Capitulo 29

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Aurora


Alguns meses tinham se passado, os meses mais importantes e torturantes da minha vida, importantes pois meu relacionamento com Nicolas se tornava a cada dia mais intimo, mesmo sendo apenas amizade os olhares cruzados estavam cada vez mais constantes, o que me fez chegar a conclusão que eu o amo. Torturante pois mesmo que as coisas em casa estivessem bem melhores meus pais ainda não tinham amolecido o coração para Jesus, mesmo que isso me entristeçera muito nas primeiras semanas a conversão da Pilar foi um ponto positivo para minha caminhada, ela estava a um pouco mais de dois meses na igreja, e a um mês estava orando com o Luís, amigo de Nicolas.

-Terra chamando Aurora. - Emanuel diz balançando as mãos em frente aos meus olhos.

-Ah! Desculpa. -Digo rindo enquanto dou um gole no meu refrigerante. - O que vocês estão falando mesmo?

-Sobre você e Nicolas. - Diz Vitória, fazendo com que eu me engasga-se com o refri.

-O que? - pergunto assustada e envergonhada ao mesmo tempo.

Lanço um olhar para Nicolas que apenas sorria maroto, como se não tivesse nada de mais aconteçendo.

-Não se faça de desentendida. - Vitória continua , mas eu a interrompo.

-Não seja infantil , eu escolhi esperar.

Minha frase arranca uma risada de toda a turma, o que me deixou ainda mais envergonhada.

-O papo tá bom pessoal, mas tenho certeza que nossa líder não gostaria de saber que passamos horas alimentando a carne depois do culto, por isso vou pra casa alimentar o espirito.- Diz Luís com um ar de brincadeira.

-Eu te acompanho.- Diz Pilar já se levantando e seguindo Luís.

-Então vamos nessa tambem Ví .- Emanuel se levanta, fazendo com que Vitoria se ponha também de pé.

-Até amanha na consagração. -Diz ela.

Depois disso todos sumiram, entrando na rua da casa da Vitória, ela e Luís já namoravam a tempo e pelos meus calculos Luís não demoraria muito para pedir Pilar em namoro.

-Só sobrou a gente. - Diz Nicolas pigarreando.

-Vamos nessa também então. -Digo me levantando .

Nicolas rapidamente coloca sua mão sobre a minha me fazendo estremeçer.

-Senta, vamos conversar. - ele diz.

Mesmo com o desconforto aparente me sento e espero que ele diga algo.

-É... - ele passa as mãos nos cabelos- Bom, você já sabe...

-Hãn? - me faço de desentendida , aproveitando para admirar suas bochechas corando.

-Aurora, lembra o que eu te disse aquela noite em minha casa? -concordo com a cebeça- Nada daquilo foi mentira, e como você mesmo sabe eu esperei todo esse tempo para não fazer nenhum pedido que atrapalha-se sua caminhada.

Mordo meu lábio inferior colocando para fora toda a vergonha e timidez, minha mão que ainda estava embaixo da dele suava com mais rapidez do que qualquer outra vez que eu estive numa situaçao pareçida, talvez porque dessa vez é diferente, o Nicolas é diferente.

-Mas agora já sei que você esta firme e posso pedir que ... - ele pigarreia- Que , eu , e , você ...

Suas palavras saem travadas, como se ele não fosse conseguir completar a frase.

-Desculpas , é a primeira vez que faço isso. -ele sorri- É, que eu e você orassemos, sabe pra namorar. Pronto falei! -Ele diz aliviado.

-E porque não? -digo sorrindo. Desviro minha mão e entrelaço meus dedos aos dele. - Eu quero Nicolas.

Naquela noite eu dormir mais feliz, nas minhas orações inclui seu nome como em todas as outras noites, mas dessa vez com mais carinho, pedindo a benção de Deus sobre esse novo amor que surgiu em meu coração.

(...)

-Como não Jonathan?! - Ouço minha mãe gritar - Não podemos continuar fingindo que a situação aqui continua a mesma, a última pessoa que eu imaginei que tomaria essa decisão foi a primeira!

Deixo minha bolsa sobre a poltrona da sala e vou em direção aos gritos que vinham do escritório do meu pai.

-Você sabe que as coisas só melhoraram depois que Aurora decidiu ir a igreja, você sabe disso Jonathan!

-Tudo bem Carmém! Mas o que você quer que eu faça? Deixe-a ir onde ela quiser, mas isso não quer dizer que nós também devemos ir.

Ando pelo corredor e paro em frente a porta entreaberta, fico em silencio observando os dois tendo aquela discussão. Minha mãe se senta no pequeno sofá e esconde o rosto entre as mãos.

-Carmém.- Ele anda ate o sofá, colocando seus braços ao redor do seu corpo.- Está tudo bem, Aurora superou aquela fase, eu e você estamos bem , os negócios estão cada vez melhores.

-Acho que está na hora de voltarmos Jonathan. -Ela diz em um sussurro- Lembra como essa casa era pacífica no começo do nosso casamento quando estavámos caminhando com Cristo? Lembra como era bom irmos aos cultos no domingo a noite, ceiar com os irmãos , orar juntos a noite, lembra-se Jonathan?

Vejo meu pai limpando uma lágrima que escorria pela sua face, limpo também uma que já apareçia em meus olhos, sigo o resto do corredor e subo as escadas indo para meu quarto, nem em um milhão de anos eu desconfiaria que eles eram Cristãos afastados.

Três dias depois enquanto eu me arrumava para o culto minha mãe bateu a minha porta, vestida com uma roupa simples e elegante, e uma biblia em sua mão direita, atrás dela estava meu pai, como sempre bem vestido.

-Podemos acompanha-la filha? - Disse ele.

Lagrimas escorriam pela minha face, e nesse momento o Espirito Santo me lembrou do versiculo "Eu e minha casa serviremos ao senhor".

(...)

Preparados para o último capitulo? Obrigada por não desistirem de mim , tambem não desistirei de vocês nem do livro, adiantei algumas coisas que iriam aconteçer e aqui esta o penúltimo capitulo, vejo vocês ja ja no proximo capitulo!

Promete pra mim •Concluido•Onde histórias criam vida. Descubra agora