Capítulo 11

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Assim que abri meus olhos ainda estava amanhecendo. Peguei o celular para ver as horas e ainda eram oito da manhã. Aproveitei que tinha acordado mais cedo para ir preparar um café para Brooklyn. Enquanto pegava meu tênis para descer resolvi pegar sua lista e ver quais coisas ainda tínhamos para fazer.

Enquanto ia em direção ao corredor, comecei a ler e percebi que tinha um item faltando, que talvez ela não soubesse que tínhamos feito e eu nunca tenha comentado com ela.

Então peguei meu celular e comecei a planejar nosso próximo item a ser riscado. Fui mandando as mensagens que precisava enquanto chegava à cafeteria do outro lado da rua para buscar seu café preferido e algumas coisas para comer. Voltando em direção ao hospital vi Cloe chegando para seu turno.

— Bom dia, Scott! Como está Brooklyn? – perguntou assim que meu viu.

— Está bem! Nós conversamos ontem sobre aquilo que comentei com você, acho que agora está tudo bem! – lhe disse enquanto caminhava ao seu lado em direção à entrada do hospital.

— Que bom que vocês estão bem e conversaram! Hoje saem os resultados dos exames dela, e isso define se ela já está pronta para voltar para casa ou não. – contou ela me pegando de surpresa, pois não me lembrava que era hoje que os exames dela saiam. Como podia ter me esquecido disso?

— Nossa, é hoje! Juro que não me lembrava. Acho que ando com a cabeça tão avoada que não percebi. – lhe falei ainda com o espanto no olhar por ter esquecido.

— Então que bom que te encontrei logo cedo, você tem que prepará-la. Existem grandes chances dela sair, mas nunca sabemos o que vai dar nos exames. – disse enquanto pegava o elevador, me deixando ali na porta plantado.

Eu sabia como Brooklyn estava ansiosa para os resultados desses exames. Dependia disso para que pudesse finalmente voltar para a casa, entrar para faculdade e retomar sua vida.

E sei que se os resultados fossem ruins a ponto de ela não poder sair, isso a afetaria, a deixaria mal, mesmo não sendo sua culpa. Então eu precisava mostrar todo meu apoio à ela nesse dia. Tudo precisava sair perfeito. Precisava mostrar a ela o quanto ela era especial e que tudo daria certo, independente do resultado dos seus exames.

Fiquei pensando nisso o caminho todo, da entrada do hospital até a porta do quarto de Brooklyn. Chegando ali parei um segundo para tirar esses pensamentos da minha cabeça e me recompor, pois não podia passar essa preocupação para ela, não hoje.

Me recompus, parei na porta e fiquei observando-a. Ela já havia acordado e estava sentada olhando a paisagem. Era a vista mais linda que eu já tinha visto, ela era tão perfeita!

— Bom dia, coisa mais linda desse mundo! O café da manhã chegou! – anunciei entrando no quarto e carregando seu café.

— Obrigada, mas eu não estou com fome. Pode deixar aí em algum lugar. – falou sem sequer tirar os olhos do horizonte.

— O que está acontecendo, Brooklyn? – perguntei enquanto chegava atrás dela, me sentando com as pernas em sua volta e lhe abraçando forte, para que soubesse que eu estava ali.

— Eu estou com medo, Scott. – ela pegou minha mão, segurava passando meu braço por sua volta, como se quisesse se sentir protegida.

— É por causa dos resultados dos exames, não é? – indaguei fazendo carinho em sua mão e observando como ela era linda e macia. Só em tocá-la eu era capaz de sentir o que ela estava sentindo.

— Sim, é por causa dos resultados. – falou deitando sua cabeça em meu peito, fazendo com que praticamente nos transformássemos em um só ser.

— Eu sei que você está com medo, e eu não posso chegar aqui e te prometer que vai ficar tudo bem, pois isso não está ao meu alcance. Mas eu posso te prometer, que independente do resultado, eu vou estar aqui e se você tiver que enfrentar algo, nós vamos enfrentar juntos e eu nunca vou te deixar sozinha.

— E se eu te disser que se acontecer algo, eu quero ficar sozinha. Que não quero que você fique comigo, nem que esteja aqui? – perguntou se virando para poder olhar em meus olhos. Só de ouvir aquelas palavras já começavam a querer encher de água.

— Como assim você não me quer aqui? Você só pode estar brincando comigo! Eu te amo Brooklyn! Não posso e não vou te abandonar, independente do que aconteça! – exclamei olhando firmemente dentro de seus olhos para que ela pudesse sentir o mesmo que eu estava sentindo ouvindo aquilo que ela dizia.

— Eu não estou brincando, Scott. Estou falando muito sério. Eu te amo e não acho justo. Já se foram seis meses da sua vida aqui. Eu sei que você me ama e que quer estar ao meu lado. Mas eu te amo tanto, esse amor é tão grande que eu não posso fazer você sofrer sendo egoísta, fazendo com que você fique mais tempo aqui comigo, perdendo sua vida lá fora. – se virou completamente e ficou frente a frente comigo.

— Você não está sendo egoísta. Você não está me forçando a nada. Eu quero ficar aqui e estar com você. Na verdade, essa decisão não é sua Brooklyn, e sim minha. não há nada que você fale que possa mudar minha decisão. – tentava segurar minhas lágrimas para que ela não pudesse me ver chorando.

— Não, Scott. Essa decisão é minha, sim. e eu já a tomei. Você pode me odiar pelo resto da sua vida, e não querer nunca mais olhar para mim, ou você pode entender que eu fiz isso porque te amo, e porque você é a pessoa mais especial que eu conheço. – ela passava sua mão pelo meu rosto o acariciando fazendo com que não conseguisse segurar minha lágrimas.

— Não faça isso, Brooklyn, por favor! Nós nem sabemos o resultado dos exames, e mesmo que sejam ruins, não me afaste de você... – pedi olhando para baixo para evitar que ela visse minha lágrimas caindo.

— Eu sei que ainda não sabemos o resultado, mas me desculpe Scott, se o resultado for ruim essa será minha decisão, e eu não vou mudá-la entenda isso, por favor. – me deu um beijo na testa, virou, se encaixou de volta em meu abraço, ficando em silêncio e voltando a observar o horizonte.

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