Capítulo 3

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-Como assim 1977? Isso não pode ser possível - Draco tinha os olhos arregalados, o cálice que anteriormente segurava agora se encontrava caído nos lençóis que cobriam suas pernas, por sorte já não havia mais água dentro dele. Toda aquela história ficava cada vez mais sem nexo na opinião do loiro. Não fazia sentido ter voltado tanto assim, nem era possível que um vira tempo proporcionasse viagens tão longas assim.

-Sabemos que está confuso e com razão, mas você está aqui por um motivo. Só você pode fazer as mudanças que são necessárias para que o futuro não seja tão ruim para alguns – O tom de Perseus era tão tranquilo que aos poucos Draco sentiu-se relaxando. Porém, antes que deixasse todo aquele assunto de lado por conta da estranha calmaria que o inundava Malfoy fez as ligações necessárias para que mais dúvidas surgissem em sua mente.

-Como assim "mudanças"? - O loiro encarou os outros dois com desconfiança, notando os olhares meio arregalados.

-Nunca vi ninguém se livrar tão facilmente do controle do Perseus, você é realmente uma criatura diferenciada, Draco – Caelum falava com certo fascínio, estudando o Malfoy com olhos cheios de interesse, o que fez com que Draco se encolhesse um pouco.

-Vocês só estão me deixando mais confuso – O loiro murmurou com um biquinho em seus lábios, o que deixou sua voz meio abafada, mas não impediu o entendimento dos outros dois, que riram da manha do Malfoy.

-Certo, você tem razão, querido. Sobre as mudanças, elas têm como alvo principal uma pessoa que você deve conhecer muito bem – O Selwyn comentou enquanto se sentava uma cadeira que estava próxima a cama em que Draco sentava e só então o loiro deu uma boa olhada ao redor. Estava em um cômodo que se assemelhava a uma enfermaria, apesar de bem menor do que as que estava habituado. As paredes tinham papéis de parede brancos com detalhes em dourado. Além da cama que Draco ocupava havia outras duas bem arrumadas com lençóis claros. Havia também algumas prateleiras e móveis com poções e panos. Um cômodo bem equipado para qualquer tipo de emergência.

-Quem? - Voltou a conversa após uma boa olhada no local, virando a cabeça para que pudesse encarar os outros dois.

-Severus Snape – O loiro arregalou os olhos ao ouvir aquele nome saindo por entre os lábios de Perseus.

-Meu padrinho? Por quê? - Suas mãos agarraram os lençóis que cobriam suas pernas, apertando-os com certa força. Seu padrinho havia morrido durante a guerra após ser mordido por Nagini. Lembrava-se muito bem daquele dia quando Harry se aproximou e lhe deu a notícia. Chorou por horas na presença do herói do mundo bruxo e foi a partir daquele dia que se tornaram próximos.

-Tenho certeza de que você deve ser uma das poucas pessoas que sabem o quanto Severus sofreu não só durante seu período em Hogwarts como também depois disso – Caelum falava com certo receio, temendo que qualquer palavra errada pudesse fazer com que o loiro se estressasse. Draco apenas concordou com a cabeça ainda em silêncio, desconfiado de como eles possuíam aquelas informações.

-Severus é um veela, Draco, assim como você. Porém, por algum motivo ele não recebeu sua herança de criatura e nunca teve a chance de conhecer seu companheiro e desfrutar de uma vida com ele – O rapaz de cabelos cacheados falou com um semblante entristecido. Lhe doía saber que alguém havia sido egoísta o suficiente ao ponto de causar tanto sofrimento para uma criança.

-Por que alguém faria uma coisa dessas? - O Malfoy se encontrava horrorizado. Imaginava como deveria ter sido doloroso para seu padrinho ter seu veela reprimido por tantos anos. Era tão triste saber que ele nunca havia conseguido ser ele mesmo por completo, que ele nunca teve a oportunidade de ter seu companheiro por perto, que ele nunca pode ter uma família. Sentiu vontade de chorar.

-Não sabemos ainda por que ou quem, por isso precisamos de você - Caelum estendeu uma das mãos lentamente, segurando a de Draco que nem ao menos percebeu que começava a se machucar por conta do forte aperto nos lençóis.

-Claro, como eu posso ajudar? - Respondeu rapidamente, segurando as lágrimas enquanto encarava o rapaz que ainda segurava sua mão.

-Precisamos que você esteja em Hogwarts, dessa forma além de proteger Severus você também vai ter a chance de descobrir quem está tentando prejudicá-lo – O rapaz de cabelos pretos e olhos em tom âmbar falou o plano com uma voz séria, coisa que ele não havia usado desde o momento em que Draco havia acordado.

-E antes que você pergunte como fará isso, nós já demos um jeito. Caelum trabalho no ministério, então não foi tão difícil assim adicionar um registro falso e uma recomendação para que você seja enviado para Hogwarts como professor de poções. Sobre Slughorn, digamos que eu apenas tive que ter uma rápida conversinha com ele para convencê-lo a abandonar a escola por um tempo – Perseus tinha um sorrisinho malicioso no canto de seus lábios, o que acabou por chamar a atenção de Draco para uma informação que ele havia deixado passar.

-Tenho uma pergunta e espero que vocês me respondam com sinceridade se esperam que eu confie em vocês daqui pra frente. Teve uma fala do senhor Prince que me chamou a atenção, o que ele quis dizer com "sair do controle do Perseus"? E como você convenceu Slughorn com apenas uma conversa? - O loiro perguntou com visível interesse.

-Oh, isso? Eu tenho sangue de ninfa por conta da minha mãe, então tenho algumas habilidades por conta disso. Posso manipular por meio da fala, porém nem sempre é tão efetivo. Além disso, as vezes tenho visões também, por isso eu já sabia sobre a sua chegada e sobre você. Sei que anteriormente nós nos conhecemos depois que você saiu de Hogwarts, mas dessa vez o destino fez o favor de adiantar isso, pelo menos para mim – Perseus ainda tinha um sorriso nos lábios, porém esse agora era muito mais afetuoso do que o anterior.

O cômodo ficou em silêncio por um instante enquanto Draco assimilava todas aquelas informações. Era estranho para ele descobrir tudo aquilo daquele jeito, mas era apenas questão de tempo para que conseguisse digerir tudo aquilo.

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-Capítulo não revisado. 

Uma viagem ao passadoOnde histórias criam vida. Descubra agora