Os Exploradores

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10:22

     Uma base de pesquisa isolada no ártico, cercada por quilômetros e quilômetros de neve, gelo e solidão. Mantinham um heliporto vazio, pois o helicóptero acabara de sair para visitar a outra base mais próxima.
     A primeira é composta por uma sala de reuniões, setor de laboratórios, alojamento e área exterior. Dois homens com roupas de frio empurravam galões de gasolina até um monte de outros mesmos.
 

   Há três quilômetros dali, o helicóptero pousava na frente de uma instalação que parecia abandonada. Desceram dali dois homens, Jonhson e Gilbert. Caminharam com as mãos para cima, esperando serem abordados por alguém de lá, mas nada. Estranharam tudo.

   — Olá? — indagou Gilbert, sua voz ecoava por todo o local.

     As portas estavam abertas e a neve entrava, sendo arrastada pelo vento frio. As luzes estavam desligadas. O único objeto eletrônico ainda funcionando era um rádio, que transmitia, por meio de ruído branco, a música Expected DismayZoraah
     Ligaram as lanternas e se separaram. Jonhson Vasculhava a sala principal, procurando vestígios de algo que pode ter acontecido. Gilbert foi até o alojamento, vendo as camas frias e vazias, mas com algo em comum, todos os lençóis estavam bagunçados. Tirou uma fotografia com a câmera analógica que carregava em sua mochila.
     Jonhson encontra pequenos pedaços de vidro quebrado espalhados pelo chão, quase cobertos pela neve, os analisando de perto, segurando com luvas macias de lã.

   — Gilbert — exclamava — Gilbert!

     E ouvia-se apenas a música ecoando pelos corredores, seguindo pelos mesmos até chegar no setor de laboratórios. Quanto mais adentrava, mais escuro o local se tornava. Na sala um, viu tubos de ensaio quebrados no chão, armários abertos, e um duto de ar destampado no teto, por onde pingava uma substância estranha.
     Na sala dois, um esqueleto humano de plástico estava reclinado sobre o balcão de experimentos, cheio de papéis espalhados. Nada.
     A sala três estava estranhamente arrumada, e a única coisa fora de lugar parecia ser o armário de metal aberto.
     Havia uma escadaria empoeirada que descia até a entrada da sala quatro, que era uma porta de tela entreaberta, iluminada pela lanterna de Jonhson, que descia receoso degrau por degrau, até empurrar a porta, vendo um espaço aberto subterrâneo onde as luzes estavam ligadas, piscando de vez em quando.
     Encontrou Gilbert examinando um grande cubo de metal, de dois ou três metros de altura.

   — Olhe isso Jonh. O que acha que é?

   — Você não pode sair por aí correndo para todos os lados.

   — Desculpe. Eu me empolguei com este lugar. — ajeitou os óculos — Mas olhe isto. Nunca vi algo parecido antes.

   — Talvez seja uma das muitas máquinas antigas que eles mantém aqui embaixo. Mantinham, no caso.

   — Não conheço nenhuma máquina assim.

    A energia acabou. Os dois ligaram as lanternas.

   — E nem vai ter tempo de conhecer. Vamos sair daqui logo.

     Regressaram ao helicóptero, voltando para a base original.

     Thomas analisava alguns documentos no salão principal enquanto tomava uma xícara cinza de café fumegante junto de outro homem. Jonhson e Gilbert voltaram, cobertos de neve. Rapidamente foram até eles com escovas grandes garimpando tudo.

   — Cadê os relatórios? — Thomas bebericou a xícara.

   — Não tinha ninguém lá, tava abandonado.

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