Capítulo 3

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Hoje faz uma semana que não a vejo. Cada vez que penso nisso sinto meu coração apertar, uma dor maior do que eu senti quando a vi depois do acidente, pois naquele momento possuía esperança de tê-la de volta. Agora eu já não sabia se poderia ter essa esperança.

Aproveitei esses dias para pensar e dar espaço à ela, para que pudesse se adaptar novamente às coisas como elas são. Seus pais me ligam todos os dias para me informar sobre o estado dela. Mesmo estando longe eu sabia que ela estava sendo bem cuidada e que estava se recuperando e isso era o mais importante.

Depois de conversar com seus pais decidimos que já era hora de vê-la e conversar sobre o que éramos antes de tudo isso acontecer.

— Oi. – disse enquanto seguia em direção à sua cama.

— Oi. – respondeu ela enquanto me olhava, ainda na defensiva.

— Você está bem? – perguntei chegando ao lado de sua cama.

— Estou sim, e você? – perguntou ela.

— Que bom que está bem, eu estou indo, na medida do possível. – respondi.

Enquanto olhava em sua direção, podia sentir meu coração querer sair do peito.

— Olha, eu sei que não começamos bem, e eu estou aqui para conversar, tirar as suas dúvidas e falar sobre tudo.

— Tudo bem. Então, nós éramos namorados? – perguntou enquanto se virava em minha direção.

— Sim, nós estávamos namorando há um ano quando você sofreu o acidente. – respondi.

— E como nos conhecemos? – perguntou ela.

— Nos conhecemos em uma cafeteria ao lado da nossa escola. Não foi a melhor forma de conhecer alguém, mas, deu certo no final. – respondi enquanto sentia aquele momento voltar em minha mente como se fosse ontem.

— Por que não foi a melhor forma? – indagou ela com um olhar curioso. O olhar que me encantou desde a primeira vez que a vi.

— Você estava lendo "O morro dos ventos uivantes" de Emily Bronté, uma versão clássica muito bonita. Nós pedimos o mesmo café, e, quando saímos nos esbarramos derrubando todo o seu café sobre o livro. – contei enquanto ria só de pensar naquele momento.

— Sério, e como foi minha reação? – perguntou ela levando a mão à boca com cara de espanto.

— Você ficou muito brava! Me repreendeu mesmo eu pedindo desculpas, o que me deixou mais intrigado sobre você – lhe falei.

— Nossa e você ainda quis sair comigo depois disso?! – exclamou ela enquanto ria.

— Sim, porque enquanto você me xingava eu não conseguia desviar minha atenção dos seus olhos, parecia que tinham me enfeitiçado, eram a coisa mais bonita que já tinha visto na minha vida. Naquele momento eu sabia que queria sair com você. – falei enquanto encarava seus olhos e seu sorriso perfeito.

Por alguns segundos ela ficou me olhando e eu não conseguia desviar o olhar de sua face perfeita, sempre foi e sempre seria a coisa mais linda que eu já tinha visto.

— E o que aconteceu depois, eu aceitei sair com você mesmo depois de ter destruído meu livro? Aliás, já que você o estragou, vou querer outro. – disse ela enquanto continuava com aquele sorriso perfeito no rosto.

— Ah, você aceitou sim! Eu te convenci com meu charme... – fui interrompido por sua gargalhada alta, o que me fez sorrir também.

— Seu charme me conquistou então? – perguntou ela.

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