Like you do; Draco Malfoy

09. Antes de tudo

Em passos rápidos e curtos, o salto alto, que estava um pouco frouxo, ecoava seu conhecido som pelo corredor vazio e mal iluminado, embora ainda fosse possível ouvir abafadamente o som da festa da qual eu acabara de sair.

Ainda segurando um lindo buquê de rosas brancas, abaixei-me para desamarrar os saltos dos pés, sentindo minha pele entrar em contato com o chão gelado, e não pude evitar soltar um suspiro aliviado.

Essa sensação agradável me trouxe um breve flashback de cerca de três meses atrás, o que arrancou um pequeno sorriso do meu rosto. As coisas pareciam ter acontecido rapidamente e de forma positiva, o que era estranho. No entanto, nem tudo era perfeito. Nas últimas semanas, notei um comportamento estranho em Draco, embora eu não o considerasse algo sério.

Encontrei novamente os Gêmeos Weasley, os organizadores da festa secreta na comunal da Grifinória. O clima em Hogwarts estava estranho, e os ruivos pensaram que uma festa poderia animar as pessoas, mas quem realmente precisava estar ali não estava: Hermione, Ronald e Harry.

É verdade que, depois de tanto tempo brigada com Harry, as coisas melhoraram, e tudo o que estávamos tentando fazer era manter nossa amizade.

Não havia encontrado Draco durante a festa, pois ela acontecia em uma comunal diferente da sua. Por isso, decidi ir embora mais cedo. Ele me tratava bem e parecia fragilizado por questões que eu desconhecia, tornando suas ações imprudentes um mistério para mim.

Enquanto caminhava pelo corredor, pude perceber murmúrios vindos da torre de astronomia, cuja escadaria estava ao meu lado. Parecia quase como uma discussão, e meus pés curiosos subiram a escada com o mínimo de ruído possível. Até que, em determinado momento, as vozes cessaram, e uma mão misteriosa me puxou para baixo.

— Olívia... — sussurrou a voz, e, com um gesto silencioso, fui atraída para perto do corpo da pessoa enquanto observávamos atentamente o que estava acontecendo lá em cima.

Em poucos segundos, Draco subiu as escadas usando um terno preto que eu conhecia muito bem, com a varinha apontada para quem estava lá. Harry olhou para mim, apreensivo, e o diálogo entre Malfoy e Dumbledore começou.

Eu não conseguia expressar nenhuma reação além de pura surpresa; não entendia o que estava acontecendo. Ver Draco ameaçando nosso diretor com a varinha só aumentava o desejo de irmos lá, mas Harry me pediu para ficar onde estávamos, por ordem de Dumbledore.

Meus olhos encheram-se de tristeza quando o tecido preto que cobria o braço de Draco foi levantado, revelando a marca dos Comensais da Morte. Meu joelho fraquejou, mas Harry me segurou para que eu não caísse.

Os olhos cinzas de Draco expressavam angústia, e mesmo que não quisesse, ele parecia estar sendo forçado a fazer aquilo. Harry me olhou novamente, e ao nosso lado, o professor Snape subiu as escadas, aparentemente para ajudar.

Um suspiro de alívio foi em vão quando ouvi as palavras duras saírem da boca de Snape. Os cabelos brancos de Alvo voaram com o vento da noite, e ele caiu da torre, enquanto os gritos de felicidade da mulher de cabelos cacheados eram ouvidos.

Tudo aconteceu tão rapidamente que eu sequer tive uma reação. Alvo Dumbledore estava morto, e o assassino era Snape... Nunca havia visto tamanha raiva e tristeza em Harry, que tentava acertar um feitiço em Snape.

Meu sangue gelou; todas as coisas que Harry havia dito eram verdade, e as que Draco havia dito eram mentiras.

Draco ainda estava parado e logo foi chamado pela mulher para segui-la. Parei na frente dele, que me olhou incrédulo, e eu o encarei, franzindo as sobrancelhas.

Eu queria muito abraçar Draco e dizer que estava tudo bem; seus olhos estavam marejados. Mas não estava nada bem, e Malfoy mais uma vez havia traído a confiança de alguém que se importava com ele.