4. 𝘾𝙤𝙢𝙥𝙖𝙣𝙝𝙚𝙧𝙞𝙨𝙢𝙤

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- 𝙑ocê sabe que horas são!? - Minha mãe grita no momento em que chego em casa. Ela ainda estava de uniforme do trabalho e o cabelo preso no coque alto.

Eu tinha acabado de deixar Georgie em casa, e tinha falsas esperanças dos meus pais ainda não terem chegado.

Mas não sou lá muito sortuda.

- São nem oito horas ainda. - Respondo me sentindo super exposta somente com o biquíni na frente deles.

- Isso não é hora de filha minha estar fora de casa! - Meu pai disse agressivamente do balcão da cozinha. - Estava fazendo o quê a noite com esse tipo de roupa?

Me arrepio e estremeci de raiva.

- Está insinuando alguma coisa? - Questionei travando a mandíbula.

Eu posso ser muitas coisas, mas meus pais me considerarem uma prostituta é demais para mim.

- Não sei. - Deu de ombros ironicamente. - Não sei o que devo pensar quando veja a minha filha chegar tarde da noite em casa somente de lingerie.

- Eu estou de biquíni! - Me defendi ofendida, cruzando os braços na frente do corpo para tentar me tampar. - E acabei de voltar da praia em outra cidade, somente por isso. - Justifico desconfortável, o olhar dos dois pesando sobre mim.

- E eu devo acreditar que você estava sozinha, Maya? - Minha mãe diz rigidamente, me olhando de cima a baixo com um julgamento insustentável.

- Me ofende você achar que eu me venderia dessa forma! - Digo encolhendo os ombros, desejando poder sumir ali mesmo.

- Você nunca mais me ouse voltar para a casa nesse horário. - Meu pai, James, exigiu. O que era hipócrita, já que essa vez foi a primeira do ano em que ele chegou em casa nesse horário, considerando que fazem dias que não o vejo.

- Sim senhor. - Concordo na intenção daquilo acabar logo.

- Maya, se eu descobrir que você estava com um menino, as coisas vão ficar feias para você. - Minha mãe, Rebeka, ameaça apertando os punhos fortes.

Suspiro.

- Eu estava acompanhada de um menino. - Aviso já prevendo a bronca.

Muitos anos atrás, descobri que o tapa que vou receber agora vai ser muito menos doloroso do que seria a surra que receberia se eles descobrissem sozinhos.

- Eu sabia. - James bate o punho no balcão indo até mim, me recuso a me encolher. - Você estava....

- Eu não transei com ele! - Grito na hora do nervosismo. - Quem vocês pensam que eu sou? - Me ofendi com as sobrancelhas franzidas.

- Você não grita comigo. - Berra entre dentes com raiva, me apontando um dedo na cara, me contorço sem poder demonstrar raiva.

- Maya Blackwood, na próxima vez que você gritar com seu pai, eu... - Começou minha mãe, apertando meu braço com força, ao ponto de deixar sua marca, porém James se irritou primeiro e seu tapa ardeu na minha bocheca.

- Você vai aprender a nos respeitar, sua putinha barata! - Meu pai gritou na minha cara. - É impressionante como você consegue me envergonhar toda vez! - Seu hálito bateu contra o meu rosto e só então eu entendi.

Ele fedia a pura cerveja, por trás da marra de bombeira, minha mãe também se encontrava plenamente bêbada.

- Você está bêbado. - Declaro com a voz enojada, igronorando o ardor do tapa e a mão de Rebeka que me apertava cada vez mais forte, o olhando de cima a baixo.

O apelido me doeu, mas ouvir isso do meu próprio pai doeu mais ainda.

- Se suma da minha frente garota. - Ele diz virando a cabeça, se recusando a me olhar com descrença, minha mãe largou meu braço com agressividade.

𝙀𝙣𝙨𝙞𝙣𝙖𝙣𝙙𝙤 𝙖 𝙉𝙖𝙢𝙤𝙧𝙖𝙧 - 𝘎𝘦𝘰𝘳𝘨𝘪𝘦 𝘊𝘰𝘰𝘱𝘦𝘳Onde histórias criam vida. Descubra agora