Capitulo 6

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Eu queria muito ir embora dali. Correr e não voltar mais. Porém, se eu voltasse tão cedo o povo da festa acharia que eu estava com medo e tinha arregado.
Além disso, não queria que esses estranhos achassem que eu faria tudo que eles bem entendessem.

_Você quer ser morta?- Perguntou o menino. Não Paul. O outro ignorante que mandou Paul sair de cima de mim. Tinha até esquecido dele.

_Pare de me seguir.- Disse grossa, continuando a andar.

_Foram aqueles malucos dos seus amigos né? Te desafiaram a fazer isso? São um bando de babacas, que estão mandando uma pessoa para a morte.- Bufou ele irritado. Me virei para ele num instante.

_Como sabe? De... Meus amigos?- Disse curiosa e raivosa ao mesmo tempo. Vi um leve brilho de... Algum sentimento que não identifiquei. Poderia estar imaginando, pois foi muito rápido.

_Aqueles babacas fazem festas quase todas as noites. Vi você em duas delas. E ainda aquele tal de Brad. Mereceu a surra que eu lhe...- Neste momento ele tapou a boca rapidamente, muito consciente de que falou algo que não deveria. Eu arregalei os olhos e cerrei os dentes.

_Como é que é? Foi você que o atacou?!- Disse completamente incrédula.- VOCÊ VIU O ESTADO QUE O DEIXOU?- Gritei gesticulando sem parar.

_Você nem ao menos sabe o motivo!- Disse ele como se tivesse um pingo de razão. Se um olhar matasse, ele estaria morto neste exato momento.

_Ham! Tem um motivo pra você ter deixado o coitado naquele estado? VOCÊ TEM DOIS MINUTOS!- Disse já com a paciência esgotada. Até a reserva acabou.

_Toda vez que estas festas acontecem, eles jogam lixo aqui. E se VOCÊ não sabe, aqui é praticamente minha casa. Ontem a noite, esse seu Brad jogou cerca de três garrafas de cerveja em mim e chamou uns caras pra me bater. Você quer ver as cicatrizes? QUER VER? E adivinha? Eu não tinha visto que eles ainda não tinham saído e saí de trás de uma árvore. Ele me viu. Então foi ai que jogou as garrafas e chamou os outros babacas.- Disse ele com o rosto todo vermelho. Raivoso arrancou um pedaço de um galho da árvore ao seu lado e jogou longe.

_Ele estava bêbado.- Disse sentindo pena do pequeno lobinho. Espera o que?

_Você ainda o defende?- Disse ele incrédulo.

_Eu... Sinto muito.- É... eu não estou entendendo o que está acontecendo. Ele me encarou.

_Vá embora.- Ele disse abaixando a cabeça. De novo esse papo?

_Por que você insiste em...- Paro quando ouço um uivo. Muito perto. De nós. Eu olho para o... como é que é o nome dele? Esse garoto está me deixando nos nervos.

_Paul contou... VAMOS! Você precisa correr. Anda!- Ele disse desesperado gesticulando para mim.

_Mas, eu não lembro o caminho! Como é que...- Ele me puxou pelo braço e começou a correr.

_Eu te levo! Vem! Rápido! Se te pegarem está morta.- Ele falou dando passadas largas e se dividindo entre olhar para mim, olhar para frente e olhar para trás.

Depois de alguns minutos comecei a ver a fumaça da festa e o barulho da música. O rapaz que eu não sabia o nome parou bruscamente antes de sairmos da floresta e olhou para mim.

_Escuta. Você precisa tirar todos os teus amigos daqui. Só por segurança. Nenhum de nós pode passar daqui. Mas nunca se sabe.- Ele estava ofegante enquanto olhava para trás sem parar.

_Muito obrigada...?- Finalmente vou saber o nome desse menino. É agoniante ficar chamando ele de rapaz que não sei o nome, menino ou garoto. Então ouvimos outro ruivo.

_Vai!- Ele disse e começou a correr escuridão adentro. Filho da mãe. Nem me disse o nome.

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