Sirshine - Caminhos Entrelaçados

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Este capítulo envolve temas sensíveis como abandono parental e violência explícita.

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Marquís era muito mais do que tudo o que Serella havia visto em toda sua vida. Quadrantes de casas e prédios amontoados se espalhavam por todo o Vale na outra margem do grande Rio Sagrado. E até mesmo nas margens haviam cabanas e pessoas aglomeradas. As ruas de paralelepípedo pareciam um formigueiro com a movimentação constante das pessoas. As correntes sagradas do lado encontravam seu fim no incontrolável Mar Dourado, onde as docas preenchiam toda a margem dourada. E o climax do lugar era o deslumbre Palácio de Tulle que brilhava como as estrelas à luz da lua que ainda estava cheia quando chegaram.
- É melhor encontrarmos uma estalagem - disse o amaldiçoado enquanto guiava a carroça pela ponte gigantesca. - a noite está caindo.
- Você tem razão, Rig. Amanhã procuramos por Atlan.
A estalagem não era muito confortável. Ficava no subsolo e a umidade corria pelas paredes deixando o solo de terra enlameado. Tinha somente uma cara estreita e o colchão era fino. Rigorn estava deitado no chão com as mãos cruzadas sobre a cabeça e Serella esforçava-se para dormir quando o estalajadeiro bateu na porta.
- Eu atendo. - O amaldiçoado correu até a porta.
- Vocês precisam sair. - grunhiu o velho rouco sob o bigode amarelado.
- Não entendo, quer mais dinheiro?
- Saia da minha casa agora, seu monstro!
- Monstro? Não vê que a moça está cansada?
- Não me importo. Se tiver que repetir enfiarei uma espada no seu estômago.
- Ora, por enfie seu...
- Tudo bem, Rig - como um fantasma Serella estava de atrás do homem porco, colocando suavemente sua mão sobre o ombro dele na esperança de acalmá-lo. - Vamos sair, senhor.
- A vadia entend... - uma flecha atravessou a cabeça do velho e seu sangue espirrou no rosto de Rigorn. Na ponte do corredor, da escada havia um mouro parado com uma besta na mão.
- Pegue suas coisas, Serella. - Rig empurra a bruxa para trás e se põe contra a porta na esperança de impedir a entrada do soldado.
- Abra a porta seu maldito! - gritou o homem no corredor forçando-se sobre a porta.
- Precisamos sair! - gritou o porco.
Uma flecha atravessou a porta quase acertando o olho de Rigorn.
- Você está na porta! - gritou Serella.
O chute do homenzarrão jogou o amaldiçoado sobre a donzela que caiu sobre a cama. A porta fora arrancada no mesmo chute e o soldado agarrou Serella pelos cabelos lhe arrastando pelo corredor. Em meio a chutes e socos o soldado aproximava-se da escada quando Rigorn enfiou suas navalhas na armadura dele, jogando-o contra a parede.
Desvecilhando-se de seu raptor, Serella corre escada a cima em busca de ajuda para seu amigo. embaixo javali e guerreiro se encaram, a besta é colocada rapidamente entre eles, mas voa contra a parede oposta quando Rigorn arranca das mãos de seu portador com suas presas de marfim. O soldado envolve seus braços musculosos ao redor de seu oponente levantando-o no ar e jogando-lhe no chão. No mesmo instante em que cai, o amaldiçoado chuta o mouro, jogando-o por cima dele ao lado contrário da escada.
O guerreiro tateia o chão procurando o elmo branco que escapou de sua cabeça na queda, e quando se levanta pronto pra mais uma investida, uma pedra racha sua cabeça fazendo com que seu cérebro voe para todos os lados. Ainda deitado, Rigorn olha para a escada atrás de si e vê um rapazote com um rifle parado no sopé da escadaria.
- Muito obrigado. - disse ele
Serella estava sentada com uma moça em uma mesa no canto do salão enquanto o salvador de seu amigo costurava o corte deixado pelo soldado em sua sobrancelha direita.
- Pegue o primeiro navio para as Ilhas Ancestrais assim que possível. - a garota tinha o cabelo raspado e sua pele era negra, parecia brilhar no escuro. - A mãe do herdeiro sabe do que carrega em seu ventre e deseja matá-lo. Pegue isto - colocou sobre a mesa um manto cinza de trapos que encontrou no mercado das pulgas. - e não descubra o seu rosto.
- Ele está pronto. - interrompeu o homem. - Precisamos ir logo.
- Causaremos uma distração para que saiam. E quando saírem partam direto para as docas. - falou a mulher dirigindo-se a Serella.
- Sim, Senhora. Nem sei com agradecer.
- Não agradeça. O que vem após nós trará justiça sobre os injustos. - a garota levantou-se com o rifle na mão e saiu com seu parceiro.
- Eles são meio birutas, não acha? - Rigorn massageava o braço esquerdo.
- Não sei, Rig. Mas não vou ficar aqui pra descobrir.
Quando os gritos começaram, eles saíram sorrateiramente pela multidão desesperada.

A Coroa de SangueOnde histórias criam vida. Descubra agora