Capítulo 2

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Uma semana. Fazia exatamente uma semana desde que Draco havia desaparecido e Harry já não sabia mais onde procurar ou que deveria fazer. Lembrava claramente do dia em que Teddy havia lhe explicado como Draco havia desaparecido bem diante de seus olhos, porém o garoto estava tão assustado que não conseguiu dar todos os detalhes. Harry também não exigiu isso, não quando ele mesmo não conseguia absorver totalmente a notícia.

Era o seu Draco. O seu veela que já estava a uma semana desaparecido. O auror não fez nada nas primeiras horas, até porque tinha esperanças de que aquilo era apenas um mal-entendido e que na manhã seguinte acordaria e Draco estaria ao seu lado na cama. Infelizmente não foi o que aconteceu. Quando acordou após um breve cochilo a cama continuava fria e completamente arrumada do lado que Draco costumava ocupar. O procurou pela casa, mesmo que tivesse noção de que não o encontraria, já que não conseguia sentir o cheiro e nem mesmo a magia de seu marido. Lembrava-se de ter tentado senti-lo por meio da ligação que compartilhavam, mas novamente não havia sentido nada, o que lhe fazia acreditar que onde quer que Draco estivesse ele estava inconsciente.

Foi naquela mesma manhã que o auror decidiu fazer uma denúncia de desaparecimento no ministério, na esperança de que aquele caso fosse rapidamente resolvido. Não foi o que aconteceu também. Não havia sinal de onde seu marido pudesse estar, de quem ou se alguém o havia levado. Não havia nenhum sinal, nenhuma pista do que havia acontecido naquele fatídico dia. E foi só apenas depois que aquilo lhe atingiu que Harry decidiu que já era hora de conversar com Teddy. Mesmo que não quisesse sobrecarregar seu pequeno e não quisesse que ele revivesse aquilo, Harry sabia que o único que poderia lhe dar pelo menos uma única resposta satisfatória era o pequeno Lupin.

-Teddy? - O mais velho bateu delicadamente na porta do quarto do garotinho, abrindo-a e empurrando para que pudesse entrar no cômodo parcialmente escuro. Se Harry acreditava que ele estava sofrendo com aquela situação, sem se comparava ao que o pequeno Teddy estava sentindo desde aquele dia. O garotinho comia pouco, quase não dormia e as vezes até mesmo buscava pelo padrinho loiro pela casa. Às vezes, quando a saudade era demais, Teddy chorava agarrado com uma das túnicas do Malfoy para que pudesse sentir o cheiro dele.

-Você o achou, padrinho? - O garotinho estava com os cabelos castanhos naquele momento e o encarou com tanta esperança que Harry sentiu seu coração se partir um pouco mais por não dar ao pequeno a resposta que ele queria ouvir.

-Infelizmente não, querido – O choramingo que Teddy soltou fez com que o Potter sentisse vontade de chorar. Também sentia falta de Draco, do calor do corpo de seu marido, do cheiro gostoso que ele emanava, de seu humor ácido e de seu jeitinho carinhoso. Não estava acostumado a não ter seu companheiro sempre por perto, a não senti-lo mesmo com todo o esforço que fazia. - Mas eu acho que você pode me ajudar, Teddy.

-Como? - Seu tom era tão desanimado que fez com que Harry sentisse as esperanças escapando por entre os seus dedos.

-Você se lembra o que aconteceu no dia em que seu padrinho sumiu? - Seu tom era calmo enquanto o Potter se aproximava e sentava-se na beira da cama que Teddy ocupava. Ele analisou com atenção a forma como o pequeno franziu suas sobrancelhas e ficou em silêncio por alguns minutos antes de desviar o olhar, o rosto adquirindo uma coloração avermelhada.

-Eu fui à casa da Rose aquele dia. Brincamos no quintal a manhã todinha, padrinho, foi muito legal! Só que um pouco antes do almoço ela começou a perguntar sobre os meus pais. Perguntou se eu sentia falta deles, se eu queria ver os dois e é claro que eu respondi que sim. Ela me deu um colar estranho, com uma coisinha no meio e me disse que eu só precisava girar aquilo e depois apertar para que eu pudesse ver eles. Foi o que eu fiz assim que cheguei, eu girei e ia apertar, mas o padrinho chegou antes que eu conseguisse. Ele disse que se eu usasse aquilo não iriamos mais nos ver, por isso eu entreguei pra ele, só que o colar quase caiu e quando o padrinho pegou ele sumiu! Nós não vamos mais ver o padrinho? - Em algum momento Teddy havia começado a chorar e ele parecia tão desesperado que Harry apenas o puxou para os seus braços, o apertando contra o seu peito enquanto segurava as próprias lágrimas. Precisava ser forte naquele momento, por ele e por Teddy.

Uma viagem ao passadoOnde histórias criam vida. Descubra agora