Capítulo 5

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Aurora

Despertei com uma dor horrível de cabeça, abri os olhos mas tive que os fechar por conta da luz, mas a visão de segundos que eu tive foi totalmente diferente do meu quarto, quando finalmente tomo coragem para reabrir meus olhos ouço paços, não me movo apenas fingo dormir.

-Ela ainda tá dormindo. - Uma voz doce se refere a mim.

-Sim, mas temos que acorda-la.

Peraí, eu conheço essa voz! É o Nicolas!!!
Me espreguiço um pouco fingido acordar.

-Bom dia! - Diz uma moça de aparentemente 40 e poucos anos.

-Bom dia... onde estou?

Nicolas veio em direçao ao sofá que eu estava deitada, ele usava uma calça jeans diferente da que ele usa para o colégio e uma pollo branca que deixava-o ainda mais gato.

-Oi Aurora... -Ele se senta meio sem jeito.- ...Encontrei você ontem bêbada na rua e como não sei onde fica sua casa trouxe você para dormir aqui.

Droga, esqueçi de ontem a noite.

-Ah, brigado Nicolas, quem me trocou? -Pergunto assim que percebo que minhas roupas estão diferentes.

-Fui eu, prazer Natália. - a senhora fala apertando minha mão.

-Prazer. - Forço um sorriso, pois até agora minha cara está bem amarrada - Vou me trocar para ir pra casa.

-Não, toma café ai.

A idéia de comer em um lugar onde não sei como é feita a limpeza me assusta, mas mesmo a casa sendo muito pobre é bem limpa.
Olho para Nicolas que aponta para a mesa, me levanto e vou até lá.
A mesa deles é bem diferente da minha, onde teria sucos, biscoitos e pães tinha apenas café com leite e pão com manteiga, e nada disso me agrada.

-Pode comer. - Dona Natalia fala, seu sorriso é tão convidativo que coloco um pouco de café com leite em um copo para não fazer desfeita, logo me surpreendo pois estava melhor do que eu imaginei.

-Aurora, quer que eu leve em casa?

Nicolas pergunta, na mesma hora me vem a mente que esqueçi completamente meus pais.

-Sim, onde está minha roupa?

-No banheiro querida.

Dona Natália aponta para uma porta, me levanto e ando até lá devagar; O banheiro é um cubículo, não sei como alguém consegue viver em um lugar tão pequeno, tiro uma camisola que tinha a cara da dona Natália e ponho meu vestido, pego também um pouco de creme dental e gargarejo.

-Vamos?

Pergunto ao Nicolas que está calçando seu tênis.

Me despeço da sua mãe (coisa que não foi fácil pois ela me implorou para que eu voltasse mais vezes) e vou com o Nicolas para o portão onde ele deixou que a moto passasse a noite.

Pego a chave que está com ele e subo esperando que ele faça o mesmo.

-Não vai subir?

-Não precisa. Eu vou andando.

-Anda logo Nicolas!

Ele solta um sorriso lindo que me tira o fôlego, e sobe.

Paro em frente a minha casa, de jeito nenhum eu levaria ele até o seu destino, seja lá onde fosse.

Ele me acompanha até a porta onde ficamos apenas nos olhando, até que o silêncio começa a ser desconfortável, eu mesmo resolvo puxar assunto.

-Você não vai contar para ninguém o que aconteçeu né!?

-Claro que não, jamais.

-Tá, fico te devendo uma então.

-Sério? Então posso te fazer um convite?

Em que mundo esse garoto vive? O que eu disse foi por pura educação, mas como eu fiquei devendo mesmo uma a ele...

-Pode. -Falo receiosa.

-Vamos a um lugar hoje a noite?

-Onde?

-Relaxa, vou te surpreender.

-Ual! Tá bom. Que horas?

-Passo aqui às sete. Vou indo lá se não me atraso pra EBD.

-Tá, tchau...

Não faço a menor idéia do que é essa tal de EBD.
Abro a porta da minha casa e corro direto para o meu quarto, aguentar meus pais pleno domingo de manhã não seria uma boa.

Depois de tomar um bom banho quente para relaxar pego meu celular que a esta hora estava lotado de mensagens, a grande maioria da Pilar querendo saber como eu estava, mas se ela acha que eu iria desculpa-la assim tá muito enganada, o dever dela como amiga era me levar para casa e não me deixar ir para casa da forma que eu estava!
Guardo meu celular na cabeceira e fecho meus olhos para dormir um pouco...

Promete pra mim •Concluido•Onde histórias criam vida. Descubra agora