VIII

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Na tenda dos Sully's a família, mais precisamente Neitiry e Jake, organizava o café da manhã, enquanto Tuk brincava com alguns de seus brinquedos, o restante da família, Kiri, Lo'ak e Neteyam, ainda se encontravam em um sono profundo, haviam ficado acordados até tarde na noite anterior, não faziam ideia de que horas voltaram, mas estavam esgotados.

- Até quando eles vão ficar dormindo? O café está quase pronto e nada deles darem sinal de acordar – Diz Jake, suspirando pesadamente, enquanto cortava algumas frutas.

- Ma'Jake, eles estavam se divertindo até tarde, deixe-os descansar – Diz a azulada, com um pequeno sorriso nos lábios.

- Ma'Jake, por favor, não comece com isso logo pela manhã, a não ser que queira me ver irritada – A mesma lança um olhar de irritação para o marido, logo revirando os olhos, sempre se cansava desse lado do seu amado.

- Amor, eu só quero dizer que eles devem ser mais responsáveis, tem muita coisa a ser feita e eles dormindo, não podemos ser um estorvo para a aldei... - Antes que ele pudesse terminar, mais uma de suas diversas falações, o mesmo de sempre, Neitiry o interrompe, jogando uma das frutas em sua direção, mas ele desvia a tempo – Mas o quê?

- O Olo'eyktan já disse que somos seu povo, ele não nos vê mais como intrusos ou algo parecido – A mesma solta uma pequena rosnada de frustração - Arg, não entendo o motivo de você seguir sendo tão severo com eles, não acha que já os tratou como soldados o suficiente? Você não pode apenas os deixar serem jovens normais? Tsc

Após gritar com o marido, ela apenas o dá as costas e segue fazendo suas coisas, estava frustrada, não aguentava mais aquilo, todo o dia era a mesma coisa, seu amado Jake não era mais o mesmo, estava mais severo e rabugento, reclamando de tudo que seus filhos fazem sendo que anos atrás o próprio Jake era mais teimoso ainda.

No canto da sala a pequena Tuk já estava com suas orelhas tapadas, por suas mãos, não gostava quando seus pais brigavam, ao ver que pararam a pequena apenas se levanta, deixando seus brinquedos ali mesmo e corre para onde seus irmãos estariam dormindo, ao passar pela cortina que havia ali a pequena se depara com seus irmãos acordados, todos com as orelhas e olhares baixos, Tuk, automaticamente, corre para os braços de Neteyam, que a pega.

Os quatro ficam um tempo ali, apenas quietos, pareciam estar se preparando fisicamente e mentalmente, para assim, finalmente, ir e agir como se não tivessem ouvido nada, estavam cansados da noite passada, mas para não terem que ouvir mais nenhum sermão de seu pai, todos decidem apenas se levantar, tomar o café da manhã em silencio e, por fim, irem, supostamente, fazer suas tarefas.

Depois do longo café, em silencio, os jovens saem da tenda, indo em direção à praia, Kiri estava todo o tempo bocejando, enquanto Neteyam segurava a mão de Tuk, que pulava animadamente nas redes, Lo'ak andava ao lado dos dois, estava sério.

- Mano, onde você se meteu ontem à noite?

Neteyam dá uma pequena travada, mas, de imediato, engole em seco e arruma a postura, não queria deixar transparecer a sua surpresa com a pergunta e nem queria deixar claro que estava mentindo.

- Como assim? Estava na festa, onde mais estaria? - O Tuk a descer das redes, assim a colocando na areia morna.

- Mas eu te perdi de vista, uma hora você tava lá e do nada sumiu, fiquei preocupado – Lo'ak parecia desconfiado com a resposta do irmão.

- Aquele lugar estava cheio, obvio que eu não iria ficar parado lá no meio, então fiquei andando, já que você e Kiri me deixaram sozinho – Essa foi a melhor maneira que Neteyam encontrou para escapar das perguntas do irmão, sabia que ele ficaria sentido com aquilo.

O Milagre de Eywa - Neteyam x AonungOnde histórias criam vida. Descubra agora