Era bem verdade que possuía trabalho acumulado que precisava ser concluído ainda naquele fim de tarde. O secretário Seo olhava para a pilha de papeis em sua mesa com o ânimo laboral quase nulo, deixando um suspiro sofrido escapar enquanto enrolava tempo ao remexer as resmas.
Não conseguia se concentrar no trabalho monótono enquanto tudo o que rondava sua mente era a imagem do namorado, deslumbrante como sempre ao sair de casa naquela manhã com um terno de veludo vermelho que o deixava com a aparência felina que o Seo tanto apreciava.
Um sorriso nada inocente não demora ao despontar em seus lábios, imaginando se Ten tivera a decência de esconder a coleira de couro negro um tanto mais chamativa que a habitual durante a reunião que estava tendo naquele exato momento com o restante de seus subordinados.
Parte do americano queria que Deus e o mundo todo percebessem as intenções daquela peça incomum. Irritava-o a forma com que grande parte dos empregados e empregadas se encantavam pela aparência e personalidade amigável de seu namorado. E por mais que o relacionamento entre John e Chittaphon fosse público, é claro que sempre surgiam convites e ofertas de encontros amorosos para o CEO, que recusava todos eles com cordialidade, para o alívio do secretário.
Uma coisa era certa. Precisava pedir o namorado em casamento. Era algo que o estava atormentando há algum tempo, mas que parecia surgir à tona com toda força em sua mente quando tinha suas famosas crises de ciúme.
Sabia que o vínculo de Dominação-submissão que tinham um com o outro era mais valioso e importante do que qualquer papel mundano. Mas ainda assim, pensava que a coleira no pescoço de seu gatinho não era o suficiente para espantar a atenção exacerbada que o mais novo recebia dos outros. Ele precisava de alianças, algo que o mundo pacato compreendia muito bem em seu significado.
E era nisso que pensava: as diferenças e semelhanças entre coleiras e alianças quando, enfim, o namorado apareceu em sua sala, sem se dar ao trabalho de bater à porta.
Trancou a porta como de praxe, a expressão atordoada sendo mais do que suficiente para que Johnny entendesse que a reunião fora um pé no saco até mesmo para o CEO, que a conduzia.
-É sério que você ainda não fez o balanço contábil desse mês? – para à frente do secretário, analisando o trabalho não feito do outro com um tanto de irritação – Eu te dei uma única tarefa, John, e você não fez. Se eu soubesse que você ficaria caçando moscas aqui, eu o teria levado para a reunião comigo, assim seria mais útil.
O secretário sente-se desafiado com o tom impertinente. Encarou o patrão com desdém, sendo incapaz de conter a resposta atravessada que estava na ponta de sua língua.
-Melhor me levar junto da próxima vez mesmo. Assim posso mostrar minha utilidade ao afastar aqueles imundos do seu encalço.
Chittaphon sabia muito bem a que o americano se referia. Os olhinhos do tailandês correram até o monitor de televisão logo ao lado de seu secretário, o mesmo monitor que era responsável por transmitir a imagem de todas as câmeras de segurança da empresa.
-Quer que eu te preste esclarecimentos agora? Quer que eu faça isso aqui, onde quem manda sou eu?
O clima começava a exalar tensão. Ambos se encaravam sem nem sequer piscar, sabendo que um desvio de foco significaria uma derrota naquela discussão.
Johnny apontou para o monitor, os orbes nunca deixando de fitar o mais novo.
-Eu acho que me deve alguma satisfação quando vejo aquele estagiário todo solícito pra cima de você.
Ten finalmente desiste do jogo e revira os olhos, rindo sem humor algum ao desvendar a crise de ciúmes do outro.
-Taeyong é muito prestativo, mas assim são todos os estagiários. Ele apenas quer aprender tudo o que pode nos meses que vai passar conosco.
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Play Me, Master
RomanceJohnTen | PetPlay | PWP Por mais que Ten aprecie os mimos e carinhos do dono, o único momento em que sente o mais sublime prazer é quando John o puxa pelas correntes e brinca consigo com pouca piedade. Versão física disponível em: https://loja.uicla...