Muitas foram às vezes que Luke entregou rosas a Ashton, o tão conhecido entregador de rosas – também apelidado de cupido. Durantes os meses de amizade que manteve com o cacheado, tentou diversas vezes expressar os seus sentimentos pelo mais velho da mesma maneira com que o mesmo fazia com os desconhecidos, através de rosas.
Suas rosas podiam não ser tão bonitas ou cheirosas quanto às do cacheado, mas possuíam o mesmo significado – ou até mesmo mais, ao menos aos olhos do loiro. Afinal, junto com aquelas rosas estavam seus mais legítimos sentimentos, os quais nutria pelo outro desde que se conheceram naquele parque – o adolescente de olhos azuis fora fisgado pelo brilho infantil presente nos olhos do menor e pelo fato de ter ajudado seu irmão sem pedir nada em troca.
No inicio se tratava apenas de uma enorme admiração, mas sem o seu consentimento observou aquilo se transformar em uma devastadora paixão, e não demorou muito para perceber que estava de fato apaixonado pelo garoto que nunca havia se apaixonado, por mais que espalhasse o amor por onde quer que passasse. Porém, o loiro tinha em mente conquistar o mais velho, e assim que começara a presentear o mesmo com as mais variadas rosas.
Às vezes apenas colocava a rosa dentro do armário do mesmo, sem que o cacheado se apercebesse, junto com uma mensagem impressa na impressora da escola durante o horário do almoço – período que Ashton ficava isolado em algum lugar do ambiente escolar. Outras apenas inventava uma desculpa para presenteá-lo com as rosas, grande parte das vezes recebendo um olhar matador do mesmo seguido de um revirar de olhos antes de finalmente pegar a flor em suas mãos e ir embora, sem dizer nada mais.
Estava tão acostumado com aquelas atitudes do mais velho que sequer se importava com o que aquilo poderia significar, fica feliz em vê-lo aceitar as rosas, e nada mais importava para si. Foi assim que o loiro ganhou a confiança do cacheado, consequentemente ganhando também a amizade do mesmo – somente se apercebera disso quando o mesmo começara a passar o intervalo ao seu lado, fazendo com que seu coração acelerar e até mesmo perder algumas batidas.
Dias se tornaram semanas, e semanas se tornaram meses. E Luke, mesmo sem acreditar, conseguia se apaixonar cada vez mais pelo cacheado; aprendera a gostar tanto de suas qualidades quanto de seus defeitos e tinha certeza que mais cedo ou mais tarde acabaria finalmente tomando a coragem necessária para se declarar de maneira explicita para o mesmo – pois percebera que somente entregar as rosas não surgia o efeito desejado no outro, as reações passaram a ser diferentes, mas ainda sim estavam longe do esperado.
Pedira ajuda a Michael, um dos amigos que fizera graças a Ashton – ainda se envergonhava quando lembrava como havia conhecido o mesmo –, para assim por em pratica o plano perfeito, para que o cacheado não conseguisse dizer nada além de "sim" ao seu pedido de namoro. Tudo tinha que ser perfeito, pois o loiro conhecia bem demais o outro para saber que o mesmo tentaria fugir daquilo – achava irônico como o adolescente que convivia diariamente com o amor pudesse ter tanto medo desse sentimento em especifico – mesmo querendo tanto quanto si aquele namoro.
E quando finalmente teve a ideia perfeita, e a coragem necessária para por aquela ideia absurda em prática, viu seus planos irem por água abaixo ao receber aquela rosa. Aquela maldita rosa vermelha que nunca saia do criado mudo de Ashton, a rosa que o loiro aprendera a odiar com todas as suas forças com o passar do tempo.
Punha a culpa naquela rosa pelo acidente que o cacheado teve quando ainda era criança, achava que tudo de ruim que acontecera com o mesmo fora desencadeado por aquela maldita rosa vermelha. A mesma poderia ser maravilhosa, dona de um perfume estonteante e pétalas vermelhas que nem sangue, mas a única coisa que Luke conseguia enxergar ao ver aquela rosa era a morte.
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O entregador de rosas / Lashton
FanfictionEle era conhecido como o entregador de rosas, aquele que dava as rosas mais bonitas de seu jardim para os casais que eram dignos de tamanha regalia. Por muitos também é conhecido como a personificação do próprio cupido, pois após sofrer um acidente...