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Semanas se passaram, e o tédio de Hogwarts já estava me corroendo.

A casa escolhida? Sonserina, é claro. Um tanto previsível, mas, quem liga? A biblioteca virou meu refúgio, e, para minha surpresa, Pansy começou a se mostrar menos insuportável do que o esperado.

Enquanto procurávamos um livro interessante, Pansy mudou abruptamente de assunto:
– S/n, já foi prometida a alguém? – ela perguntou, com um certo brilho nos olhos.

Soltei uma risada debochada.
– Prometida? Nem morta. Minha família não fez esse tipo de acordo e, se fizesse, seria para o Blasio, não pra mim.

Pansy suspirou.
– Não vejo a hora de descobrir quem é o meu.

– Ah, então você já tem um prometido? – levantei as sobrancelhas, surpresa.

– Por que essa cara de desgosto? Não é o fim do mundo – ela respondeu, meio defensiva, enquanto eu reprimia outra risada.

– Só é... terrível. Mas, tudo bem, né? – disse, e ambas rimos, até que uma voz irritante interrompeu o momento.

– Ser prometida é uma grande honra – disse uma garota metida.

Eu a encarei friamente.
– E quem te chamou na conversa?

Pansy olhou nervosa.
– Ah, s/n, essa é a Astoria.

– Olha, Astoria, talvez você devesse aprender a não se meter nos assuntos dos outros.

Astoria deu um passo à frente, tentando se impor.
– Ela claramente não sabe quem sou. Se fosse você, escolheria minhas palavras com mais cuidado.

Rolei os olhos.
– E por que eu faria isso?

Astoria ergueu o queixo.
– Porque o meu prometido é o dono da Sonserina. Ele acabaria com você em um piscar de olhos.

– Ah, é mesmo? E quem é o felizardo? O próprio Salazar? – falei, sarcástica, e vi o rosto dela corar de raiva.

– Draco Malfoy – ela respondeu com arrogância. Mal pude segurar a risada.

– Malfoy? Sério? Esse é o "alto nível" que você menciona? – disse, rindo alto.

Astoria rangeu os dentes, seus punhos fechados.
– Você vai pagar, sua...

Antes que pudesse terminar, Draco surgiu na biblioteca.
– Que gritaria é essa?

Astoria correu até ele, lágrimas falsas nos olhos.
– Draco, essa menina me atacou por inveja! Ela está com ciúmes porque eu sou sua prometida e falou coisas horríveis pra mim!

Revirei os olhos e troquei um olhar com Pansy, que mal segurava o riso.
– Então é assim? – perguntei, cruzando os braços. – Astoria disse que o "dono da Sonserina" ia me ensinar a "me comportar". Draco, você realmente quer esse papel?

Ele olhou para Astoria com desprezo.
– Nunca fui prometido a você, Astoria. E já te disse pra parar de inventar histórias.

Senti uma pontada de satisfação ao ver o choque nos olhos dela.
– É uma pena, Astoria. Garotas ruins e mentirosas precisam ser corrigidas.

Pansy me lançou um olhar de alerta.
– S/n, calma...

Ignorei, puxando minha varinha.
– Não interfira, Pansy. Vou ensinar um pouco de respeito.

Astoria começou a recuar, o pânico em seu rosto evidente.
– Você nunca vai ser nada além de uma mentirosa – falei, fria, e murmurei "Crucio."

Astoria caiu no chão, se contorcendo. Eu apenas guardei a varinha, deixando um aviso no ar:
– Se alguém falar sobre o que aconteceu aqui... bom, vocês já sabem o que esperar. – Olhei para Draco e terminei – Domine sua "cachorra", Malfoy.

Draco se aproximou, seu rosto perto demais do meu, o cheiro dele era intrigante.
– Isso foi uma coisa muito má, s/n. Meninas boas vão para o céu. E você não está sendo uma boa menina – ele sussurrou, os olhos acinzentados cravados nos meus.

Sorri, devolvendo o sussurro:
– Meninas más trazem o céu até você, Draco.

Fiz um sinal para Pansy, e saímos da biblioteca, deixando Draco e uma Astoria derrotada para trás.

Mais tarde, já na Sonserina, estava prestes a me preparar para a próxima aula quando Minerva me parou.
– Dumbledore quer te ver, s/n. Depois, passe na minha sala para pegar os materiais de hoje.

– Certo – respondi, suspirando. Lá vou eu.

Quando entrei na sala de Dumbledore, encontrei Draco, Pansy, e uma Astoria sorrindo com ar vitorioso.
Dumbledore nos fitou, severo.
– Astoria me disse que você lançou um feitiço proibido nela, s/n. Draco, Pansy, vocês estavam lá. Querem esclarecer?

Astoria abriu um sorriso provocante, esperando uma confissão. Draco então começou:
– Astoria inventou uma história sobre uma suposta relação entre nós que só existe na cabeça dela. Quando s/n se defendeu, ela tentou socar s/n, mas foi impedida. Ela está mentindo porque não aceita perder.

Dumbledore olhou para Pansy, que sorriu, cúmplice.
– Astoria ameaçou todos nós, professor. Disse que se falássemos algo, seríamos crucificados todos os dias.

Dumbledore suspirou.
– Astoria, você ficará três semanas fora de Hogwarts.

Astoria, em choque, gritou:
– Mas isso é mentira! Draco, diga a verdade! Eu sou sua mulher!

Dumbledore, exasperado, nos dispensou, e saí com uma satisfação imensa.

Caminhei tranquilamente para a comunal da Sonserina, sorrindo com o gosto da vitória.

ᗩ ᐯᗴᖇᗪᗩᗪᗴ SOᗷᖇᗴ ᗩ ᑭᖇIᑎᑕᗴSᗩ ᑭᖇOᗰᗴTIᗪᗩOnde histórias criam vida. Descubra agora