Meu patrão, Rick, havia feito uma proposta inacreditável: levar um homem desconhecido para casa e, em troca, desfrutar do meu salário no fim do mês. Uma oferta tentadora, porém, repleta de incertezas e perigos ocultos. Resisti bravamente no início, contorci-me de raiva, mas a realidade cruel me empurrou para aceitar a oferta. Não havia escolha, era a única opção que me restava.
Derrotada, olhei para o homem misterioso à minha frente e perguntei, com um misto de indignação e derrota em minha voz: "O que você quer, afinal?" Eu estava pronta para acompanhá-lo, mesmo contra a minha vontade.
Ele sorriu triunfante, como se tivesse vencido uma batalha pessoal. Meus olhos reviraram em desprezo, mas não tive outra opção senão segui-lo até o estacionamento. Ali, diante de mim, estava um dos carros mais luxuosos que eu jamais imaginara possuir. Ele destravou o veículo com a chave, convidando-me a entrar.
"Não faço ideia de onde você mora. Além disso, você está bêbado demais para me guiar. Que conveniente para você. Chame um de seus 'empregados' para vir buscá-lo", sugeri, prestes a sair do carro. No entanto, ele me puxou de volta, apontando para o GPS no painel.
"Você não vai se livrar de mim tão facilmente. Use o GPS, meu endereço está salvo nele", ordenou com uma mistura de arrogância e autoridade.
Suspirei, frustrada com a situação, e obedeci, dirigindo em direção à casa dele. A luz noturna da cidade passava rapidamente pelas janelas, enquanto eu tentava me acalmar sentindo a brisa fresca em meu rosto. Dirigir sempre me proporcionava uma sensação de liberdade e poder, algo que eu não experimentava há muito tempo. Acelerei o veículo, sentindo o ronco do motor vibrar dentro de mim, causando uma satisfação intensa. No entanto, pude perceber que seus olhos estavam fixos em mim, queimando como brasas, do banco do passageiro.
Finalmente, chegamos ao destino. Eu estava prestes a sair do carro e seguir meu próprio caminho quando ele me pediu abruptamente: "Ei, me leve até a porta!"
"Não! Você pode ir sozinho, você tem pernas!" respondi, resistindo ao seu pedido absurdo. Mas ele tentou sair do carro, tropeçando na porta e caindo na grama. Uma risada escapou de meus lábios, involuntariamente, enquanto eu observava sua figura desajeitada.
"Isso é sério? Você parece uma criança de 5 anos!", provoquei, sem conseguir segurar minha diversão.
"Se você não me levar para dentro, passarei a noite aqui, deitado na grama! Deve ser ótimo dormir olhando as estrelas!"
Minha raiva fervia dentro de mim, uma mistura sufocante de frustração e revolta, mas respirei fundo, tentando conter minhas emoções. Não queria sucumbir à minha própria fúria. Afinal, fui eu quem o levantou do chão, segurando-o com esforço, e o guiei até a porta.
"Você é tão pesado", resmunguei, tocando a campainha com um misto de impaciência e exaustão.
"Ninguém vai atender a porta", ele disse, ainda pendurado em meu ombro, como um fardo difícil de suportar.
"O quê? Por quê? Onde estão seus empregados?", indaguei, perplexa. Esperava encontrar alguma ajuda para lidar com essa situação inusitada.
"Já é meia-noite, eles foram embora", respondeu ele, um tom de desânimo em sua voz.
Aquela resposta jogou um balde de água fria em minhas esperanças de encontrar uma solução fácil. Parecia não haver maneiras de me livrar dele, mesmo que eu desejasse isso intensamente.
"Me leve até meu quarto", ele pediu, surpreendendo-me com seu pedido absurdo.
"Você está brincando comigo?", questionei, com a surpresa pintada em meu rosto.
"Ah, vamos lá!", ele tentou me incentivar, mas, em vez disso, senti uma vontade incontrolável de socá-lo no rosto.
"Tudo o que você sabe é dar ordens às pessoas. Além de me tirar do meu trabalho para te trazer até aqui, agora você quer que eu te carregue até o seu quarto lá em cima? Acha mesmo que vou fazer isso? Nem pensar!", declarei, soltando-o bruscamente no chão. O impacto fez um estrondo ecoar pelo ambiente.
"Ai!", ele gemeu de dor, jogado no chão.
"Oh, me desculpe!", murmurei, levantando-o novamente. "Está bem, vou te levar até lá, mas depois disso vou embora e nunca mais vamos nos ver!"
"Por mim, tudo bem", ele respondeu indiferente.
"Aff", suspirei, resignada, aceitando meu destino.
Assim, segui suas orientações através daquela enorme mansão, onde facilmente eu me perderia, até finalmente chegarmos ao seu quarto. Ele caiu no chão, próximo à cama, como se fosse sua última conquista.
"Você só pode estar brincando!", exclamei, incrédula com sua falta de coordenação. "Sua cama está bem ao lado!"
"Está bom", ele murmurou com grande dificuldade, finalmente se deitando.
"Ok, agora estou indo embora. Lembre-se da sua promessa...", falei, prestes a sair.
"Promessa? Que promessa?", ele perguntou, confuso.
"Como pode ter esquecido tão rápido? A promessa de que não vamos mais nos ver!", respondi, frustrada com sua falta de memória.
"Ah, esquece", murmurei, dando-me por vencida enquanto me afastava da porta.
No entanto, antes que eu pudesse sair completamente, uma mulher de saltos altos e cabelos pretos lisos entrou no quarto, interrompendo o que quer que ele estivesse prestes a dizer.
"Meu amor...", ela começou a falar, mas parou abruptamente quando percebeu minha presença. Seu olhar se fixou em mim, misturando-se com uma expressão de surpresa e desconfiança. "Quem é você?"
"Não importa. Já estou de saída", respondi, pegando minhas coisas que estavam espalhadas pelo chão. Saí do quarto imediatamente, mas não pude evitar escutar uma frase abafada que me encheu de fúria.
"Quem é ela, meu amor? Mais um novo brinquedinho para sua coleção? Já tem tantas mulheres, por que quer mais uma? Eu não sou suficiente para você?", a mulher questionou, cheia de amargura e ressentimento.
Aquelas palavras foram como um punhal atravessando meu peito. Sentia meu sangue ferver, minhas mãos tremiam e minha vontade de quebrar aquela porta e confrontar aquela mulher era quase insuportável. Eu não era um brinquedo de ninguém, não era objeto de diversão ou capricho. Mas, apesar da ira que me consumia, consegui me conter e apenas saí dali, fechando a porta atrás de mim.
"Então é isso que ele é?", pensei, com uma mistura de tristeza e raiva. "Um homem que brinca com os sentimentos alheios, que coleciona corações partidos sem se importar com as consequências."
Respirei fundo e me afastei daquela mansão, deixando para trás as poucas lembranças amargas que tive com esse homem. Não sabia o que o futuro me reservava, mas estava decidida a não cruzar mais o caminho desse tal Nathan, não importava as circunstâncias.
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Doce Obsessão
عاطفيةNathan se encontra imerso em um oceano de tristeza e remorso à medida que a consciência pesa sobre ele, revelando as tolices e palavras cruéis que proferiu contra sua ex-namorada. Determinado a reparar seus erros, ele se dispõe a fazer qualquer cois...