Capítulo 1

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Já se passaram seis meses de coma e nenhuma melhora, nem sequer um movimento, um piscar de olhos, nada. Tento ao meu máximo não perder as esperanças, mas a todo momento me pergunto: até quando isso irá durar?

Eu a amo mais que tudo nessa vida, como jamais amei alguém, seu sorriso, seus olhos, sua forma doce e positiva de ver as coisas e o mundo, são coisas que não saem da minha cabeça. Fico à espera de que em algum momento, seus olhos irão se abrir para mim de novo, ou sua mão voltará a segurar a minha, dizendo que ficaremos juntos para o resto de nossas vidas.

As noites no hospital são frias e silenciosas, às vezes um pouco duras, já que passo a maioria do meu tempo sentado em uma poltrona que mal me cabe sentado, imagina deitado. Fico ao lado de sua cama sem sair nem sequer um minuto. Apesar de que já foi muito mais difícil no começo, sentia mais, mas agora, depois de 6 meses ao seu lado acabei me acostumando à dureza da poltrona.

Depois de todo esse tempo sem respostas, seus pais já não conseguem mais visitá-la. Não aguentam mais ver sua filha ligada a máquinas o tempo todo sem ao menos dar um sinal de vida. Eu até os entendo um pouco, mas não consigo deixá-la por um minuto sequer sozinha. Quero estar ao seu lado quando acordar, pois tenho certeza de que irá acordar, ela é forte e não me deixará, não depois de tudo que já vivemos para ficar juntos.

Enquanto beijo sua mão num ato de demonstrar meu amor por ela, vejo Cloe entrar no quarto, umas das enfermeiras que acabou virando minha amiga e estando ao meu lado nessa fase.

- Bom dia! Como está? - disse ela enquanto arrumava o soro de Brooklyn e checava seus monitores.

- Vou bem. Na medida do possível.

Cloe sempre com a mesma esperança de tudo isso mudar - fico tanto tempo neste hospital que já tinha virado praticamente amigo de todos os enfermeiros.

- Tenho certeza de que ela vai melhorar, nunca perca a esperança enquanto tiver chance! - me disse Cloe enquanto se virava em minha direção.

- Nunca deixarei minhas esperanças acabarem, nunca a deixarei sozinha, estarei aqui até a última chance de tê-la de volta. Lhe fiz a promessa de nunca desistir dela, e irei cumprir - lhe disse enquanto as lágrimas caiam do meu rosto e molhavam a mão de Brooklyn.

- Você realmente a ama de verdade, né? - me perguntou ela enquanto me olhava, com um olhar tão sincero.

- Como jamais poderei amar qualquer outra pessoa. - lhe disse enquanto olhava para Brooklyn e passava minha mão por seu cabelo sentindo a maciez dele e sua leveza inigualável.

Assim que olhei para sua mão, vi seu dedo se mexer como se fosse um reflexo rápido.

- Cloe, ela se mexeu! - gritei para a enfermeira ainda assustado com o que tinha visto.

- Como assim se mexeu? Qual foi o movimento que você viu? - perguntou ela enquanto voltava para dentro do quarto correndo.

- Ela mexeu o dedo, eu vi como se fosse um reflexo por eu estar com a mão em seu cabelo! - lhe disse.

- Tudo bem, calma, pode ter sido apenas um espasmo muscular, eu vou chamar o médico para analisar e fazer alguns testes!

- Tudo bem, mas ela mexeu, eu vi, eu sei que foi um movimento voluntário, foi ela dizendo que ainda está aqui, para não desistir dela!! - lhe disse ainda eufórico quase explodindo de felicidade.

- Mantenha a calma, Scott. O médico irá examinar e dizer se houve alguma mudança no quadro dela, mas tenho certeza de que é uma boa notícia ela ter mexido o dedo como você disse que viu. - disse ela enquanto saia em direção ao corredor para chamar o médico.

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