fez com toda a certeza foi ter me feito. - Georgie se gaba, ironicamente balançado seus cabelos compridos.

Rio escondendo meu sorriso com uma das mãos para não ser indelicada.

- Ei! - O jovem me repreendeu. - Não faça isso.

- Isso o quê? - Questiono subitamente confusa.

- Esconder ué. - Ele dá de ombros. - Faça como eu, algo tão bonito, nunca deve ser escondido, é quase uma blasfêmia.

Por um breve momento, sinto meu coração errar a batida.

Não sei o que há de errado comigo em me sensibilizar por um flerte tão descarado, o qual recebo quase todos os dias!

Mas não por ele. Uma parte irritante do meu cérebro cismava.

- Se eu estivesse 1% do seu ego - Me recompondo rapidamente - Seria muito mais feliz.

- Não seja por isso, posso te ensinar.

Nós trocamos sorrisos, mas rapidamente quebro o clima.

- Você não vai me comer. - Aviso, Georgie me encara, não perdendo o encanto nem por um segundo sequer.

- Estou satisfeito com o macarrão seco, mas obrigado. - Ele retruca brincalhão apontando com o garfolher a comida do prato, não desvio o olhar quando digo:

- Não me vai me foder, compreende? - Ele me encara parecendo se esforçar para não rir. - Caso for isso que deseja, pode se retirar, não estou minimamente interessada.

Georgie, de alguma maneira, consegue rir e me admirar ainda mais encantado.

- Você dá fora de um jeito chique.

𝙀𝙣𝙨𝙞𝙣𝙖𝙣𝙙𝙤 𝙖 𝙉𝙖𝙢𝙤𝙧𝙖𝙧 - 𝘎𝘦𝘰𝘳𝘨𝘪𝘦 𝘊𝘰𝘰𝘱𝘦𝘳Onde histórias criam vida. Descubra agora