Capítulo 16. Memórias Plantadas junto às Flores

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- Chloé!!! - O grito de André Bourgeois, atraiu a atenção dos dois heróis, que até então, estava concentrada no velho sentado sobre a grama.

Os portadores dos Miraculous observaram o político, já livre das raízes que o imobilizavam - as quais deixaram como lembrança apenas a dor em seus pulsos e tornozelos - correr aos tropeços em direção a filha.

- Papai! - A menina, que encontrava-se caída no meio da clareira, choramingou de volta.

Assim que o prefeito alcançou a garota, praticamente jogou-se no chão e a abraçou, para, em seguida, examiná-la, aflito, em busca de qualquer ferimento.

- Vamos querida, vamos sair desse inferno! - Chamou, levantando-se e estendendo a mão para a filha, que não tardou em aceitar.

Contudo, assim que tentou firmar-se em seus próprios pés, soltou um grito agudo, tornando a cair.

- O que foi, querida? - O político perguntou, desesperado. - Está machucada? - Inquiriu.

- Meu tornozelo! - Engrolou, chorando de dor. - Está doendo muito! - Reclamou.

Ante a queixa da filha, André Bourgeois ergueu a barra da longa e rodada saia amarela que a filha usava - restaurada graças aos poderes de Ladybug -, sentindo-se empalidecer ao vislumbrar o pé da menina, torcido em um ângulo estranho, o osso partido e projetado contra a pele, como se estivesse ao ponto de rasgá-la.

- Está quebrado! - Gritou, desesperado.

Os heróis se entreolharam, preocupados.

- Não deveria ter sido curado com os seus poderes? - Questionou, levantando-se e caminhando rumo a Ladybug. - O que raios você fez de errado? - Concluiu, irado.

- Hei! - Chat Noir, tomando as dores da parceira, exclamou, irritado, ameaçando avançar contra o prefeito.

Contudo, foi contido pelo aperto condescende em seu ombro, da mão da portadora do Miraculous da Criação.

- Eu sinto muito, Sr. Bourgeois! - Desculpou-se a heroína. - Os poderes do Miraculous costumam restaurar os danos causados diretamente pelos akumas. E mesmo assim, o funcionamento dos poderes curativos ainda são uma incógnita para mim. - Explicou. - Talvez Chloé tenha se machucado por outro motivo. - Supôs.

A risada seca do político fez com que a tensão que envolvia o ambiente disparasse.

- Por outro motivo? - Ironizou. - E por que outro motivo minha filha teria se machucado? - Perguntou, gritando a plenos pulmões. - Ela se feriu durante o ataque do akuma! - Afirmou.

- O Senhor não pode afirmar isso. - Chat Noir contestou, ácido. - Não estava lá quando ela foi capturada. - Emendou.

- Mas estava aqui quando esse velho decrépito foi possuído! - Retrucou, ainda aos berros, apontando o dedo para a figura lamentável de Armand Chevalier. - Ou seja, é tudo culpa dele e desse maldito jardim! - Concluiu.

O velho olhou, atordoado, para o dedo apontado em sua direção e, em seguida, para o olhar transbordante de fúria de André Bourgeois, simultaneamente, piscando algumas vezes, aturdido, como se estivesse com dificuldades de assimilar o que estava acontecendo ao seu redor.

- Eu... - Começou, olhando para a garota loira caída a metros de si e, em seguida, novamente para o prefeito. - Eu não sei... Não queria... - Expressou, sem realmente conseguir formular uma frase coerente.

Mas isso não impediu que o prefeito continuasse a descarregar sua raiva.

- Não queria? - Questionou. - Você e essa sua obsessão por esse monte de mato  quase mataram minha filha e transformaram Paris em uma selva! - Acusou. Mas isso vai acabar! - Declarou, decidido. - Eu vou acabar com esse jardim até o fim do mês, ou não me chamo André Bourgeois! - Garantiu, caminhando de volta em direção a Chloé.

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