Capítulo 11

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Acordei em uma cela toda suja. Estava em um colchão todo rasgado e quase não tinha luz no corredor. Onde eu estava?
Podia ouvir algumas pessoas gritando, umas pedindo ajuda, outras apenas por puro desespero. Quando olhei para frente reparei que Mercedes ali se encontrava. Ela estava chorando desesperadamente.

_Mercedes?- Falei baixo. Ela ainda a soluçar virou. Quando ela me viu, se aproximou das grades. Seus olhos estavam refletindo terror puro.

_O que está acontecendo? Por que fizeram isso com a gente?- Ela sussurrou olhando de um lado para o outro. Apenas balançei a cabeça e olhei para baixo.

_Gostaria muito de saber.- Foi só o que eu disse. Então um cara alto e magro parou em frente a cela de Mercedes e jogou alguém lá dentro. Olhou para mim em desprezo e partiu. Mercedes observava a pessoa jogada no chão. Ambas tremiam. A mesma afastou o cabelo da menina no chão, arregalou os olhos e disse.

_Mel, é Melinda.- Na mesma hora pulei e colei o rosto nas grades. Melinda não se mexia.

_Ela está respirando? Está machucada?- Disse já começando a chorar. Mercedes a virou, e começou a acariciar seu rosto.

_Ela não parece machucada, mas está desmaiada. Como você deve ter percebido.- Disse colocando Melinda no colchão. Gostei desse lado de Mercedes, carinhosa, atenciosa e gentil.

(...)

Ficamos o resto do dia sem comer. Éramos prisioneiros aqui. Melinda havia acordado depois de algumas horas após ser largada na cela. Dormi por um tempo, não sei direito quanto tempo, mas quando acordei já era noite. Todos que estavam presos no mesmo corredor que eu, já haviam parado de tentar gritar por ajuda, pois perceberam que era inútil. Estavamos perdidos. Depois de um tempo uma mulher veio até nós entregar uma maça cada, estava um pouco velha, mas era o suficiente para quem não havia comido nada o dia todo.
Depois que comi minha maça, sentei em um dos cantos da cela e começei a refletir sobre minha vida.
Primeiro meus pais. Eles foram mortos quando eu tinha apenas dois anos de idade, não havia mais nenhum familiar conhecido. Então me deixaram em um abrigo. Do abrigo fui para a escola que eu... Estava até agora. A maioria das pessoas lá são órfãos ou foram largados pela família. Eu e Melinda somos melhores amigas desde que fomos colocadas no mesmo quarto. Cuidavamos uma da outra. Eu as vezes tirava Melinda das confusões que ela se metia. E como agradecimento ela fazia minhas lições de casa. Nos divertiamos brincando de guerra de travesseiro à noite, pegavamos chocolates escondido na cozinha da escola e comiamos enquanto conversávamos sobre as loucuras que fazíamos em classe. E agora, ambas estávamos em celas, sabe-se lá aonde.

(...)

Os dias se passavam e tudo continuava na mesma. Ganhavamos frutas como alimento três vezes ao dia. Se tivessemos sorte, ganhavamos restos de comida de algum lugar. Nosso dia se resumia em dormir sem parar. Não havia outra coisa para se fazer. Nem falar ou cantar podíamos. Levavamos bronca, enquanto ameaçavam nos torturar com uma faca.
Nas poucas vezes que conseguíamos dizer algo, descobri que estavam pegando alguns das pessoas raptadas e fazendo experiências. Estavam as torturando.


Galera, espero que estejam gostando do livro. Qualquer coisa só comentar aí. Beijos ♥

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