CAPÍTULO UM

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SURVIVING TO THE MAD MIND;

Desespero.

Desespero é tudo o que eu consigo sentir. Eu estou sozinho, não tenho ninguém... eles me acham louco, como que eles não conseguem ver que eu só estou tentando nos manter vivos... Eles não entendem, não entendem que esse mundo não é mais o mesmo de antes, agora mais do que nunca os fortes é que sobrevivem, os mortos não são o perigo desse novo mundo... são os vivos. Esse mundo é louco e perigoso, um segundo a mais ou a menos faz uma diferença gigantesca nesta nova realidade.

E agora por ter pensado demais, estou com uma faca fincada em meu peito e todo o que consigo sentir é dor, enquanto Rick que era meu melhor amigo me segura dizendo que a culpa era minha, que ele fez o que fez por minha culpa...'idiota' penso comigo mesmo mas ao mesmo tempo sinto um leve orgulho dele por ter feito isso.

Consigo escutar a voz de Carl ao longe chamando seu pai e meus olhos se esbugalham ao sentir Rick me soltar de seus braços deixando me deitado na grama levemente umedecida por conta do sereno, não escuto mais suas vozes, estou só novamente... como sempre estive.

Escuto grunhidos vindo de longe e consigo virar minha cabeça com certa dificuldade e vejo centenas de mortos vindo, eu não sinto mais dor fui tomado pelo desespero novamente, eu não vou ser comido por essa merdas.

Uso o pouco que me resta de forças, ficando de joelhos e começo a engatiar com cuidado para não ficar pior do que já estou, olho para a frente vendo o lugar onde o Randall estava à algumas horas atrás, não estar muito longe de onde eu estou e vou para lá. A dor que estou sentindo é insuportável mas tenho que ser forte por mim, esse não vai ser meu fim.

Os grunhidos agora estavam um pouco mais altos, os mortos estavam chegando mais perto. Consigo chegar até aquele pequeno celeiro e novamente faço força para ficar de joelhos me apoiando na porta, graças a Deus eu ainda estava com a chave do cadeado e a pego sorrindo, entro no local e tranco o cadeado pelo lado de dentro, espero que aquelas coisas não entrem aqui.

Suspiro e me deito no chão começando a chorar, eu não quero morrer assim, eu não quero, olho pro lado e vejo algumas coisas ali, sorrio esperançoso, é um pequeno kit médico talvez seja o suficiente pra eu me curar. Abro ele e vejo que tem um canudo de metal, bisturi, gases, ataduras, tesoura, linhas... deve ser o suficiente, tem que ser.

Respiro fundo e pego o bisturi fazendo um corte em mim para que eu possa colocar o canudo para ter saída e entrada de ar em meus pulmões assim que eu retirar a faca de meu peito. Respiro bem fundo e arranco a faca do meu peito de uma vez só, sinto meu pulmão ser comprimido e coloco o canudo no corte que eu fiz, sentindo o ar voltar ao meus pulmões, tenho que cuidar dessa ferida agora. Pego meu cantil que estava cheio com bebida alcoólica e derramo um pouco sobre a ferida pra que ela não pegue uma infecção, em seguida pego a linha e a agulha começando a costurar a ferida onde a pouco tempo tinha uma faca cravada. A cada entrada e saída da agulha de meu corpo eu aperto ainda mais meus dentes tentando não fazer barulho por conta da dor.

Finalmente eu termino de me costurar e agora vem a parte difícil. Me cauterizar. Pego a tesoura que havia no kit e a olho, pego o esqueiro em meu bolso e o acendo esquentando a ponta da tesoura, quando está quente o suficiente coloco sobre a ferida costurada e sinto minha pele queimar mas não me importo, tenho que fazer isso se eu quiser continuar vivo, é o preço à se pagar.

Sorrio ao finalizar tudo, eu consegui... e sozinho, talvez seja melhor assim, nenhum deles me queriam por perto mesmo, me viam como um cachorro louco.

Escuto os grunhidos do lado de fora e olho pra porta vendo uma bolsa ali estranhando o fato dela estar ali. Me arrasto até ela a abrindo e olho pra cima com um sorriso, tem alguns sanduíches e garrafas d'água dentro, pego um de cada e como rapidamente para recuperar minhas forças, eu não sei quanto tempo vou ficar aqui dentro, tenho que ser esperto e racionar o que tenho até que seja seguro eu sair daqui e seguir em frente.

Respiro fundo sentindo o cansaço me consumir e me deito no chão, sentindo meus olhos pesarem, sorrio levemente, acho que algo está ao meu favor a final de contas ou pode apenas ter sido sorte.

Minha sorte é que eu sou Shane Walsh.

SURVIVING TO THE MAD MIND | SHANE WALSHOnde histórias criam vida. Descubra agora