3. 𝙄𝙣𝙩𝙚𝙧𝙧𝙚𝙨𝙚 𝙤𝙗𝙟𝙚𝙩𝙞𝙫𝙤

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- Desde quando você é um bom aluno? - Duvido da promessa com um sorriso provocante.

Estávamos em uma sorveteria de bairro, Georgie havia me buscado hoje cedo e me trazido quase a força, agora estou no meio de vários adolescentes, as oito e quarenta da manhã em um sábado de pijama.

- Eu sempre fui! - Argumentou o Cooper revoltado - Mas ao lado do senhor gênio Sheldon, todo mundo é burro. - Cruzou os braços parecendo uma criança.

Todo mundo conhece Sheldon Cooper, o irmão caçula do Georgie e o gênio de onze anos que está no ensino médio.

Escondo meu sorriso achando graça na birra.

- Tudo bem se você for burrinho - Brinco com piedade, ele me olha com os olhos arregalados de indignação. - Você é bonitão, engraçado e jogador, é o suficiente. - Declaro e o garoto volta a se encostar a cadeira, suspirando aliviado.

Tinha pedido uma casquinha de baunilha com morango e ele de chocolate, que aliás já havia mais na sua blusa do que encostou na casquinha.

- Eu tentei me mostrar um bom moço para você. - Deu de ombros antes de dar uma lambida no sorvete.

- Nem precisa, conheço sua reputação. - Comento enquando comia o meu sorvete.

- Ei! - Me repreendeu voltando a me olhar, dei de ombros e abri um sorriso tímido.

- Não se preocupe, eu gosta dela. - Disse e ele me devolve um sorriso brilhante.

- Que bom - Disse novamente com sua atenção no doce. Depois de uma pausa, ele hesitou e me olhou de repente muito confuso. - Pera aí, que reputação eu tenho?

Para enrolar ele, me inclino para cima da mesa, fazendo ele engasgar, antes de pegar um pouco do seu sorvete com a língua e rapidamente voltando para o meu lugar.

Agora Georgie Cooper estava corado, indignado e sem palavras.

Tem visão mais deliciosa que essa?

Eca, penso ao sentir o sabor na língua, odeio sorvete de chocolate.

-Aonde estávamos mesmo? - Pergunto observando ele tentar se recompor. - Ah, claro, como você está sendo obediente.

Ele tosse e derruba todo o sorvete no colo, levanta seus olhos para mim com um sorriso provocativo e me arrepio, não, não, não!

- Georgie, não, não! - Tento impedir ao afastar minha cadeira mas já era tarde.

Seu sorvete voou para meu pijama fino preto, termino de vez a casquinha e jogo devolta o excesso que havia caído na minha blusa, determinada a me vingar.

E no momento em que menos vimos, já era uma guerra de sorvete generalizada no estabelecimento inteiro, nossos cabeloa pingava um sorvete amarelo e marrom, toda a pele e os rostos manchados de muitos sabores.

Rimos juntos quando uma casquinha quebrou no ombro dele, e Georgie me usa como escudo da próxima releva de sorvetes sabor baunilha.

- Isso não é romantes! Não é romantes! - Grito tentando sair da frente, Georgie me segurava firme no lugar se encolhendo atrás de mim, ambos rindo.

Não demorou para o dono nos expulsar dali, logo éramos dois adolescente sujos dos pés a cabeça de sorvete sentados em uma caminhonete antiga, com a barriga doendo de tanto rir.

- Isso foi a coisa mais divertida que eu já fiz na vida. - Confessou com uma mão na barriga demonstrando sinceridade, balanço a cabeça em concordância.

- Sabe o tanto de alimento que foi desperdiçado ali? - Pergunto em forma de bronca, apesar da minha voz estar tranquila demais para realmente ser.

- Fala sério. - Ele me encara como se eu fosse burra. - Ninguém passa fome de sorvete!

𝙀𝙣𝙨𝙞𝙣𝙖𝙣𝙙𝙤 𝙖 𝙉𝙖𝙢𝙤𝙧𝙖𝙧 - 𝘎𝘦𝘰𝘳𝘨𝘪𝘦 𝘊𝘰𝘰𝘱𝘦𝘳Onde histórias criam vida. Descubra agora