"Perfeitos Com Defeitos"

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— Dava para serem mais ridículos? — Bruce questionou para seus amigos, enquanto observava Juan e Giuliana, que riam e conversavam em uma das mesas da varanda do refeitório.

— Supera logo, você nem gostava dela de verdade. — Brenda, disse de forma preguiçosa.

— Isso não vêm ao caso. A questão é que eu definitivamente não vou perder para o idiota do Juan.

— Nem tudo na vida é uma competição, ou aprende isso ou vai acabar dando a louca como a Alex.

— Hey, você sabe que eu tô ouvindo, né? — Alexandra, que estava próxima a porta do refeitório, reclamou.

— Na verdade, eu não costumo notar presenças físicas. Ainda mais nessa escola, tem tantos espíritos.

— Corta esse papinho furado. Algum de vocês viu o Alexei? Ele recebeu uma mensagem no final da aula de espanhol e ficou todo estranho, quando notei ele já tinha sumido.

— Os espíritos devem ter reclamado do molho de feijão verde que ele come como um lanchinho. Eles gostam de ficar na biblioteca, mas o Alex infesta o lugar com aquele cheiro. — Marley respondeu, passando por Alexandra e se juntando a mesa de Bruce.

— Ei, por que você ainda tá aqui? Não quero você perto dos meus irmãos depois daquela merda toda. — Alexandra reclamou.

— O que? Mas o Bruce é quem estava sendo idiota. — Brenda protestou.

— Pelo menos o Bruce não estava oferecendo drogas por aí na maior naturalidade. — Alex continuou a dizer, certa da sua posição.

— Mas cogumelos são naturais. — Marly argumentou.

— É uma questão cultural e religiosa para ele, e tecnicamente só seria ilegal se ele fosse um maior de idade oferecendo para pessoas fora da sua comunidade. — Brenda disse, em defesa de seu amigo.

— Eu não ligo se ele cheira cogumelo, fuma sapo, ou come maconha. Não quero você andando com ele, nem com ninguém dessa comunidade de drogados metidos a pacifistas.

— Ela tem razão, dois doidos já é demais. — Bruce começou a dizer, deixando de lado seu hambúrguer. — Arruma um amigo minimamente normal para você, e deixa esse seu namorado gótico, ou sei lá que droga ele é, para lá.

— Eu não sigo definições humanas. — Marly disse.

— Nós não somos doidos, e o Marly não é meu namorado. Pessoas do mesmo sexo podem fazer amizade, o motivo de você não conseguir é só por ser insuportável mesmo.

— Chega disso, eu já disse e decidi. Vão comer antes que o um intervalo acabe, nos vemos na aula de educação física. — a Alex, disse de forma decidida, e se retirou de perto do grupo logo em seguida, sem dar brecha para novos protestos.

[...]

Alexei não poderia ser definido como uma pessoa curiosa, mas quando alguém que você jura te detestar, simplesmente te mando uma mensagem depois de três dias te ignorando, e pede para se encontrarem no teatro. Bem, acho que não precisa ser um super fofoqueiro para se ver curioso com a situação.

Enquanto caminhava até o teatro, ele até considerou que poderia ser algum tipo de vingança. Mas a verdade, é que ele realmente não conseguia imaginar Angélica fazendo isso, e mesmo o ignorando, a garota não pareceu muito irritada com ele.

Bem, ele já estava ali no fim das contas, e provavelmente se arrependeria se nem ao menos tentasse. Então, após respirar fundo para tomar coragem, ele abriu a grande porta dupla do teatro e adentrou o mesmo.

— Angélica? — ele a chamava em sussurros, enquanto procurava a garota naquela escuridão.

Em uma óbvia mostra de traição, seu cérebro começou a se lembrar das falas de Brenda sobre espíritos e fantasmas vagando pela escola. "São só lendas", "São só lendas", ele tentava dizer a si mesmo mentalmente, mas ficava difícil acreditar nessa afirmação quando ele sentia claramente uma mão percorrendo suas costas.

Era Uma Vez Um Idiota Onde histórias criam vida. Descubra agora