Ashton sempre foi um garoto extremamente romântico, sempre que podia carregava consigo rosas vermelhas, as quais sempre distribuía para os casais que encontrava tanto na rua quanto em sua própria escola. Não tinha vergonha de atrapalhar um casal para lhes dar a rosa, muito pelo contrário, achava que a rosa apenas ajudaria a deixar qualquer momento ainda mais especial do que o planejado.
Era conhecido na região em que morava como o entregador de rosas, e diziam muitas bobagens sobre a sua existência. Chegara a ouvir que os casais que recebiam suas rosas estavam destinados a ficar juntos para sempre, como se o garoto fosse o cupido disfarçado e que as rosas vermelhas que colhia em seu quintal fossem as flechas. Outros diziam que ele conseguia distinguir o amor verdadeiro de paixões passageiras, e demonstrava isso através de suas rosas. Achava engraçado essas comparações, por isso fazia questão de não desmenti-las.
Na verdade o loiro apenas gostava de presentear os casais que encontrava com as suas tão preciosas rosas, não havia um grande significado por trás de seu ato, apenas gostava das reações que conseguia através desse pequeno e simples ato. Não entendia porque todos achavam aquilo estranho a ponto de criarem histórias e "lendas" a respeito. Eram apenas rosas, belas rosas, e um garoto normal.
E por mais irônico que pudesse parecer, o garoto que tanto prezava e adorava o amor, nunca havia se apaixonado, nem mesmo sentindo aquele sentimento que tanto idolatrava. De certa forma era um tanto quanto fechado nesse quesito, não se envolvia com ninguém e evitava fazer amizades, mas ao mesmo tempo também não colecionava inimizades, era um garoto que ninguém tinha uma opinião formada sobre. Só notavam a sua existência por causa das rosas, pois se as mesmas não existissem, ele muito provavelmente seria apenas mais um ninguém. Melhor dizendo, ele seria mais um fantasma naquela enorme escola.
Algumas garotas até tentaram fazer amizade consigo, porém Ashton era mais esperto que todas elas juntas e misturas. As garotas queriam rosas, ou ao menos uma dica de com quem elas deveriam ficar para conseguir uma. Ele apenas revirava os olhos e as deixavam falando sozinhas, pensando consigo mesmo que se continuassem assim nunca receberiam o que tanto almejavam.
Ele era seletivo, observava como o casal se comportava antes de dar uma de suas preciosas rosas. Não gostava de desperdiçar todo seu trabalho, tempo e carinho que dedicou para a rosa em questão em um casal que não merecesse de fato tal sinal de afeto. O casal deveria ser digno de receber sua rosa, talvez por causa desse fato que todos acreditavam que o garoto fosse de fato o cupido.
Em uma tarde após a escola, andava lentamente para a sua casa, quando ao passar pelo parque viu o casal mais bonito que já teve o prazer de conhecer. Sabia que ainda lhe restava uma de suas rosas em sua mochila, e sequer pensou duas vezes antes de começar a segui-los, tendo em mente que tinha que entregar a rosa para eles. Porém os dois não se aperceberam do garoto loiro os seguindo, estavam perdidos em seu pequeno mundo particular, brincando e conversando sobre tudo que vinha em suas mentes jovens e despreocupadas.
Ashton parecia estar aficionado em ambos, jurava que conseguia ver um brilho branco ao redor dos dois e mesmo não sabendo o que aquilo significava sabia que era algo importante. Tentou chamar a atenção deles, enquanto os seguia, mas ao perceber que eles não o escutavam e que estavam cada vez mais distantes de si, nem pensou duas vezes antes de sair correndo atrás deles, tendo agora em suas mãos a rosa vermelha que tirara de seu jardim naquela manhã fria de inverno.
Não olhou para a rua antes de cruza-la, e esse foi o seu maior erro.
Foi atingido em cheio por um carro em alta velocidade, bateu tanto no para-brisas quanto pelo teto do carro, caindo atrás do mesmo. Não conseguia se mexer muito menos se pronunciar, estava em choque com tudo que havia acontecido naquele pequeno espaço de tempo. Não sabia se iria morrer naquele instante, ou se o futuro estava apenas a brincar com a sua vida, porém qualquer que fosse o destino que lhe estava reservado, fez questão de não largar a rosa.
Talvez aquela decisão por si só mudou a sua vida por completo. Não sabia de fato, mas sabia que tudo que aconteceu em sua vida após aquele acidente estava relacionado com aquela bendita rosa em questão – essa que desde então parecia estar conectada consigo. A rosa que nunca saia de seu criado mudo, a rosa que não murchara ou perdera sequer uma pétala com o passar dos anos.
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Bem, espero que vocês tenham gostado desse prólogo, ele retrata como tudo começou de fato, por isso fiz questão de que não fosse muito longo.
Qualquer duvida ou erro, é só comentar. Prometo que sou uma pessoa legal e que não morderei ninguém -risos.
Mols de Beijos,
Natalia
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O entregador de rosas / Lashton
FanfictionEle era conhecido como o entregador de rosas, aquele que dava as rosas mais bonitas de seu jardim para os casais que eram dignos de tamanha regalia. Por muitos também é conhecido como a personificação do próprio cupido, pois após sofrer um acidente...