Hanbin abre a porta da sua casa naquele sábado à noite como nunca abriu para ninguém que já tenha ido até lá. Ele olha para o garoto ao seu lado, que tem olhos grandes e um tanto arregalados que observam o primeiro cômodo. Hanbin deixa Hao entrar e fica parado na soleira da porta. Coça a nuca e finge um constrangimento que não necessariamente é de todo encenação.
— Então — diz ele, ao mesmo tempo em que olha para Hao e para o chão algumas vezes. — Essa é minha mansão, Zhang. É tão luxuosa quanto a sua?
Hao, parado no meio da sala, se torna o ornamento mais bonito daquela decoração. Ele veste uma bermuda jeans clara, tênis casuais e um suéter branco alguns números maiores do que o próprio corpo. Os cabelos estão muito lisos e jogados sobre a testa, o que esconde parcialmente as sobrancelhas grossas. O colar de pérolas que ele sempre usa fica preso na base do pescoço e reflete na pouca luz.
Hanbin, de onde está, contempla o esplendor que Hao carrega em cada traço.
— Eu adicionaria mais alguns lustres de cristal no teto e, hm... trocaria este tapete rústico por um persa. — Hao gosta de entrar nas brincadeiras de Hanbin, embora muitas vezes fique envergonhado com algumas delas. — Aceitaria o contato de um consultor de decoração?
O sorriso no rosto de Hanbin parece genuíno para Hao. Ele finalmente fecha a porta atrás de si e entra, deixando-os frente a frente. Hao desvia o olhar, pois encará-lo tão de perto ainda é difícil, mesmo que nos últimos dias tenha feito isso bastante devido aos beijos recorrentes em alguns armários de limpeza na Escola Clássica — mesmo que o ocorrido da primeira vez não tenha se repetido devido a falta de tempo e privacidade.
— Eu acho que, já que você entende tanto assim de arte em casas de luxo, você pode ser o meu consultor de decoração, assim pode vir mais vezes aqui. O que me diz?
— Eu mal coloquei os pés na sua casa e já está me convidando de novo? E se eu for um péssimo convidado?
— Não acho que seja possível.
— Por quê?
— Porque... — Hanbin rodeia as mãos na cintura fina, ambos no meio da sala, cercados de móveis em péssimas condições. — Porque um convidado tão lindo assim não tem a mínima possibilidade de ser um convidado indesejado.
E é aí que Hao cora dos pés à cabeça, porque Hanbin o chamando de lindo — e ele faz muito isso —, é meio que o seu ponto fraco.
Hao não sabe como aceitou aquele convite cheio de segundas intenções para visitar a casa de Hanbin neste sábado. Foi um convite que surgiu enquanto Hanbin beijava seu pescoço no meio da semana, afirmando que precisava ficar sozinho com Hao senão iria enlouquecer. Hao aceitou, assim como ele, também tomado pelo tesão momentâneo e pela vontade arrebatadora de sentir mais daquele homem. Ele sabia que não encontraria, ao contrário da brincadeira compartilhada por eles, nenhuma mansão luxuosa, então não estava surpreso com a casa simples, mesmo porque tudo que importa para Hao naquele momento são os olhos de Hanbin o encarando com aquele brilho carregado de mistério e sensualidade.
E ele sabe, tão claro quanto a água, que foi até aquela casa com um objetivo ainda mais explícito: ele irá transar com Hanbin e não pode estar mais ansioso.
— Pode tentar inflar o meu ego o quanto quiser — diz Hao, e sente os lábios de Hanbin tocarem a lateral do seu pescoço, lábios gelados em contato com a tez tépida. — Não vai conseguir muita coisa.
— Não? — Ele sussurra, mãos ainda ao redor da cintura esguia do violinista. — Nem um beijo?
— Não — Hao entra neste jogo de sedução, pois sabe que Hanbin o adora. Ele inclina o pescoço para o lado, dando mais espaço para a língua de Hanbin serpentear por ele.
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Cosmic Dollars | Haobin
FanficSung Hanbin quer colocar as mãos em um milhão de dólares vindo do maior empresário do ramo metalúrgico da Coreia do Sul, também conhecido como o desgraçado que fodeu com a sua vida inteira. Para isso, Hanbin tem um plano, e ele consiste em fazer o f...