2. 𝘾𝙖𝙫𝙖𝙡𝙝𝙚𝙧𝙞𝙨𝙢𝙤/𝙧𝙤𝙢𝙖𝙣𝙩𝙚𝙨

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    A porta da frente bate com força quando meu pai finalmente chega em casa por volta das onze da noite.

Meu pai, o xerife da cidade, é muito ocupado, somando o fato da minha mãe ser a líder dos bombeiros não facilita a minha relação com eles.

Havia se passado quase dois dias depois da promessa com o Cooper, não trocamos o número então não nos falamos desde então.

Eu os levei até a casa deles, nós nos despedimos e acabou.

O que é meio estranho, tipo, eu tenho um namorado agendado?

- Maya, está faltando alguma coisa? - Meu pai, o xerife Blackwood abriu a porta do meu quarto com seu clássico uniforme e uma carteira gorda na mão.

- Eu não preciso de nada, pai. Obrigada. - Nego com um sorriso educado.

- Vou deixar a grana encima do balcão da cozinha, ok? - Ele avisa ainda segurando na porta, um pé dentro e outro fora. - Vou sair com sua mãe então não quero que ligue. - E saiu fechando a porta atrás de si.

Geralmente é assim.

Não levem meus pais a mal, me deixem explicar.

Os dois trabalham muito, de segunda á sábado sem dias de descanso, e é um emprego puxado. Moro em uma casa grande e confortável, tenho tudo que desejo e às vezes almoçamos juntos no domingo.

Óbvio, de vez enquando sinto falta de um conselho materno ou uma preocupação paterna, e é óbvio que não gosto quando eles bebem e acabam esquecendo que tem uma filha e não um saco de porradas.

Mas isso é raro, dificilmente acontece e estou bem da maneira em que eles nos colocaram.

Tenho espaço, conforto, privacidade e liberdade, tudo que uma adolescente gostaria.

-

Não demorou para chegar segunda de manhã, e não foi difícil bater um papo com uma amiga fofoqueira e "sem querer" deixar escapar que Georgie Junior Cooper se comprometeu comigo.

Em outras palavras, a escola inteira agora sabe que ele é meu.

Tendo a experiência que tenho, o coitado está condenado.

As primeiras aulas ocorrem normais, foram filosofia e matemática, mas no caminho para a terceira aula, sou impedida por Dereck Conway e seu buquê gigante de rosas.

- Ei, Maya. - Ele me chama erguendo e colocando o buquê para perto de mim. - Queria pedir desculpas, sabe, por tudo o que rolou sexta. - Dereck coçava a nuca e desvia o olhar, claramente constrangido. - Me sinto péssimo por ter te machucado.

Fiquei meio sem reação.

O cara estava no meio da escola com um buquê gigante em mãos me pedindo desculpas?

Não é como se eu fosse perdoar, mas mesmo assim é uma grande ação.

- An, Dereck... - Comecei mas parei de falar quando percebo seu olhar se desviar de mim e sua expressão endurecer.

- Suma daqui, você já teve sua chance. - Georgie Cooper aparece atrás de mim com uma carranca no rosto.

- Saí dessa, você não é nem concorrência. - Conway desmerece sem importâncias.

- Engraçado que sexta a noite não lembro dela pedir para você beijar ela. - Cooper debocha, eu travo minha mandíbula de raiva.

𝙀𝙣𝙨𝙞𝙣𝙖𝙣𝙙𝙤 𝙖 𝙉𝙖𝙢𝙤𝙧𝙖𝙧 - 𝘎𝘦𝘰𝘳𝘨𝘪𝘦 𝘊𝘰𝘰𝘱𝘦𝘳Onde histórias criam vida. Descubra agora