Capítulo 1

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 Draco se levantou assustado ao ouvir um barulho estranho vindo do quarto de Teddy, o menininho de quatro anos que morava com ele e o marido desde o final da segunda guerra. Teddy era filho de Remus Lupin e Nymphadora Tonks, afilhado de Harry Potter e primo do Malfoy. Como os dois primeiros haviam morrido durante a guerra assim como os parentes mais próximos, Draco e o marido acabaram por ficar responsáveis pelo pequeno metamorfomago.

-Teddy, que barulho foi esse? - O homem de longos fios loiros perguntou enquanto se aproximava da porta do pequeno serzinho.

-Nada, padrinho – A voz do garotinho saiu meio alarmada, o que fez Draco estranhar ainda mais a situação enquanto segurava a maçaneta da porta, abrindo-a ao mesmo tempo em que Teddy corria até uma pilha de roupas para esconder algo. Ao notar a presença do padrinho no cômodo o garotinho rapidamente escondeu as mãos atrás do próprio corpo, encarando o mais velho com seus olhinhos extremamente arregalados.

-Edward Lupin, o que você está escondendo? - Draco fechou a expressão e o garotinho pareceu ainda mais alarmado no momento em que percebeu que o padrinho se aproximava de onde ele estava com uma das mãos estendidas. Sem escapatória, Teddy estendeu as mãos e mostrou ao padrinho o que escondia anteriormente.

Um ofego baixo escapou por entre os lábios de Draco assim que seus olhos pousaram no vira tempo que estava entre as pequenas mãozinhas de seu primo. Teddy era só uma criança, não deveria estar em posse de tal objeto, visto que ele nem ao menos deveria ter noção do que era aquilo ou para o que era usado.

-Onde conseguiu isso? - Sua voz saiu tão baixa e amedrontada que o Malfoy mal se reconheceu naquele momento.

-Rose me deu, disse que me ajudaria a ver os meus pais – A fala do garotinho era extremamente envergonhada. Havia feito o possível para esconder o objeto desde que chegou após o almoço da casa de sua amiguinha. Ela o havia explicado que aquilo o ajudaria a ver seus pais e também lhe instruiu a como usá-lo. Pretendia fazer ainda naquela tarde, porém ficou tão empolgado com a ideia de ver os pais pela primeira vez que acabou esbarrando na cômoda de seu quarto e consequentemente acabou por derrubar o abajur que ficava em cima do móvel. Não queria ter chamado a atenção do padrinho, temendo magoá-lo. Teddy era muito feliz na casa de seus padrinhos, mas ainda assim sentia falta de seus pais, mesmo que nunca houvesse visto nenhum dos dois sem ser em fotos. Bom, agora suas chances haviam escapado por entre seus pequenos dedinhos sem que pudesse fazer nada.

Enquanto Teddy lamentava mentalmente Draco já imaginava todos os tipos de xingamentos que usaria assim que saísse de sua casa e se encontrasse com ambas as mães de Rose. Não conseguia acreditar que ambas haviam sido irresponsáveis a ponto de deixar aquilo ao alcance da menina de quatro anos (para falar a verdade ele bem sabia que Pansy era totalmente capaz de tal feito, mas esperava um pouco mais de Granger, pelo amor de Merlin!). Foi arrancado de seus pensamentos ao escutar um fungar baixinho, seus olhos automaticamente se voltando para Teddy enquanto o garotinho fazia o possível para esconder suas lágrimas.

-Teddy, por que está chorando? - Perguntou no tom mais calmo que possuía e que conseguia usar naquela situação, abaixando-se para que pudesse olhar diretamente para o rostinho de seu primo.

-Me desculpa, padrinho. Eu não queria te magoar – A fala saiu meio entrecortada por conta de alguns soluços, porém nada que impedisse a compreensão de Draco. O mais velho soltou um suspiro enquanto deixava seus braços caírem ao lado do próprio corpo, buscando calma em seu interior para que não surtasse e fosse atrás de Parkinson e Granger, queria muito xingar ambas as mulheres naquele momento.

-Eu não estou magoado, Teddy – Se interrompeu para poder suspirar novamente antes de voltar a falar – Mas eu não posso deixar que você use isso, é muito perigoso.

Uma viagem ao passadoOnde histórias criam vida. Descubra agora