4. Não fode tudo

53 11 0
                                    

— Sabe que também não terá mais o meu corpo em cima do seu... A fodendo do jeito que gosta... — Dimitry provocou-me.

Olhei para os lados, um pouco preocupada:

— Dimi, fale baixo.

— Ninguém está ouvindo. Sabe disto. E o que estão vendo são dois primos que se adoram.... E se dão bem... Principalmente na cama.

Estremeci ao sentir o hálito quente dele no meu ouvido, lembrando de tudo que Dimi era capaz de fazer com meu corpo.

Dimitry Perrone era o tipo de homem que sempre me atraiu: jeito de garoto, bonito, imaturo, sarcástico e bom de cama. Corpo perfeito, cérebro de gelatina. Eu comandava!

Era um pouco mais alto que eu, loiro, cabelos sempre desarrumados, mesmo quando usava terno e tentava parecer sério e responsável, como naquele momento. Os olhos claros eram exatamente como os do meu tio Sebastian. E eu não entendia como conseguia gostar tanto dele e detestar na mesma intensidade sua irmã.

— Você foi injusta comigo, Malu.

— Você sempre soube que seria desta forma, Dimi.

— Seria capaz de transar comigo mesmo estando noiva dele?

— Não. A partir de agora vou ser uma mulher séria. Por isso aceitei o compromisso que Robin me propôs.

— Ele não tem nada a ver com você.

— Ninguém tem... Nem você.

— Temos a ver na cama e sabe disto. Sempre deixou claro que gostava da nossa conexão física.

— E não menti, Dimi. Ainda assim não podemos seguir com isto. Sabe que nossos pais jamais aceitariam.

— Não temos parentesco de verdade. Você sabe disto, não é mesmo?

— Claro que sei. Agora explique isso para Bárbara e Heitor Casanova. Ou mesmo para seus pais.

— Já pensou em ter um amante nas horas vagas? — Novamente a voz no meu ouvido fez meu corpo arrepiar-se por completo.

— Não quero mais isso, Dimi. Acabou.

— Acha que não ficar comigo enquanto estiver noiva será como se nunca tivesse traído Robin Hood?

— Não gosto quando o chama de Robin Hood.

— Mas não se importa quando Ben o chama assim. Inclusive quem pôs o apelido foi ele.

— Ben pode... Você não. — Sorri, bebendo o resto do líquido do cálice, enquanto observava Robin, Theo e Heitor discutindo negócios.

— Mereço uma última foda... De despedida.

— A gente não pode continuar se pegando, porra! — falei mais alto do que gostaria, me sentindo um pouco acuada.

— A questão é que eu gosto muito de pegar você... Por trás... — Ele sorriu.

Senti minha calcinha encharcar e tentei ser firme:

— Não...

Dimitry riu, daquela forma cheia de malícia que eu tanto gostava:

— Seu "não" parece um sim.

— O meu não é não. — Toquei o peito dele, mordendo o lábio sedutoramente e depois saí, olhando para seu pau, na certeza de que tinha deixando-o duro.

Andei alguns passos e Ben me interceptou, abraçando-me com força, quase me esmagando com seu corpo forte.

— Eu não acredito que o meu raio de sol vai casar. E ainda tão jovem.

— Calma, Ben. Foi só um noivado.

— Qual sua intenção, raio de sol? Fingir para si mesma que pode se unir a um homem de terno?

— Não... — Tentei me defender, mesmo sabendo que Ben era o tipo de pessoa da qual não se podia esconder nem mesmo os pensamentos, pois ele descobria.

— Não irei acabar com sua vibe de boa moça. Só quero que seja feliz. Sabe que sua luz é radiante... E se não apagá-la, por mim tudo bem que fique com o Robin Hood.

Comecei a enrolar uma mecha de cabelos com os dedos, nervosamente. Que porra todo mundo tinha de se meter na minha vida? Quem achavam que eram, afinal? Eu sequer tinha o sangue daquela família! Por mais que os amasse, sabia que minha família de verdade estava perdida em algum lugar (graças a Deus).

Sem querer, avistei Ester falando com Dimitry. A desclassificada da minha amiga era linda de morrer, com seus 60 quilos muito bem distribuídos nos 1,75 metros, sendo que um metro, no mínimo, devia ser só de pernas. E uns três quilos de peitos... Falsos, mas peitos.

Ester Santini era morena, cabelos longos e pretos, olhos grandes e claros, boca grande, mesmo que comprada, sempre com lábios na cor vinho. Ela também era uma das fiéis consumidoras dos produtos Giordano, principalmente as maquiagens.

Embora fôssemos amigas, não costumávamos trocar muitas confidências. E tirando a parte das noitadas e bebedeiras, não nos sobrava muito assunto. E nada me tirava da cabeça que Ester sempre parecia se interessar pelos homens que cruzavam meu caminho.

Deixei Ben falando sozinho e me dirigi até eles. Passei o braço pelos ombros de Ester e disse:

— Venha, quero lhe apresentar alguém — falei o que me veio à mente na hora.

— Eu não quero conhecer mais ninguém. — Ela olhou para Dimitry. — Acabei de me apresentar oficialmente ao seu primo.

— Mas vocês já se conheciam — aleguei.

— Sua amiga quer me conhecer "melhor"... — Dimitry foi cruel e sarcástico, sabendo o quanto aquilo iria me incomodar.

— Aposto que vou apresentar a ela alguém "melhor" do que você — provoquei.

— Nesta sala eu sou o melhor que irá encontrar, "prima" — Foi irônico.

— Posso apostar que sim.

— A propósito, comprei o melhor presente de noivado para você, Malu — ele disse.

— Comprou um presente de noivado para mim? — Impressionei-me.

— Sim... Eu sou uma cara legal. — Dimitry piscou.

Fiquei curiosa e ao mesmo tempo desconfiada. Dimitry não era o tipo de homem que fazia nada sem segundas intenções.

— O que é? Se disser que não estou ansiosa, estaria mentindo.

— Venha! Vou lhe mostrar. — Ele pegou minha mão, puxando-me.

Empurrei-o rapidamente, fazendo com que Ester não nos alcançasse. Começamos a rir enquanto corríamos pelo corredor. Abri a primeira porta que encontrei, chegando no escritório de meu pai.

Quando virei, esbarrei em Dimitry, sentindo seu corpo junto do meu. Imediatamente comecei a arfar e nossos olhos se encontraram.

— Não tem presente, não é mesmo? — perguntei, levantando o rosto na direção dele.

Dimi deu um beijo na ponta do meu nariz:

— Eu sou o seu presente.

— Dimi... Por favor...

Minha tentação usa terno (A História de Maria Lua Casanova)Onde histórias criam vida. Descubra agora