Capítulo 7

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— Vamos acordar, mocinha? Daqui a pouco temos que ir para a fisioterapia. – disse enquanto dava um beijinho em sua testa e via seu sorriso de canto de boca abrir mesmo ainda estando de olhos fechados.

— Só mais um pouco e eu já vou, prometo. – dizia ela enquanto puxava seu cobertor de volta cobrindo seu rosto.

— Nada disso! Você já dormiu demais. Assim vai se atrasar. – disse puxando seu cobertor de volta para baixo.

— Bem que eu poderia faltar na fisioterapia hoje, nós poderíamos passar mais tempo dormindo juntos. – disse ela abrindo um sorrisinho que eu não resistia sempre que via.

— Negativo! Pode ir se levantando mocinha, não vai faltar de jeito nenhum. E outra, quanto mais rápido você se recuperar, mais rápido vamos sair daqui. E aí então poderemos passar muito tempo juntos! E nem adianta vir com esse sorrisinho, dessa vez não vai me convencer. – falei lhe puxando para fora da cama enquanto ela fazia um biquinho, como se fosse uma criança emburrada.

— Você é tão romântico, e tão legal. Mas às vezes você consegue ser muito chato, sabia! Faltar um dia só não vai fazer nenhuma diferença. – disse ela enquanto ia em direção ao banheiro de braços cruzados como se fosse uma criança.

— Faz diferença, sim dona Brooklyn! Quando você não estava acordada, cada dia para mim importava. Eu contava todos. – disse a ela levando suas roupas até a porta do banheiro.

— É impossível eu ficar brava com você! Você é um amorzinho! – disse ela enquanto pegava sua roupa e me dava um beijo lento e sensual.

Cada vez que seus lábios tocavam os meus eu estremecia. É como se as imagens dela ligada àquelas máquinas, sem ao menos se mexer, viessem à tona em minha mente, me transbordando de sentimentos. Sempre tentava me controlar para que ela não percebesse o medo que eu sentia de perdê-la de novo. Ela já tinha muitas coisas para pensar e não queria preocupá-la mais.

— Se você me beijar assim de novo eu tenho certeza que vamos nos atrasar, pois eu não vou te conseguir te largar e a última coisa que vamos fazer nesse banheiro é tomar banho. – disse vendo seu sorriso se abrir e sua mão fechar a porta em um movimento rápido.

— Negativo! Você pode ficar aí fora e se segurar! – me disse ela já de dentro do banheiro, e mesmo com a porta fechada podia escutar suas gargalhadas do lado de fora, elas eram perfeitas.

Desde que ela acordou do coma nunca mais tínhamos nos tocado. Nada mais que abraços e beijos. Ela sempre procurava se trocar longe de mim, como se tivesse vergonha de que eu viesse suas cicatrizes ou a forma em que seu corpo estava.

Eu não me importava com isso. Só por tê-la comigo, para mim já era uma enorme conquista. Não queria que achasse que essas cicatrizes a tornavam feia ou algo do tipo. Na verdade, a deixam ainda mais bonita, pois são marcas de sua luta, para hoje pode estar aqui. Espero poder mostrar isso à ela, e que no futuro ela não sinta mais vergonha disso, mas sim se orgulhe da lutadora que é e que foi.

Não demorou muito para que ela saísse do banho. Aproveitei para preparar um café para ela, que sorriu assim que saiu do banheiro e me viu segurando a bandeja com seu café.

— O que é que eu faço com você, hein? Meu Deus, assim vou me acostumar mal! – disse ela me dando um beijo rápido e pegando sua xícara de café na bandeja. – Você já era assim antes, ou agora está me mimando mais porque estou doente? – perguntou ela enquanto eu a ajudava a se sentar para tomar seu café da manhã.

— Não é possível que você esteja me perguntando isso! É claro que eu era. Sempre fui extremamente cuidadoso com você!! – disse enquanto dava risada da sua cara. – Até porque se eu não fosse, eu não te contaria, isso é uma vantagem, não acha? – lhe disse enquanto via sua cara de surpresa com minha fala, ao mesmo tempo que sua face se abria e ela tentava segurar o sorriso.

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