Extra - Baby Don't Stop

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Lee Taeyong sentia-se um legítimo fora da lei.

Esperara cautelosamente até que seus pais deixassem a casa naquela noite de quinta-feira e sorrateiramente acessou o link que guardara especificamente para usar naquela ocasião, tomando a importante providência de acessá-lo através do modo de navegação anônima.

Era um site até um tanto comum, de fundo vermelho com informações digitadas em preto e imagens que ilustravam o que dizia o texto. Na verdade, era a milésima vez que o jovem universitário pesquisava sobre aquele tema, e a cada vez era mais difícil convencer-se de que sua atração por BDSM era fruto apenas de uma mera curiosidade adolescente.

Ao mesmo tempo em que seus olhos brilhavam diante das explicações e relatos que lia, uma pequena e barulhenta parte de sua mente insistia em lembrá-lo de que provavelmente nunca acharia um parceiro com os mesmos gostos exóticos. Como poderia, quando a maior parte do conteúdo que visitava sempre estava em inglês?

E além disso, como poderia saber se alguma das pessoas daquele meio tão incomum poderia ter interesse em um rapaz pacato e inexperiente como ele? Já havia tido alguns relacionamentos sexuais, sim, mas nada que nem remotamente se igualasse ao que ansiava experimentar.

Suspirou pela milésima vez naquela noite, dessa vez tendo passado a pesquisar por lojas online que vendiam o que provavelmente era o item que Taeyong mais cobiçava: coleiras.

E se o jovem fosse enumerar seus desejos mais latentes naqueles últimos tempos, ele diria que o mais evidente deles é que gostaria de ser domado como o bom submisso que sentia aflorar em si.

Fecha o navegador após o que pareceram apenas segundos, mas que na verdade, haviam sido horas de sua pesquisa. Era tímido e inexperiente demais para se atrever a mandar uma mensagem para os organizadores e membros das comunidades online. Portanto, contentava-se em assistir à distância, reprimindo o desejo que brotava em si com cada vez mais intensidade.

Mas aquele sentimento de desconexão com a realidade foi quebrando-se aos poucos, de uma forma que, no início, Taeyong mal pôde notar. Começou com uma olhadela de soslaio para seu supervisor de estágio – o poderosíssimo CEO da empresa em que agora tinha o prazer e privilégio de estagiar –, até que começou a notar certos comportamentos estranhos vindos do chefe.

Dividia a mesma sala com o mais velho, e portanto ficava cada vez mais óbvia a forma com que o CEO comandava-o de forma direta e eficaz, mas abaixava o tom de voz sempre que recebia alguma visita de seu secretário e contador, que assumidamente levava um relacionamento romântico consigo.

Aqueles pequenos gestos deixavam Taeyong abismado. Tinha receio de estar imaginando coisas, tendo em vista de que poderia estar escavando evidências de onde não existiam apenas para satisfazer sua falta de contato com o mundo fetichista. Poderia jurar que seu chefe era um submisso nato, mas e se seu comportamento não passasse de um simples respeito exacerbado pelo namorado? Não havia como ter certeza.

Mas naquele dia em específico, as certezas pareceram se acentuar. O estagiário já havia percebido que o mais velho parecia ter alguma fixação por gargantilhas. Sempre negras, finas e discretas, quase se fundiam ao colarinho alto do terno impecável que sempre trajava. Na data mencionada, no entanto, Taeyong assustou-se ao reconhecer no pescoço do CEO um dos objetos mais cobiçados por si.

Era uma coleira social, feita de couro negro, e com uma pequena – mas robusta – argola pendurada à sua frente. E olhando-a com mais atenção, Taeyong era até mesmo capaz de saber qual era o fabricante daquele acessório.

Seus dedos formigavam, dispersos ao remexerem ansiosamente algumas folhas de papel – provavelmente muito importantes – enquanto ele tentava prestar atenção à reunião que se desenrolava diante de si.

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