Parte 26

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Quando acordei na manhã seguinte, percebi que Soluço ainda estava dormindo e delicadamente tirei o seu braço, que envolvia minha cintura. Levantei rapidamente e troquei de roupa, sai do quarto em silêncio, deixando-o dormir mais um pouco. Dei bom-dia á meu pai e um grande beijo em minha mãe, que estava quase mais feliz que eu pelo casamento, abracei meus irmãozinhos, que á essa hora já estavam acordados (aprontando), desejando-os um ótimo dia e sai do castelo, animada. fui até o estábulo, onde estavam dormindo tranquilamente Angus e Banguela e os acordei. Montei em Angus e lá fomos nós dar o nosso passeio matinal, Banguela iria ficar sozinho então deixei ele nos acompanhar, não me importando com o desespero de Soluço ao acordar e não encontrar nem á mim e nem o Banguela. Fomos até a colina e depois voltamos pelo caminho do rio, dando uma pequena parada para Angus beber água e para Banguela comer alguns peixes. Enquanto eu ia até o estábulo, pelo caminho que dava á entrada do castelo, todas as pessoas por quem eu passava olhavam de um jeito estranho para Banguela, afinal não era todo dia que eles viam um dragão passear tranquilamente pelo reino. Deixei Angus e Banguela no estábulo e fui até o castelo, onde me surpreendi ao ver Soluço, que agora estava completamente enrolado em uma corda e pendurado em uma das grandes madeiras que existiam no této, e o que mais me espantou foi o fato de que ele ainda estava dormindo... Tenho que admitir que o Soluço tem o sono pesado, mas eu não imaginei que fosse pra tanto. Subi as escadas correndo e, quando cheguei no meu quarto, vi os lençóis e cobertas da minha cama no chão, já imaginando quem tinha feito isso...

- MENINOOOS!!! -Gritei e fui procurar eles.

Como imaginado, eles estavam carregando uma corda em direção á porta da cozinha, que daria na parte de trás do reino.

- Podem parar por ai! -Falei com os baços cruzados e uma expressão muito séria. - Podem voltar agora para o salão e tirar o soluço de lá! -Falei apontando pra o salão.

Eles apenas sorriram e com uma cara de "e se eu não fizer isso?" continuaram andando.

- Eu disse AGORA! E se vocês não voltarem falo para a Mamãe, que vai deixar vocês três sem sobremesa por duas semanas!

Eles olharam pra mim e fizeram uma careta muito fofa. Por mais que eles vivam fazendo bagunça, eu continuo amando esses pestinhas!

Então nós fomos até o salão e encontramos Soluço, ainda dormindo.

- Soluço! Acorda! -Eu gritei mais nada adiantou. - E agora? O que vamos fazer? Ele não vai acord... -Olhei para o lado e os meninos não estavam mais ali mas quando olho para cima vejo Harris pendurado na corda, dando leves tapinhas nas bochechas de soluço, fazendo-o abrir um pouco os olhos.

- Aaaaaaaaah!!! -Ele grita ao olhar para baixo. - O que está acontecendo? Por que eu estou aqui em cima? Socorro! eu não quero cair!!!

- Soluço! Se acalme!!! Os meninos já vão te tirar dai! -Grito tentando acalma-lo.

Harris subiu pela corda até onde estavam Humbert e Hamish e eles foram soltando a corda devagar até ele chegar no chão, mas faltando apenas alguns centímetros eles largam a corda e Soluço cai de cara no chão.

- Aaiii, minha cabeça!!! -Ele grita.

- Seus pestinhas!!! não façam mais isso! -Grito para os meninos que saiam correndo.

Soluço se debatia no chão como um peixe fora d'água, na tentativa de se livrar da corda.

- Deixa que eu te ajudo! -Falo me ajoelhando no chão para desenrolar a corda. - Eu sinto muito pelo o que eles fizeram... -Tento me desculpar pela pegadinha dos meus irmãos.

- Está tudo bem, você não tem culpa... Mas eu não entendo! Eles me odeiam! Eu até dei bolinhos para eles no jantar... -Ele fala um tanto desanimado.

- São crianças! Eles gostam de você, só não se acostumaram com a sua presença aqui... -Tento explicar.

- Espero que se acostumem logo...

- Eles vão!

- Bem... Bom dia! -Ele fala me roubando um selinho.

- Bom dia! -Falo bagunçando seu cabelo.

Nos levantamos e subimos as escadas indo até meu quarto, Soluço se trocou e nós fomos tomar o café da manhã. Quando chegamos no salão de banquetes Me deparei com o meu pai que já estava tomando seu café e minha mãe que estava lendo correspondências.

- Bom dia... -Fala Soluço um pouco envergonhado.

- Bom dia! -Meu pai fala.

- Bom dia, dormiram bem? -Pergunta minha mãe.

- Dormimos bem, obrigada! -Soluço responde.

- Quem bom! Sente-se... -Ela fala e nós dois sentamos à mesa.

Tomamos nosso café tranquilamente enquanto converssavamos sobre o casamento, o que foi muito bom, mas logo esse momento tranquilo e agradável acabou. Stoico chegou no salão, assustado, com uma expressão preocupada em seu rosto.

- Pai? -Soluço pergunta confuso, sem saber o motivo da visita de seu pai tão cedo.

- Soluço, precisamos de você! Os dragões estão fora de controle, alguma coisa está errada!

- Estou indo! Vá na frente, eu vou pegar o Banguela! -Ele fala se levantando da mesa.

- Espera, Soluço! Eu vou com você! -Falo.

- Não Mérida, é perigoso! Não posso deixar que se machuque!

- Mérida, o Soluço está certo! -Fala meu pai. - Você fica aqui! Eu vou junto, posso ajudar! -Meu pai fala direcionando seu olhar para Stoico.

- Tudo bem! Vamos lá! -Stoico fala saindo pela porta e meu pai o segue.

- Desculpe... -Fala Soluço sabendo que eu odeio ficar sem poder fazer nada. -Eu volto logo! -Ele fala me dando um beijo.

- Tudo bem... -Falo desanimada.

E lá se vão eles, Soluço pega Banguela que voa cortando os céus com suas asas gigantes e Stoico e meu pai voavam um pouco mais atrás no dragão de Stoico.

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